Passos da Vida

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Capítulo XXXVII

Se formos justos


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Deixa que a justiça te clareie a visão para que o egoísmo te não imponha a loucura e a cegueira.


Se formos justos, não nos inclinaremos à censura e à reprovação, ante os erros dos semelhantes, porquanto, conheceremos, de sobra, nossas próprias fraquezas.

Se formos justos, esqueceremos a queixa e a reclamação, porque, notaremos, ao nosso lado, aqueles que caminham no mundo, suportando fardos mais agressivos e mais pesados que o nosso.

Se formos justos, não exigiremos dos outros demonstrações prematuras de bondade e compreensão, de vez que sabemos quanto nos custa o próprio equilíbrio no escabroso acesso às conquistas morais.

Se formos justos, não nos confinaremos ao círculo doméstico, cristalizando-nos nas vantagens particulares, porquanto aprenderemos que as dores do vizinho são iguais às nossas, cultivando, por isso, a fraternidade que nos quinhoará de alegrias e bênçãos.


Sejamos justos e entenderemos a riqueza dos bens que o Senhor nos empresta, sabendo enxergar a indigência e o infortúnio que nos pedem simpatia e socorro.

Sejamos justos e perceberemos, enfim, que o trabalho infatigável no bem comum é a única fórmula de paz, suscetível de garantir-nos a felicidade e a segurança, porque os cultivadores da justiça, pelo serviço incessante a todos, conhecem o supremo valor do tempo, convertendo o presente na gloriosa preparação do futuro.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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