Poetas Redivivos

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Capítulo XLVI

Destinação


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Torpitude larval, de monera a monera,

Impulso a impulso, passo a passo, clima em clima,

Do lodo ao céu, da treva ao sol, de baixo acima,

Homem, de longe vens!… Detém-te, escuta, espera!…


A fé restaura, o bem renova, a dor sublima.

Trabalha, sofre, aprende, ampara, persevera

Na construção do amor, por mais rija e severa,

Inda que a ingratidão te furte a humana estima!…


Da cruz que te escraviza entre abismos medonhos,

Tecerás, vida em vida, as asas de teus sonhos,

Gemas, no entanto, agora, em lágrimas submerso.


Hoje, viajor da sombra a caminhar de rastros,

Amanhã, rei da luz no domínio dos astros,

Partilhando com Deus o Trono do Universo!




Maciel Monteiro
Francisco Cândido Xavier


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