Reencontros - Coleção Cartas Psicografadas

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Capítulo VIII

Unidos pelas recordações e preces


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Conhecemos a dor maior da família do jovem Áulus, com o seu inesperado e súbito retorno ao Mundo Maior, em acidente automobilístico, quando organizávamos, em 1977, o livro Amor Sem Adeus (médium F. C. Xavier, Espírito de Walter, IDE, Araras, SP.).

Naquela época, D. Camélia de Paula e Silva Bastos, sua progenitora, residente em Ribeirão Preto, SP, deu-nos por escrito um interessante depoimento, incluído no da referida obra, no qual ela explicava o seu relacionamento fraterno e amigo com D. Maria Perrone, mãe de Walter, residente em São Paulo, iniciado nas reuniões públicas do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas.

“Daí por diante — escreveu D. Camélia —, sempre que D. Maria ia a Uberaba, não deixava de nos telefonar, convidando-nos para irmos nos encontrar naquela cidade. Algumas vezes, foi-nos possível aceitar seu amável convite, razão pela qual pudemos associar-nos ao seu júbilo, quando, repetidas vezes, recebia novas mensagens do seu Waltinho, que passamos a estimar muito, pelo filho carinhoso que foi e continua sendo.

Começamos, então, a pedir-lhe, em nossas orações, se tornasse generoso amigo de nosso filho e nos desse notícias dele, caso não lhe fosse possível dar mensagens de próprio punho.

Grande conforto foi para nós quando recebemos, por intermédio do bondoso Waltinho, em sua mensagem de 10 de abril de 1976, notícias do nosso amado filho.”


Por que Áulus, falecido em 1972, não havia até então se comunicado pela psicografia?

Esta era a indagação mental que, evidentemente, sua mãe sempre fazia ao ver tantos jovens, com tempo menor de desencarnação do que seu filho, escrevendo pela via mediúnica.

A resposta veio na referida mensagem de Waltinho, nos seguintes termos:

“Áulus e Amaury rogam aos pais queridos coragem e esperança. (…) E Áulus abraça os queridos progenitores que esperam sempre as expressões escritas. Também ele aguarda recursos de integração com o processo mediúnico da escrita, mas diz à mãezinha, nossa irmã D. Camélia, que ela o registra quase constantemente, de vez que, pelas recordações e preces, estão sempre unidos.”

Apenas três meses após a bênção deste recado consolador, D. Camélia e seus familiares receberam, pelo lápis mediúnico de Chico Xavier, a carta tão esperada. Superando suas dificuldades, Áulus conseguiu transmitir por escrito as suas próprias notícias, na reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em 24 de julho de 1976.

E, em outras ocasiões — como veremos a seguir — escreveu preciosas cartas, de ternura e bom senso, demonstrando participar dos problemas da família que deixou na Terra, mesmo vivendo em outra faixa vibratória.



PRIMEIRA CARTA

Querida mãezinha, meu querido pai, minha querida vó Jerônima, amores de nossa vida, peço a Deus que nos abençoe e nos proteja sempre.

Na própria saudade tão nossa, percebem os meus queridos que não estou ausente.

As lágrimas se trocam no mesmo ritmo em que as alegrias são permutadas. Mamãe nós vivemos uns nos outros, tanto na vida física quanto fora dela.

Tenhamos calma e sustentemos a nossa fé. Sei que esperam por mim nas letras, mas estamos juntos nos pensamentos.

Não é fácil a desvinculação dos que se despojam do corpo, à maneira de quem despe certa peça de roupa, de vez que prosseguimos enlaçados no amor com que Deus nos reúne.

Creio que pelas muitas conversações que temos tido em casa, em que me assemelho a sujeito oculto, a refletir-me nas opiniões do papai, todos já compreendem que já varei o tempo de readaptação aos sistemas de vida no mundo a que fui trazido. Por isso dispenso-me de considerações sobre aquele ano novo que realmente foi para mim de plena renovação. Peço-lhes não pensem demasiado sobre os motivos do acidente. Sabemos que estamos sempre encontrando o ontem e preparando o amanhã nas horas de hoje. E, por essa razão, o carro a desorientar-se estava em meu programa e no programa dos companheiros.

