Registros Imortais

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Capítulo LXXXIV

Inferninho


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84ª reunião | 26 de junho de 1958


: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Laura Nogueira Lima, Geni Pena 10avier, Francisco Teixeira de Carvalho, Antônio Cordeiro de Albuquerque, Antônio Inácio de Melo, Edite Malaquias 10avier, Gil de Lima, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira, Hélio Coscarelli, e Waldemar Silva.


Meus amigos, nós, em Jesus para que Jesus esteja em nós!

Figuremos nossa alma como sendo uma casa. A casa que o Senhor nos concede no mundo contra a intempérie. Observando o recinto doméstico, reconheceremos o caráter inalienável da limpeza e da segurança para que tudo esteja em ordem.

Um recinto de janela aberta à corrente de ar frio faculta o choque orgânico de graves consequências. Alguns segundos de porta invigilante sugere latrocínio ao amigo transviado que ainda não dispõe das oportunidades de educação que nos felicitam.

Um pequeno engano de condimento intoxica a assembleia familiar.

A ausência da água cria atentados contra a higiene.


Alguns instantes de olhos concentrados na parte menos feliz da personalidade alheia precipitam-nos, por vezes, em longa descida à sombra.

Alguns instantes de ouvidos descerrados à maledicência conduzem-nos à calúnia e à discórdia.

Uma simples palavra imprópria envenena as disposições mentais de quem nos ouve.

A deserção da humildade pode comprometer-nos o equilíbrio da própria vida.

Evitemos, assim, as tristes fecundações da treva. A grande erosão começa de um golpe na terra frágil. A leve faísca pode gerar o incêndio destruidor.

Auxiliemos, com discrição e caridade a ignorância dos outros, como nos seja possível, e silenciemos sempre onde e quando não nos seja possível auxiliar. Diante do pior praticado por nosso companheiro, recordemos o melhor que ele desejaria ter feito. Ante a deficiência do próximo, mentalizemos a condição superior que ele aspire.

Todos somos necessitados… Uns mais, outros menos…

O próprio Cristo de Deus — o anjo sem mácula — precisou da manjedoura para abordar a Terra e precisou da cruz para morrer, a fim de fazer-se compreendido. Foi ele mesmo quem afirmou certa feita: “Quando duas ou mais pessoas estiverem reunidas em meu nome, estarei eu no meio delas”. (Mt 18:20) Isso é uma sugestão para a sementeira de luz na oração e na ação. Atendamos ao apelo do nosso divino Mestre, porque em região diferente da Boa Nova a sociedade moderna costuma hoje igualmente afirmar que onde duas ou mais pessoas se reúnem para comentar as infelicidades alheias aí se constrói um inferninho, e de inferninho a inferninho todos poderemos atingir o inferno maior.




Comunicação recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.



André Luiz
Francisco Cândido Xavier


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