Paz e Renovação

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Capítulo XV

Consideração espírita


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Dos outros recebemos a calúnia, mas igualmente dos outros recolhemos o louvor que, em muitas ocasiões, ao exaltar-nos imerecidamente, nos fortalece para sermos afinal o que devemos ser e como devemos ser.

Dos outros apanhamos o prejuízo, mas dos outros obtemos a dádiva.

De outros vem o fel; no entanto, de outros surge o bálsamo.

Dos outros procede a ingratidão que tanta vez nos deprime; contudo, igualmente dos outros nasce a generosidade que nos levanta o coração para o Alto.

Dos outros chegam até nós pensamentos obsessivos; entretanto, dos outros colhemos benditas inspirações que nos induzem à elevação e ao progresso.

Dos outros se origina a crítica que desencoraja, mas dos outros provém o estímulo à execução de nossa tarefa, alentando-nos as forças afim de que possamos cumprir os deveres que a vida nos atribui.


O campo de nossas relações uns com os outros, no fundo, assemelha-se a gleba de plantio. Em meio a terreno valioso, surpreendemos escalracho, pântano, pedregulho… Se nos comportarmos, porém, com atenção, administrando entendimento e amparo ao trato de solo que se nos confiou, em tempo estreito, conseguiremos a regeneração da terra e a riqueza da produção.

Aproveitemos o símile, no intercâmbio fraternal, porque, se dos outros recebemos os impactos da provação e da sombra, da dificuldade e da amargura, é também através dos outros que Deus nos socorre e abençoa, invariavelmente e cada vez mais.




Albino Teixeira
Francisco Cândido Xavier

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