Respondo a certa questão que se levantou: falo sobre os pneus calvos que efetivamente nos serviram de instrumento ao resgate, mas por isso ninguém deve deixar de zelar pelos veículos, observando como estão e o que serão capazes de fazer ou servir quando se colocarem na movimentação que se lhes exige. Pneus calvos nos levaram a resgatar dívidas do Espírito, mas se é verdade que isso aconteceu, isso não é razão para que a pessoa não se importe com as máquinas. As máquinas são criações nossas e tudo o que inventamos no mundo em nosso favor reclama atenção e cuidado de nossa parte.

Felizmente, o que passou, passou… Agora, mãezinha, precisamos de confiança em Deus e viver, viver conforme as leis de Deus que respeitamos.

Peço-lhes proteção para o nosso Marcos. Estou firme, tentando ajudar ao irmão e amigo; entretanto, sabemos, não é muito fácil suportar tantas dificuldades na hora juvenil dos que atravessam hoje as faixas da mocidade física na Terra, sem riscos e sem lutas.

Acompanhei as alegrias do aniversário do irmão querido e compartilho das preces de todos no lar, para que o vejamos valoroso e feliz.

Contudo, mamãe, felicidade varia tanto, de alma para alma, que mais vale observar o que deseja o meu irmão do que esperarmos que ele se atenha ao que lhe traçarmos, crendo com isso arquitetar as vitórias de que ele se colocou à procura.

Estamos juntos e juntos seguiremos para diante. As palavras de papai e as suas preces, mãezinha, aqui se completaram para mim como sendo a lâmpada e a luz que me clarearam as estradas novas. Coragem e fé em Deus, é o que lhes peço.

Cristina, Marta e os corações queridos de nossos amados nos recantos da alma jazem comigo, à feição de nossos tesouros.

A senhora, mãezinha, com o nosso anjo da família, que a recebeu no carinho materno, a querida vovó Jerônima, continuem com as nossas preces.

Não precisamos alterar os caminhos e sim renovar a nós mesmos. Não percam as oportunidades de conversar com muito amor com o nosso Marcos e saibamos conservar a certeza de que todos somos de Deus.

Vovô Afrânio e o nosso amigo Cônego Osório estão comigo, enquanto escrevo. Vovô Afrânio pede seja dito à vovó Jerônima que ele não a esquece, que os amigos da antiga Fazenda Rio Verde o receberam aqui com o maior enternecimento e com a maior alegria, e notifica à vovó que o Padre José Marinho foi para ele um novo pai espiritual na vinda para cá.

Meu pai, continue a falar-nos das verdades da vida e abençoe-nos.

Mãezinha, com a vovó Jerônima abençoe-me e todos recebam o carinho imenso e o imenso amor do filho e neto reconhecido, hoje mais profundamente ligado ao nosso lar, com as nossas esperanças reunidas em Jesus-Cristo.

Sempre o filho devedor e agradecido,


Áulus.

NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


1 — Carta recebida pelo médium F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, a 24/7/1976, em Uberaba, Minas.


2 — Vó Jerônima — D. Jerônima Furtado Damasceno e Silva, avó materna, presente à reunião.


3 — Estamos sempre encontrando o ontem e preparando o amanhã nas horas de hoje. — Eis uma síntese notável de nossa evolução espiritual através de reencarnações sucessivas.


4 — Pneus calvos nos levaram a resgatar dívidas do Espírito — A perda da vida física em plena mocidade estava no programa traçado em obediência à Lei de Causa e Efeito ou de Responsabilidade, que espelha a Justiça Divina. (Ver , 4ª Parte, cap. 2; e , Cap. 5, ambos de Allan Kardec.)


5 — Marcos — Marcos de Paula e Silva Bastos, irmão um ano mais novo que Áulus.


6 — Acompanhei as alegrias do aniversário do irmão — O aniversário do Marcos tinha sido na véspera, dia 23 de julho.


7 — Cristina e Marta — Irmãs.


