Ponto de Encontro [Geem]

Versão para cópia
Capítulo XV

Traíras


Temas Relacionados:

É uma estória de ficção,

Que atiro hoje no ar,

Um simples caso de peixes

E uma lição de pensar.


Traíra bastante idosa

Nadava forte e serena,

Fazendo-se acompanhar

Por uma filha pequena.


A mãe-traíra dissera

Para a traíra-menina:

— “Filha, é preciso aprender

As lições que a vida ensina.


Hoje, vamos rio abaixo,

Evite lixo e barrela,

Siga sempre junto a mim,

No máximo de cautela.”


Depois, falou das lembranças

De queridas companheiras,

De excursões em dias claros,

De flores e cachoeiras.


O passeio ia tranquilo

E eis que a dupla se apoquenta,

Vendo um pedaço vermelho

De carne sanguinolenta.


A traíra mais idosa

Mostrou-se muito assustada,

Pedindo, porém, à filha

Que ficasse acomodada.


Em seguida, lhe falou:

— “Ouça, calma e fique arisca!…

A carne que estamos vendo

Tem nome: chama-se isca.


“Dentro dela, existe um chuço

Que tem o nome de anzol.

Um punhal curvo e cruel

Que se vê, à luz do sol.


“Atrás dele fica um homem

Que o governa com mão forte,

Espalhando em nossa águas

Terríveis quadros da morte.


“Já vi muitos companheiros

Pelo anzol, sendo arrancados

E há quem diga que depois

São eles estraçalhados.


“Agora, fuja, filhinha,

Cheiro de carne extravasa…

Seja traíra correta,

Vivendo dentro de casa.”


Em seguida, foi à isca…

Disse à filha: “Saiba disto:

Esta carne em sangue é linda!…

Sou traíra e não resisto.”


Passou a comer a isca,

Bocada para bocada,

Mas quando caiu no anzol

Logo, logo, foi pescada.


A filha voltou a sós,

A recordar mãe-traíra,

Pensando no que escutara

E meditando o que vira.




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 15.
Para visualizar o capítulo 15 completo, clique no botão abaixo:

Ver 15 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?