O Espírito de Cornélio Pires

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Capítulo VI

Confortinho


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Nada punha preceito em Zé do Zote,

Nem remédio, nem reza, nem mandraca…

De pequeno comeu jaratataca

E trazia a lombeira no cangote.


Só vivia na rede ou no capote.

Tinha zonzeiro em pé, cabeça fraca,

Tangolomango, sarna; urucubaca,

Agarrado no truque e no calote.


Foi à sessão espírita… Às ocultas,

João pincha o nome dele entre as consultas,

Pedindo um confortinho à Irmã Ciana.


E veio escrito assim no documento:

— “Zé do Zote precisa é movimento,

Numa enxada, seis dias por semana…”


Seja o crime mais perfeito,

Quando a justiça se atrasa,

Reencarnação julga o feito

E faz a cadeia em casa.


Põe na peneira do exame

Quanto pedes e obténs.

Há muitos bens que são males,

Muitos males que são bens.


Em qualquer parte onde o crime

As garras do mal empunha,

Deus guarda, sem que ele saiba,

O olhar de uma testemunha.


Silêncio é ouro — legenda

Que vale por alto escudo,

No entanto, onde o mal domina

Silêncio piora tudo.




[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]



Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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