Retratos da Vida
Versão para cópiaQuestões de mulher
Recebi o seu bilhete, Prezada irmã Guiomar, Anotando três consultas: União, mulher e lar. Três colunas vigorosas De expressão indefinida, À feição de pedestais, Para a grandeza da vida. União surge primeiro, O lar reponta depois; A mulher recorda a luz Que Deus coloca entre os dois… Nesta verdade tão simples Para qualquer dos mortais, Todo homem pode muito, Mas a mulher pode mais. Foram feitos um e outro, Ela, o anjo, ele, o herói, Para marcharem unidos Em tudo o que se constrói. Quando falham entre si, Surgem problemas em cacho, Onde a brecha se desdobra, A construção vem abaixo. Olhe o romance de Joana: Trocou Joaquim por Galeno, Mas Galeno quis Lolota Que arrasou Joana a veneno. Lilita não desculpou Alguns deslizes de Alberto… O esposo ao ver-se humilhado, Matou-se com tiro certo. Dura tragédia a que vimos Em nosso Tião Cerqueira, Largado pela mulher, Jogou-se da ribanceira. Querendo sobrepujar O marido, Adão Ventura, Dona Quintina da Prata Teve morte prematura. Jandira fugiu de casa Por não perdoar Castilho, Mas provocou simplesmente A perda do próprio filho. Deixou o lar sem razão Dona Cota de Inhaúma, Fez-se mulher de prazer Mas sem paz em parte alguma. Julgando o esposo infiel, Suicidou-se Aninha Graça, O pobre caiu vencido Entre o delírio e a cachaça. Lilia da Conceição Largou Juquinha Belém, Tornou-se mulher de muitos, Sozinha como ninguém. Zina por ódio e vingança Largou Janjão Calatrava, Mas lacrou no sanatório As filhas que idolatrava. Teotônia por desavença Lançou o esposo no lixo, Hoje é mulher desprezada Na mata do Carrapicho. Por toda parte do mundo Se a mulher larga o dever Deserções, crimes, suicídios, São fáceis de aparecer. De toda conquista humana Que temos e que virão Deus situou na mulher A paz, o amor e o perdão. E o homem? Não me perguntem… Ao nascer, vezes e vezes, Já começa dependendo Da mulher por nove meses. Se sofre, nunca se queixe, Tolere irmã Guiomar, A justiça vem de Deus Ninguém precisa apressar. |
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