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Capítulo IV

Provas da virtude


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(O Evangelho )


A riqueza material é chamada na Terra a provas características.

Quando se não associa ao trabalho e ao progresso, à educação ou à beneficência, perde nos exames da vida, rebaixando-se à condição de avareza.

A virtude é também constantemente intimada a testes que lhe confirmem o valor.

Que será do ignorante sem professor que o instrua; do enfermo sem alguém que o assista com o remédio necessário; do cego sem guia; da criança absolutamente desvalida de apoio com que se lhe dê orientação?

Se já te equilibraste, do ponto de vista do sentimento e do raciocínio, detendo a possibilidade de conservares o pensamento reto, por cima dos próprios ombros, compadece-te dos irmãos que ainda não te alcançaram a eminência espiritual e ampara-lhes o reajuste, em bases de simpatia e cooperação.

Recorda que Deus a ninguém desampara. E semelhante princípio começa a patentear-se nos departamentos mais simples da natureza.

A roseira é um emaranhado de espinhos ornamentado de flores.

Não existe diamante autêntico que não haja sido carvão…

Se tens a posse da virtude, que te assegura paz e conhecimento, não fujas de socorrer aqueles que sabes em duros problemas, na conquista do próprio equilíbrio e sustentação.

Para isso, não é preciso lhes adotes os conflitos e desajustes, tanto quanto o médico, para ajudar, não necessita estirar com o doente no mesmo leito. Basta te disponhas a auxiliar com bondade e entendimento.

Compreender, no bom sentido, é ver para abençoar, aliviar, amparar, construir ou reconstruir.

E se dúvidas te surgirem na alma, sempre que te decidas a servir, lembra-te de Jesus quando, por outras palavras, nos afirmou, convincente: — “De mim mesmo, não vim ao mundo para curar os sãos.” (Lc 5:31)




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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