Evangelho de Chico Xavier, O
Versão para cópiaEsmola
Relativamente à chamada “”, não vejo na migalha de recursos materiais que se dá ou que se recebe um gesto tedioso de quem usufrui mesa farta e, sim, um elo de simpatia e de amor entre as criaturas que se propõem encontrar um processo de ligação espiritual entre si, preparando-se para mais alta compreensão da fraternidade. Sem qualquer ideia de esnobar este ou aquele lance autobiográfico, peço permissão para dizer que, quando fiquei órfão de mãe, aos cinco janeiros de idade, à distância de meu pai enquanto permaneceu viúvo, aprendi a agradecer às pessoas de coração generoso que me davam um pão ou um prato de comida, no transcurso do dia, porque quantos me prestaram esse benefício se fizeram para mim benfeitores que me livraram da tentação do furto, e, assim como me sentia feliz em receber essas dádivas para a minha própria sobrevivência, creio que as pessoas que me amparavam também se sentiam satisfeitas com a minha alegria. Reconheço que virá um tempo em que a assistência social velará por nós todos; mas, até que isso aconteça, em plano maior (e admito que semelhante realização deverá vir para nós e por nós, sem conflitos sangrentos), até que isso aconteça, repitamos, aprovaríamos alguém que vê os seus irmãos em penúria, sem se mover, de algum modo, para auxiliá-los, pelo menos, em pequenina parcela de apoio? Será justo que eu deixe o meu vizinho desfalecendo em necessidade, sem dividir com ele os centavos que posso administrar, a pretexto de aguardar o tempo em que me seria permitido administrar aquilo que não me pertence, esquecendo-me de que posso e devo repartir agora a parcela de recursos que a Divina Providência me emprestou para meu usufruto?
Este texto está incorreto?