Ponto de Encontro [Geem]

Versão para cópia
Capítulo X

Teoria e prática


Temas Relacionados:

João Cota chamou o filho,

Conhecido por Joãozinho,

E passou a prepará-lo

Para as lutas do caminho.


Estava perto, na mesa,

Uma garrafa aprumada,

Com líquido claro e leve

Sobre toalha bordada.


O pai falou ao rapaz:

— “Ouça o que vou lhe dizer:

O líquido à nossa frente

É o veneno do prazer.


“Foi garapa açucarada

De cana que se cultiva,

Passou por transformações

E agora é uma “cousa viva”.


“Foi muito doce, mas hoje

É fogo na vida humana,

Tem o nome de aguardente,

Cachaça, pinga, umburana…


“Dizem que vem de mandraca,

É vapor de algum feitiço,

Tomba a pessoa na rua,

Tira o homem do serviço.


“Creio que vem do demônio

Que anda em canaviais,

Furta a mulher do marido,

Separa o filho dos pais…”


O pai calou-se um momento,

Mas voltou com voz segura:

— “Prometa, meu filho, agora,

Não beber essa loucura.”


Joãozinho explicou-se, humilde:

— “Pai, o seu verbo é uma lei!…

Dessa praga na garrafa

Não quero, nem beberei…”


Houve silêncio entre os dois,

Mas o pai de mão alçada

Baixou-a, certa na pinga,

E engoliu à talagada.


O moço aflito, pergunta:

“Meu pai, o que vejo eu?

Esse líquido é veneno

E, acaso, o senhor bebeu?”


O velho desapontado

Falou, de cara amarela:

— “Sim, filho, a pinga é um veneno

Mas não sei passar sem ela.”




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 10.
Para visualizar o capítulo 10 completo, clique no botão abaixo:

Ver 10 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?