Poetas Redivivos

Versão para cópia
Capítulo CIII

Dona Branca


Temas Relacionados:

Na mansão, Dona Branca, agitando as mãos finas,

Exclama: “Pobres, não!”… E, irônica, acentua:

— “Mendigo é na cadeia e miséria é na rua…”

E os pedintes se vão a férreas disciplinas.


Chora a penúria em torno e há festas libertinas,

Dorme-se à luz do sol e regala-se à lua…

Numa noite brilhante, a morte se insinua

E furta Dona Branca ao mar de serpentinas…


Desencarnada agora, a mente se lhe atrela

A miragens febris!… Crê-se adornada e bela,

Nada conserva além da sombra em que se touca…


E, mulher que fugira ao serviço fecundo,

Dona Branca; algemada às lembranças do mundo,

Baila na própria campa em frêmitos de louca.




Silva Ramos
Francisco Cândido Xavier

Este texto está incorreto?