Caímos em desamparo

Quando fugimos do bem.

Reencarnação cobra caro

Os débitos que se tem.

A ligação se proclama,

Compromisso vem após.

Em lesando a quem nos ama,

Os lesados somos nós.

Pela falta de cautela

Em nossas vidas passadas,

Temos nós na parentela

As dívidas mais pesadas.

Nos elos do amor profundo,

Ao lado de quem se adora,

É que aparecem no mundo

Os desafetos de outrora.

O passado não existe,

No entanto, seja onde for,

Todo débito persiste

À porta do devedor.

Passado passou, eu sei,

Isso é verdade sabida,

Mas o débito é de lei

Com força de lei na vida.

Muito ódio do passado,

Na Terra, a vida consente

Que ressurja ao nosso lado,

Sob a forma de parente.

Progresso, em si, é uma escada,

Sublimação é a subida

Duramente conquistada

Nas lutas de vida em vida.

Cuidado, se alguém afastas

Dos laços em que se encanta;

Lavrador imprevidente,

Tira a erva e mata a planta.

Ante ofensas, não te rales,

É necessário abençoes,

Evitando muitos males

Que surgiriam depois.

Sobre união desigual,

Não entres nessa questão;

Sabe Deus com cada qual

Deve estar o coração.

Reencarnação por socorro

Apaga culpas e penas,

Pode amanhã ser teu filho

Aquele que mais condenas.

Princípio que não se esquece

Nos Estatutos do Bem:

Quem não quer honrar os pais,

Não sabe honrar a ninguém.

Somas de treva e pesar,

Eis as vinganças que vi;

Não adianta odiar,

Reencarnação vem aí.

A vida corre perigo

Se a luz do perdão atrasa,

Reencarnação de inimigo,

É fogo dentro de casa.

Perdoa!… Os ódios passados

Reencarnação traz de sobra;

Eu já vi muita galinha

Chocando ovo de cobra.

Nos Tribunais da Justiça,

Perante crentes e ateus,

A lei da reencarnação

É o crediário de Deus.