8— Vovô Afrânio — Afrânio de Paula e Silva, avô materno, falecido dois anos após a desencarnação de Áulus.


9 — Cônego Osório — Sacerdote católico que batizou a mãe de Áulus, em Frutal, MG. Faleceu há muitos anos, provavelmente em Uberaba.


10 — Fazenda Rio Verde — Extensa propriedade agrícola no município de Frutal, cujo nome desaparecera com a subdivisão da mesma em outras fazendas menores. Este nome era desconhecido até pela mãe de Áulus, tendo sido comprovado pela vovó Jerônima.


11 — Padre José Marinho — Primeiro sacerdote católico da cidade de Frutal, onde nasceu a mãe de Áulus. D. Jerônima explicou-nos que não o conheceu, mas sabe que ele foi perseguido por inimigos, sendo amparado na época pelo bisavô de D. Camélia.


12 — Áulus — Áulus de Paula e Silva Bastos, filho de Urbano dos Santos Bastos e Camélia de Paula e Silva Bastos, nasceu a 14/7/1955 e faleceu a 31/12/1972, em acidente automobilístico na 5ia Anhanguera. Na época, cursava o 2º Colegial e um Cursinho com vistas ao vestibular de Engenharia. A família é de Ribeirão Preto, SP.



“Ao sol da esperança”

Mãe querida e querido papai, abençoem-me. Umas palavras somente. Felicidades, mamãe, por seu maravilhoso Dia de Rainha do Lar, nestes votos de paz e alegria em que me expresso, rogando as bênçãos de Deus em seu favor, extensivamente à vovó. Mãezinha Camélia, as felicitações por seu aniversário sempre querido aqui se encontram igualmente reunidas às que estou formulando pelo Dia das Mães.

Diga ao Marcos para sair da fossa e viver ao sol da esperança, colocada na fé positiva em Deus.

E peço seja dito à Cristina que ela não perderá por acrescentar paciência à paciência de que a querida irmã já se faz portadora. A tristeza e a irritação me parecem contagiosas e o cunhado, profissionalmente, ainda precisa viajar em serviço.

Muito amor ao papai e à vovó que nos esperam. E com o meu coração a reuni-la com o querido papai e com os meus irmãos num só abraço de muito amor, sou e serei sempre o seu filho que lhe traz nesta noite toda a ternura e toda a gratidão que é capaz de sentir.

Sempre reconhecido, o seu


Áulus.

NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


13 — Carta psicografada pelo médium F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, na noite de 17/5/1979.


14 — Felicitações por seu aniversário — O aniversário de sua mãe é no dia 15 de maio.


15 — Cristina — Cristina de Paula e Silva Bastos Lima, irmã, casada com o Sr. Carlos Roberto Mota Lima.



“Aqui é unicamente um alô”

Querida mãezinha Camélia, querido papai Urbano, querida vovó e querido Marcos.

Em oração peço a Deus nos abençoe a todos. Aqui é unicamente um alô para o nosso Marcos, no qual rogo ao irmão serenidade e paciência com a vida a fim de vencer na trilha em que fomos colocados pelos Poderes Superiores que nos governam.

Muito teria a dizer, mas o tempo é implacável, os ponteiros não cessam de caminhar qual ocorre ao coração que não para de pulsar.

O vovô Afrânio veio em nossa companhia e promete prosseguir trabalhando em nosso auxílio.

Aos irmãos sempre queridos e aos queridos pais, o abraço envolvente e iluminado de muita fé em Deus, com todo o coração do filho sempre reconhecido,


Áulus

NOTA


16 — Carta psicografada pelo médium F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, a 14/9/1979.



“O coração expressando sentimento é superior a qualquer outra força da vida”

Querida mãezinha Camélia, estou na tradição, a fazer-me seu menino de novo e a pedir-lhe que me abençoe.

O tempo inflexível rege a nossa estrada e todos os fatos são arquivados pelas horas que se sucedem umas às outras.

