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Capítulo XIV

Nós e o mundo


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Comentando sobre os acontecimentos do mundo, refere-te habitualmente a eles como se não fosses parte integrante da comunidade em que vives.

Recriminas as decisões tomadas, qual se as tuas atitudes, de alguma forma, não as tivessem influenciado.

Criticas as pessoas, imaginando, assim, isentar-te dos problemas que lhes dizem respeito, esquecendo-te que todos nós, os Espíritos encarnados e desencarnados ainda vinculados à evolução da Terra, agimos e reagimos, incessantemente, uns sobre os outros.

Apontas falhas nesse ou naquele setor, fugindo de lhes partilhar a responsabilidade e ignorando o que tem sido feito para corrigi-las.

Todavia, ninguém condena os outros sem condenar a si mesmo.

O mundo é o que é porque os homens são o que são.

A vida exterior da Humanidade é consequência natural da vida interior de cada um.

Se desejas renovação, renova-te.

Se anseias por justiça, sê justo.

Se aspiras à paz, toma a iniciativa de exemplificá-la.

Não acredites jamais que nada possas fazer.

Muitos dos que hoje são reverenciados como autênticos heróis e passaram às páginas da história, foram homens anônimos que souberam superar a própria fragilidade e que se destacaram pelo esforço que empreenderam.

A omissão voluntária no bem é uma falta grave pela qual, mais cedo ou mais tarde, todos responderemos.

O enxurro que solapa os alicerces da casa vizinha pode demolir a tua e a pedra que atiras a esmo, pode cair sobre a tua cabeça.

Não olvides que Jesus, nosso Senhor e Mestre, na tarefa de redimir o mundo, não hesitou um instante sequer em tomar nos ombros o madeiro infamante que, em verdade, não Lhe pertencia.




(Psicografia de Carlos A. Baccelli)



Odilon Fernandes
Francisco Cândido Xavier


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