Poetas Redivivos

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Capítulo LXXXIX

Agradeço, Senhor!


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Agradeço, Senhor,

Quando me dizes “não”

Às súplicas indébitas que faço,

Através da oração.


Muitas daquelas dádivas que peço,

Estima, concessão, posse, prazer,

Em meu caso talvez fossem espinhos,

Na senda que me deste a percorrer.


De outras vezes, imploro-te favores,

Entre lamentação, choro, barulho,

Mero capricho, simples algazarra,

Que me escapam do orgulho…


Existem, privilégios que desejo,

Reclamando-te o “sim”,

Que, se me florescessem na existência,

Seriam desvantagens contra mim.


Em muitas circunstâncias, rogo afeto,

Sem achar companhia em qualquer parte,

Quando me dás a solidão por guia

Que me inspire a buscar-te.


Ensina-me que estou no lugar certo,

Que a ninguém me ligaste de improviso,

E que desfruto agora o melhor tempo

De melhorar-me em tudo o que preciso.


Não me escutes as exigências loucas,

Faze-me perceber

Que alcançarei além do necessário,

Se cumprir meu dever.


Agradeço, meu Deus,

Quando me dizes “não” com teu amor,

E sempre que te rogue o que não deva,

Não me atendas, Senhor!…




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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