Ponto de Encontro [Geem]

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Capítulo VI

Agitação


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Nosso irmão Silva Teixeira

Pediu-nos fraternalmente

Dar-lhe atenção e assistência

Na viagem que faria

Em visita ao pai doente.


Não vacilamos no assunto,

Fui ao nosso diretor

— “Algum apoio ao amigo?

Vai, sim!… — nos disse o mentor.”


Encontrei-me com Teixeira

Junto à esposa Dona Alcina,

Num ônibus que largava,

Vencendo a chuva mofina.


A máquina em movimento

Formava rajadas frias…

A viagem do casal

Seria apenas dois dias.


Às onze da noite em ponto,

Com biscoitos a granel,

A dupla desceu, entrando

Em velho e pequeno hotel.


A luz se fez no aposento

Que lhes fora reservado…

Acomodaram-se os dois,

Deitando-se, lado a lado.


Instantes depois, um grito

Ressoava estranho e feio…

Dona Alcina retirara

Uma barata do seio.


Teixeira não descansou,

Pois a esposa reclamava,

Xingando a roupa do hotel,

Em pranto se lastimava.


No outro dia, Teixeira

Observou, tristemente,

A morte rondando a casa

Na face do pai doente.


À noite, foi novo trampo;

Dona Alcina, num berreiro,

Clamava que muitas pulgas

Mordiam-lhe o corpo inteiro…


Gritava, humilhando o esposo:

— “Não tens o berço que julgas,

Esta casa em que nasceste

É um pardieiro de pulgas…”


Manhã seguinte, o irmão Silva

Encomendou condução,

Voltariam para a casa,

Sem qualquer baldeação.


Chegaram ao lar, à noite;

Dona Alcina, muito ativa,

Falava: — “Agora estou salva!

Agora, sim, estou viva…


“Nem pulgas e nem baratas,

Quero somente o que é meu,

Bendita seja esta casa,

A casa que Deus me deu…


“Meu sogro? que Deus o cure,

Não tomarei nova estrada,

Desejo a paz do meu canto…

Tranquilidade e mais nada.”


Mas passadas duas horas,

A pobre rolou no chão,

Seguindo para o hospital,

Picada de escorpião!…




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier


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