Importante considerar, porém, que o coração expressando sentimento é superior a qualquer outra força da vida. Acontece que o amor vem de Deus e, por isso mesmo, o amor permanece, acima de quaisquer transformações. Muito se alterou em minha vida mental e creio que o mesmo terá ocorrido em nossa querida família, entre as nossas paredes domésticas. Entretanto, os sentimentos nossos perseveram sempre autênticos, sempre os mesmos.

Quanto posso volvo ao lar e compartilho de suas tarefas e lutas, associando-me ao papai Urbano, a fim de reconfortá-la. As mães estão sempre satisfeitas e sempre ansiosas ao mesmo tempo. Satisfeitas porque se reencontram nos filhos que Deus lhes confiou e ansiosas porquanto esperam de cada filho um modelo de herói, qual sonham no carinho que nos dedicam.

Compreendo agora, mamãe, que as nossas idealizações são diversas das realidades fundamentais. Em vista disso, rogo ao seu carinho sustentar o seu armazém de paciência e calma, de modo a socorrer-nos a todos, em nossas aquisições de espírito. Para que o suprimento desse reservatório de bênçãos não sofra carência, peço para que as suas orações não esmoreçam. Não digo isso porque a palavra realiza milagres tão somente por si. É que a prece é, mais que tudo, ligação com o Poder Divino, sempre inesgotável para reformar-nos o abastecimento de energias.

Querida mãezinha, quando a tristeza lhe bater à porta do coração, considere as alegrias que os Mensageiros do Bem nos ofertam incessantemente e não se deixe dominar pela sombra. As provas e os problemas do cotidiano constituem lições na escola do mundo e terminam, sempre que as suportemos com amor e trabalho no melhor a fazer, em fontes de êxito e de alegria, estabelecendo degraus de conhecimento pelos quais se pode procurar a bênção da elevação. Sempre que esse ou aquele acontecimento lhe fira a sensibilidade, reúna-se, quanto possível, com meu pai, em oração, e entraremos no intercâmbio espiritual mais ativo, do qual participarão amigos e benfeitores nossos que nos auxiliarão no setor do entendimento.

Posso ainda tão pouco e voltei com tamanha necessidade de preparação mais íntima ante a Espiritualidade que, efetivamente, ainda não consigo realizar o que desejo a favor de nossa casa; entretanto, não nos faltam dedicações queridas nos Planos da Vida Maior, invariavelmente prontos a sustentar-nos na trilha a percorrer.

Estamos cooperando em apoio ao nosso Marcos. Continuemos leais à esperança. O irmão amigo é portador de um coração generoso e belo; no entanto, ainda está no processo da pré-maturidade quanto à vida interior. Estejamos convencidos de que Jesus nos ajudará a vê-lo vitorioso em si mesmo, a caminho das melhores realizações. E a nossa Marta está no acesso à formação de mais amplos valores. Espero que a irmãzinha possa crescer em conhecimento e experiências, enriquecendo-nos a todos de paz e de alegria.

Ao querido amigo Carlos e à querida Cristina, envio o meu abraço de irmão reconhecido, com os meus votos a Deus para que a união e a felicidade os mantenham cada vez mais felizes junto aos queridos sobrinhos Renato e Ricardo, rebentos de nossa fé no grande futuro.

Mãezinha, o vovô Afrânio agradece as vibrações de paz e serenidade que as suas preces em conjunto com a nossa querida vovó Jerônima lhe enviam. Nesse sentido, desejamos, ele e eu, seja dito à vovó Jerônima que o tio Antônio e o Júnior vão melhorando sempre, assimilando os valores da vida nova a que fomos trazidos para continuar aprendendo a trabalhar e a servir, nos padrões de Jesus.

Hoje, agradeço a Deus as provações que nos feriram a alma, tempos atrás, quando o acidente me obrigou a receber passaporte compulsório para o Mais Além.

O tempo funciona. As situações externas se modificam e, conforme as observações a que me referi, o coração prossegue sem diferença. Pensando assim, envio muito carinho a todos os familiares queridos, desejando que o nosso prezado Carlos me sinta na afeição e na confiança de todos os dias.

