Revelação

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Capítulo I
Ilustração tribal

Regeneração


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Pelo médium possuído,

Disse, o rude obsessor,

Por favor, ninguém me fale

Em perdão, bondade e amor.


Se roubaram minhas terras

Quebrando normas de lei,

Conheço meus inimigos,

Bem os conheço, bem sei…


Toda terra desta vila

É minha propriedade,

Pela força do progresso

Ei-la virando cidade…


Vários ladrões se reuniram,

Tudo de caso pensado,

E usando papéis de fraude

Puseram-me derrotado.


Firmina, minha mulher,

Morreu de tanto desgosto.

Ela deve estar no Céu

E estou firme no meu posto.


Deixei meus dois pequeninos,

Com nossa Tia Constança,

E aqui continuo agindo

Em meus planos de vingança.


Falou o doutrinador:

Meu irmão, perdoa e esquece;

No caminho do perdão,

O ódio desaparece.


O obsessor prosseguiu

Dizendo frases insanas,

Dando incômodos ao grupo

Por quatro longas semanas.


Mas noutra rua existia

Um espírita nobre e genuíno,

Pedreiro de vida simples

Chamado irmão Bernardino.


Ele foi solicitado

A ajudar o vingado;

Sob tensão veio ao grupo,

E orou com grande fervor.


Diante do obsessor,

Exclamou: meu caro irmão,

Soube aqui que a sua paz

Depende do seu perdão.


Ante a pequena assembleia

Da sessão de amor e luz,

Pediu ao pobre rebelde,

Que recordasse Jesus!…


O obsessor em gestos rudes,

Parecia sem lugar,

E com o assombro de todos,

O pobre pôs-se a chorar.


Bernardino compungido

Dava-lhe paz e esperança,

Entretanto, o vingador,

Chorava sem confiança.


Depois gritou: Deus me livre

Deste ódio que não sai.

Bernardino, meu amigo,

Vem a mim! Eu sou seu pai!…




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier

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