O Espírito de Cornélio Pires

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Capítulo XVI
Ilustração tribal

Céu, Inferno e Purgatório


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Era um caso esquisito a Dona Cissa,

Queria o céu, falava em devoção,

E vivia na Roça do Praião

Afundada na rede e na preguiça…


Ensinava jejum e pregação,

Dizia: — “O mundo inteiro é só carniça!”

Mas morreu na panela de linguiça,

Emborcada na quina do fogão.


Subiu fora do corpo livremente,

Mas enxergando os anjos no batente,

Espantada, fugiu fazendo cruz!


Hoje, clama deitada no oratório:

— “Todo trabalho é inferno e purgatório…”

Inda diz que o céu dela é o de Jesus…


Riquezas de sepultura?

O mármore que há nas lousas

Mostra apenas como dura

A pedra em cima das cousas.


Conversa de festa e arte,

Conjunto orquestral ordeiro,

Cada qual em sua parte,

Ninguém na do companheiro.


Entusiasmo onde esteja

Tem limites naturais.

Confiança diminui

Onde a promessa é demais.


As vezes o bem, no mundo,

Não sabe onde se acomode.

Quem pode ajudar não quer,

Quem quer ajudar não pode.




[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]



Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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