Os filhos do Grande Rei

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Capítulo XIII

Dádivas menosprezadas

O Grande Rei, a princípio, não levou em consideração tamanhos desatinos.

— “Os filhos eram ainda muito jovens” — afirmava ele aos cooperadores fiéis.

E, interessado em auxiliar os pequenos príncipes com todos os recursos ao seu alcance, mandou que os mensageiros lhes trouxessem embarcações para incentivarem as relações amigas uns com os outros; maquinaria com que revolvessem o solo, facilitando os serviços da lavoura; carros para auxiliá-los nos transportes e teares para a confecção de tecidos diversos. Preocupado, ainda, em tornar a vida mais agradável na grande escola, o Pai Amoroso determinou aos colaboradores que ensinassem aos príncipes o alfabeto com que pudessem fixar os pensamentos, a arte para embelezarem o santuário doméstico e a indústria e o comércio a fim de desenvolverem a fraternidade e o espírito de serviço.

Os filhos do Grande Rei, todavia, longe de se aproveitarem de tantos bens para serem mais sábios e compassivos, utilizaram os recursos divinos para fomentar a discórdia e a destruição, chegando alguns deles a sustentar o secreto desejo de serem mais poderosos que o próprio Pai, aniquilando-o, talvez.




Veneranda
Francisco Cândido Xavier

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