Relicário de Luz

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Capítulo XVIII

Mestre e discípulo


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Nasce o Mestre na manjedoura do coração.

Sorri divinamente entre os impulsos sentimentais; mostra-se à razão, à luz da estrela da fé; desenvolve-se, dia a dia, sob os cuidados da alma; alegra a paisagem mental, renovando a esperança!…

Ainda menino, sobe ao templo do cérebro, e fala com simplicidade, confundindo raciocínios doutos.

Movimenta-se, desde então, no cosmos individual; aproveita sentimentos singelos, como se valeu de pescadores humildes e começa o apostolado, da conversão do aprendiz.

Devolve movimento no coração paralítico; restitui a visão aos olhos enganados; limpa a lepra do mal ao pensamento invigilante. Equilibra-lhe a mente invadida pelos princípios das trevas; revela-lhe a lei do amor acima dos códigos humanos; transforma-o, dia a dia, pela divina atuação.

E, quando o mundo inferior se rebela contra o discípulo, une-se mais a ele, no cenáculo do espírito. Dá-lhe instruções baseadas na submissão a Deus; revela-lhe o mundo maior, glorificando o sacrifício; dilata-lhe a personalidade, exemplificando a renúncia; eleva-lhe a estatura, semeando entendimento…

Atingindo o Calvário das responsabilidades interiores, quando o aprendiz isolado, está sozinho em si mesmo, entre milhões de pessoas, é o mesmo Senhor nascido no presepe íntimo, que o ampara no monte do crânio, concedendo-lhe serenidade para a cruz dos testemunhos, a fim de que aprenda em turbilhões de luta: a sofrer amando; a orar, construindo; a morrer, perdoando, para que, em pleno infinito da ressurreição eterna, haja mais luz divina sobre as trevas humanas, mais alegria celeste sobre as dores terrenas, e a nova bênção resplandeça no círculo das criaturas, em favor de nossa redenção para um mundo melhor.




Essa é a 33ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.



André Luiz
Francisco Cândido Xavier


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