Poetas Redivivos

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Capítulo XCVIII

Desengano


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O avarento Juquinha Vigilato

Tinha nota e mais nota, a mala cheia,

E morava num rancho de correia,

Quase à beira do rio Carrapato.


Se um mendigo pedisse um pão no prato,

Respondia: “Ah! meu filho, a vida é feia!

Se eu tivesse um tostão para candeia,

Não passava uma noite aqui no mato.”


Veio um ano chuvoso… De repente,

Desceu de madrugada enorme enchente,

Chuvarada de tempo carrancudo…


Juquinha trepou logo num salgueiro,

Mas, enquanto gritava: “Ai, meu dinheiro!…”

A enchente levou nota, mala e tudo.




Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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