Relicário de Luz

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Capítulo LXXXVIII

Na ascensão


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Poderás, em verdade,

Exercer facilmente

O nobre auxílio aos outros.


Não te custa sorrir

Para os filhos da dor

Que choram desolados

Quando brilha a alegria

No caminho em que avanças.


Não te pesa entregar

A quem sofre com fome

Quanto te sobra à mesa

Na graça da abastança.


Não te pesa o consolo

Quando a calma te ajuda,

Nem te fere amparar

A quem geme na sombra

Quando há sol em teu peito,

Sob as bênçãos do céu…


Mas o auxílio a ti mesmo

Nas chagas da amargura,

Pelo santo remédio

Da humildade e da paz,

É sempre o sacrifício

E a renúncia em ação.


Se desejas, portanto,

Redimir a ti próprio,

Se procuras, na vida,

O socorro a ti mesmo,

Aprende a caminhar

Sob a cruz do dever,

Aceitando na dor

O bálsamo divino…


Se pretendes subir

Ao calvário da glória,

Procurando com Cristo

A Eterna redenção,

Recebe em cada golpe

Da jornada terrestre,

O generoso impulso

Da vida que te eleva

Dos abismos da treva

Aos píncaros da luz.




Rodrigues de Abreu
Francisco Cândido Xavier

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