Preito de Amor

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Capítulo I

Natal do Senhor


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Mestre Amado e Generoso,

Nas bênçãos de Teu Natal,

Também nós te recordamos

No campo espiritual.


E lembramos comovidos,

A noite ditosa e bela,

Em que surgiste, exaltando

A manjedoura singela.


Divino Pastor, nascias,

Na solidão da pobreza,

Santificando a humildade

Nas luzes da natureza.


E trabalhaste e sofreste

Para as vitórias da luz ,

Desde a esperança do berço

Às ironias da cruz.


E embora os Teus sacrifícios

Na lágrima, no suor,

A Terra, Jesus, se veste

De angústia, miséria e dor.


Volta a nós, Pastor Sublime,

Que o redil da humanidade,

Se estende aos abismos negros

De ignorância e maldade.


As tuas ovelhas frágeis

Cansadas de sombra e guerra,

Atropelam-se assustadas,

Ao longo de toda a Terra!


As seitas religiosas,

Que ensinam a divisão,

Fomentam carnificinas,

Envenenando a razão.


A ciência que extermina

Faz do mundo seu vassalo,

Enquanto a filosofia

Prega o bem sem praticá-lo.


Ó Senhor, dá-nos, de novo,

Fidelidade ao dever,

No dom da simplicidade,

No impulso de agradecer.


Que em Teu Natal, nós possamos

Recordar com mais fervor,

Teus exemplos de renúncia

E as tuas lições de amor.


Concede-nos, Mestre Amigo,

Nas lutas de redenção,

Nova fé, nova esperança

Ao templo do coração.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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