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Capítulo XLV

Impaciência


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(O Evangelho )


Assunto importante nas áreas da paciência: a cura da impaciência que frequentemente alimentamos a detrimento de nós próprios.

Se somarmos os dias e os minutos que sacamos nos créditos do tempo, a fim de acalentar irritação contra nós mesmos, verificaremos que o desespero manifesto ou imanifesto se nos erige na existência em fator de dilapidação, desencadeando enfermidade ou desequilíbrio, desastre ou morte prematura.

E não é só no setor de prejuízo pessoal que o tema nos merece reflexão. A intemperança mental, à frente de nossas fraquezas ou desacertos, gera nos outros azedume ou desânimo, tristeza ou prevenção, estragando-lhes a vida.

Nas horas em que nos conscientizamos, acerca dos erros que nos sejam próprios, acalmemo-nos para pensar, ao invés de lastimar-nos sem proveito.

Registrar as nossas falhas, diligenciando saná-las ou suprimi-las, de vez que, menosprezando responsabilidades e compromissos, menosprezamos a nós mesmos. Devemos examinar-nos com paciência e coragem que nos induzam a melhoria.

Teremos errado, fracassado, destruído recursos ou sofrido ilusões e desilusões.

Queixa inútil e autopiedade, porém, não edificam.

Reconheçamos com sinceridade os obstáculos, mutilações morais, conflitos e deficiências que ainda nos caracterizem o modo de ser e que comumente nos fazem cair no chão do arrependimento. Entretanto, não nos permitamos permanecer estirados em angústia vazia e, sim, compreendendo os tesouros do tempo de que a Divina Providência nos enriqueceu, procuremos reerguer-nos, trabalhar, corrigir-nos e burilar-nos, tantas vezes quantas se nos façam necessárias, porque a impaciência, de qualquer modo, de nada nos serve e nem ajuda a ninguém.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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