Poetas Redivivos

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Capítulo LXIV

Hora da morte


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Aproxima-se a morte e em pranto me confundo…

— Que sabes de ti mesmo? — a Dúvida reclama.

A Fé, porém, sussurra em torno do meu drama:

— Descansa e pensa em Deus sobre as mágoas do mundo!…


Abeiro-me do fim, de segundo a segundo,

Na câmara do olhar a treva se derrama,

Extrema inércia invade o casulo de lama,

Falena, ergo-me e vibro ao sol de que me inundo.


Refaz-se-me a visão, entro em êxtase e prece,

A alegria refulge, o sofrimento esquece,

Vertem dos Céus canções de paz indefinida…


Ébrio de luz, exalto, em mágico transporte,

O soluço da vida ante a festa da morte

E a tristeza da morte, ante a glória da vida!




Azevedo Cruz
Francisco Cândido Xavier

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