Mãezinha querida, Deus lhe conceda muita felicidade em seu natalício próximo. Seu filho estará ao seu lado, festejando o dia inesquecível.

Com muito carinho ao papai Urbano, aos irmãos e aos sobrinhos, peço ao seu coração materno guardar todos os sonhos e esperanças, agradecimentos e anseios de realização para a Vida Superior de seu filho que lhe pertence pelo coração.

Sempre o seu,


Áulus

NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


17 — Carta psicografada pelo médium F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, a 26/4/1980.


18 — Renato e Ricardo — Sobrinhos de Áulus, filhos de Cristina e Carlos.


19 — Tio Antônio — Antônio Furtado Damasceno, tio avô, desencarnado em 28/10/1938.


20 — Júnior — Afrânio de Paula e Silva Júnior, tio materno, desencarnado em 14/4/1979.



“Com a gratidão e o amor que plantaram em meu íntimo”

Meu caro papai Urbano e querida mãezinha Camélia. Meu pedido de bênção.

Aqui é simplesmente um comunicado rápido. Sei que a noite não comporta longas laudas escritas.

Desejo agradecer as lembranças de aniversário e cumprimentar ao nosso Marcos pela data próxima do natalício. Temos acompanhado, querido irmão, as suas meditações e peço-lhe calma. O homem no mundo encontra por vezes problemas muito difíceis de resolver, mormente quando esses problemas envolvem assuntos do sentimento. Pense devagar e continue esperando mais tempo, a fim de assumir responsabilidades. Sobretudo não se esquente demais na intimidade dos próprios pensamentos e sim, convém voltar ao tempo das preces com mamãe e com a vovó Jerônima a fim de reaprendermos o “Pai Nosso que estás nos Céus…”

Hoje creio que, em nos sentindo homens feitos na Terra, muita falta nos faz aquela simplicidade da criança que não conseguimos alijar da personalidade, especialmente quando o sofrimento nos inclina à procura de reconforto e proteção. Atendamos ao melhor que possamos realizar em nossas possibilidades e sigamos adiante.

Envio lembranças à Cristina, ao Carlos, à Marta e a todos os corações queridos presentes e ausentes.

O vovô Afrânio prossegue na tarefa de abençoar-nos e proteger-nos nos caminhos do cotidiano e rogo que isso seja comunicado à vovó Jerônima, com a certeza de que a Bisavó Quintiliana, nossa querida benfeitora, não a esquece e nem se esquece de nós em nosso grupo doméstico.

Papai Urbano, diga por mim à mãezinha Camélia e aos nossos as palavras de encorajamento que não sei articular.

Reúno a todos em meus braços, com a gratidão e o amor que plantaram em meu íntimo.

Aos pais queridos e à nossa família, todo o reconhecimento com o imenso afeto do,


Áulus

NOTAS


21 — Carta psicografada pelo médium F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, a 12/8/1980.


22 — Desejo agradecer as lembranças de aniversário — Áulus teria feito aniversário no dia 14/7.


23 — Cumprimentar o nosso Marcos pela data próxima do natalício. — Seu irmão aniversaria no dia 23/8.


SEXTA CARTA


“Do “lado de cá”, igualmente necessitamos de que todos cooperem conosco”

Querida mãezinha Camélia e querido papai Urbano.

Lembro-me da bênção em casa e peço-lhes semelhante auxílio. Benefício que espero da vovó Jerônima igualmente.

É isso. Abeiramo-nos desta mesa de intercâmbio espiritual e, às vezes, insistimos com amigos e parentes, a fim de que mobilizem o lápis. E se esquivam, referem-se à estranheza de que se reconhecem possuídos, diante da expectativa de se manifestarem perante amigos generosos de quem absorveriam o tempo, segundo alegam. Por isso, é preciso que alguém assuma o problema.

Não me sinto capaz de substituir o vovô Afrânio aqui conosco, e muito menos a vovó Quintiliana, a quem não chamarei de bisa; entretanto, eles mesmos me encarregam de transmitir a notícia de que estão passando regularmente bem, com a saudade de permeio, à feição de uma doença cronificada nestes pagos em que nos vemos hoje.

