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Capítulo CII

Regozijemo-nos sempre

“Regozijai-vos sempre. ” Paulo (I Tessalonicenses 5:16)


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“Regozijai-vos sempre.” — PAULO (1ts 5:16)


O texto evangélico não nos exorta ao júbilo somente nos dias em que nos sintamos pessoalmente felizes. Assevera com simplicidade — “regozijai-vos sempre.”

Nada existe no mundo que não possa transformar-se em respeitável motivo de trabalho, alegria e santificação. E a própria Natureza, cada dia, exibe expressivos ensinamentos nesse particular.

Depois da tempestade que arranca raízes, mutila árvores, destrói ninhos e enlameia estradas, a sementeira reaparece, o tronco deita vergônteas novas, as aves refazem os lares suspensos e o caminho se coroa de sol.

Somente o homem, herói da inteligência, guarda consigo a carantonha do pessimismo, por tempo indeterminado, qual se fora gênio irado e desiludido, interessado em destruir o que lhe não pertence.

Ausência continuada de esperanças e de alegria na alma significa evolução deficitária.

Por toda parte, há convites à edificação e ao aprimoramento, desafiando-nos à ação no engrandecimento comum.

Ninguém é tão infeliz que não possa produzir alguns pensamentos de bondade, nem tão pobre que não possa distribuir alguns sorrisos e boas palavras com os seus companheiros na luta cotidiana.

Tristeza de todo instante é ferrugem nas engrenagens da alma.

Lamentação contumaz é ociosidade ou resistência destrutiva.

É necessário acordar o coração e atender dignamente à parte que nos compete no drama evolutivo da vida, sem ódio, sem queixa, sem desânimo.

A experiência é o que é. Nossos companheiros são o que são.

Cada qual de nós recebe o quinhão de luta imprescindível ao aprendizado que devemos realizar.

Ninguém está deserdado de oportunidades, em favor da sua melhoria.

A grande questão é obedecer a Deus, amando-o, e servir ao próximo de boa vontade.

Quem solucionou semelhante problema, dentro de si mesmo, sabe que todas as criaturas e situações da senda são mensagens vivas em que podemos recolher as bênçãos do amor e da sabedoria, se aceitamos a lição que o Senhor nos oferece. Nesse sentido, pois, não nos esqueçamos de que Paulo, o intimorato batalhador do Evangelho, sob tormentas de preocupações, encontrou recurso em si mesmo para dizer aos irmãos de luta: — “Regozijai-vos sempre.”




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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