Poetas Redivivos

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Capítulo L

O enjeitado


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Mulher moça abandona, em grande pátio imundo,

O filhinho que, em vão, lhe dera a vida ao seio;

Depois, vende prazer, comprando, a bolso alheio.

A posição faustosa, e o renome infecundo.


Corre o tempo… Mais tarde, aos empuxões do mundo,

Certa noite, ela aguarda alguém para recreio…

Entra um jovem ladrão, abre-lhe o cofre cheio,

A dama roga auxílio e agarra o vagabundo…


Ele brande o punhal e o sangue se lhe verte…

Agonizante, fita — embora o corpo inerte —

O rapaz que lhe furta as joias do peitilho;


Súbito, encontra nele o enjeitado de outrora,

E, tarde, a pobre mãe debalde grita e chora:

— “Perdoa-me, Senhor!… Não me mates, meu filho!…”




Narcisa Amália
Francisco Cândido Xavier


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