Estimaria guardar qualidades para falar com segurança aos irmãos quanto ao futuro iluminado de bênçãos que lhes desejamos; no entanto, somos também novatos na 5ida Espiritual e, muito embora o esforço que se desenvolve para que a gente se sinta mais leve para diminuir o peso das preocupações que agitam os nossos entes amados no Plano Físico, somos forçados a notar, pelo menos quanto a mim, que tenho ainda muita carga mental para ser deposta no caminho.

Ainda assim é necessário criar coragem e pedir ao nosso Marcos para que confie em Deus para se observar mais seguro em si mesmo. Sei que as surpresas de caráter negativo são numerosas a cercarem o coração dos companheiros mais jovens na arena do mundo, mas se posso, rogo ao irmão refletir sempre, quanto a quaisquer atitudes que pretenda aditar no currículo da vida, a fim de que os acertos nos favoreçam no cotidiano. E que a oração se nos faça escora para que o carro de nossos sonhos e aspirações não sofra acidentes que o desmontem. Muita gente crê que a meditação em prece é tempo perdido, mas chegará o tempo de se reajustarem opiniões para quem assim raciocine. A oração é uma bênção que nos oferece a pausa de revisão de quaisquer planos que estejamos formulando para os minutos em andamento. Mas não preciso alinhavar sermões porque o mano é inteligente bastante para discernir.

Peço à mãezinha Camélia dizer por mim à Cristina e Marta que não as esqueço e que compreendo a importância dos cursos que fazem sob o amparo de Jesus. Cristina no ministério de esposa e mãe, onde as notas são conhecidas, por enquanto, somente na Espiritualidade, e Marta nos estudos em que a formação acadêmica lhe proporcionará novas chances de conquistar mais felicidade pelo conhecimento superior que vai entesourando. E eu também de minha parte frequento agora um educandário diferente, aquele em que somos convidados ao exame gradual de nós mesmos, com as possíveis demonstrações de trabalho, visando à promoção a mais serviço, porque nestas bandas, serviço que auxilie a todos os que nos cercam é privilégio que se procura avidamente, a fim de que o nosso progresso não se faça ilusão.

Querida vó Jerônima, o tio Júnior prossegue muito bem, apesar do antigo tema da carência afetiva que o prende ainda, como é natural, à família querida na retaguarda. E o vovô Afrânio com a vó Quintiliana lhe solicitam a continuidade de sua fé em Deus na dedicação habitual a todos os nossos familiares queridos, prometendo-lhe velar pelo tio Durval e pelo tio Anésio.

Prometemos nós também colaborar com os corações inesquecíveis que ficaram, mas penso que posso afirmar que, do “lado de cá”, igualmente necessitamos de que todos eles cooperem conosco para que as nossas equações de apoio mútuo funcionem sem erros ou desajustes. Intercâmbio real, em que as mãos doam de si o melhor que possuem e esperam algo receber para que o trabalho do bem não atravesse frustrações. Enfim, vamos indo… graças a Deus estamos seguindo bem porque todos estamos com a possibilidade de fazer alguma coisa pelo bem do próximo e consequentemente para o bem de nós mesmos.

Queridos meus, agora é aquele momento do “até” — do “até” que em si é uma palavra sempre sibilina, porque pertence muito mais aos Desígnios de Deus do que aos nossos próprios desejos.

Agradeço à mãezinha Camélia e à vó Jerônima as preces e bênçãos de sempre, e abraço em meu pai a família inteira.

Muito carinho a todos, com os melhores votos de felicidade a cada um de nossos familiares e a cada um de nossos companheiros aqui presentes, com todo o coração do


Aulinho.

NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


24 — Carta psicografada pelo médium F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, a 29/3/1981.


25 — Tio Durval — Durval de Paula e Silva, tio materno.


26 — Tio Anésio — Anésio de Paula e Silva, tio materno.


27 — Aulinho — Tratamento carinhoso que lhe davam os familiares, desde que nasceu.


Hércio Arantes


Áulus. n
Francisco Cândido Xavier

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