Palco Iluminado
Versão para cópiaCousas de risco
De cousas desagradáveis Você nos pede, Gaspar, Mencionar todas aquelas Que devemos evitar. Cousas de risco são muitas, Por atacado e a granel, Por nomes não caberiam Nesta folha de papel. Mas destacamos algumas Que são de efeito fatal, Arrojando-nos a vida Na antiga rede do mal. Deus nos livre, onde estiver, De mulher alcoviteira, De homem parlapatão, De conversinhas de feira. De vento pela janela, De garoa que aconteça, De mandraca encomendada Que lhe fique na cabeça. De bailes muito assanhados Com muita mulher bonita, De mocinha despachada Toda enfeitada de fita. Na rua, seja onde for, Não escute o palavrão, Trombadinha é sempre o meio De acolher a obsessão. Fuja aos copinhos da cana, Que se seguem, um a um, É por aí que começa O tropeção do bebum. Na comida não se tome Do peixe muito guardado, Do bolo de muitos dias Para o café requentado. Comer pouco e viver muito, Isso é lei da Natureza, Não caia nas ilusões Do prato e da sobremesa. Não entre em casa dos outros De onde não possa sair Em favor, dar com bondade Vale mais do que pedir. Quanto ao mais em cada caso, Não se esqueça da oração, O Céu responde na ideia Através da inspiração. |
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