Poetas Redivivos
Versão para cópiaCapítulo CVII
O avarento
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Vivera encastelado entre pepitas de ouro, Conservava os dobrões em constante revista… Padecera penúria, avaro e calculista, Para afagar, sozinho, o metal frio e louro. Por mais a angústia, cerce, implore, clame e insista, Dar lhe parece ater-se à loucura e ao desdouro; A ambição pede mais para o tempo vindouro, Mas o tempo galopa e a morte surge à vista. Regela-se-lhe o corpo em triste pesadelo!… Afanam-se na cova os vermes para vê-lo… Ele acorda, estremece, agita-se, reclama… Dementado, a razão, por fim, se lhe tresmalha, Crê-se no leito antigo, ao toque da mortalha, E vê ouro e mais ouro onde há lama e mais lama. |
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