Revelação
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Regeneração
Pelo médium possuído, Disse, o rude obsessor, Por favor, ninguém me fale Em perdão, bondade e amor. Se roubaram minhas terras Quebrando normas de lei, Conheço meus inimigos, Bem os conheço, bem sei… Toda terra desta vila É minha propriedade, Pela força do progresso Ei-la virando cidade… Vários ladrões se reuniram, Tudo de caso pensado, E usando papéis de fraude Puseram-me derrotado. Firmina, minha mulher, Morreu de tanto desgosto. Ela deve estar no Céu E estou firme no meu posto. Deixei meus dois pequeninos, Com nossa Tia Constança, E aqui continuo agindo Em meus planos de vingança. Falou o doutrinador: Meu irmão, perdoa e esquece; No caminho do perdão, O ódio desaparece. O obsessor prosseguiu Dizendo frases insanas, Dando incômodos ao grupo Por quatro longas semanas. Mas noutra rua existia Um espírita nobre e genuíno, Pedreiro de vida simples Chamado irmão Bernardino. Ele foi solicitado A ajudar o vingado; Sob tensão veio ao grupo, E orou com grande fervor. Diante do obsessor, Exclamou: meu caro irmão, Soube aqui que a sua paz Depende do seu perdão. Ante a pequena assembleia Da sessão de amor e luz, Pediu ao pobre rebelde, Que recordasse Jesus!… O obsessor em gestos rudes, Parecia sem lugar, E com o assombro de todos, O pobre pôs-se a chorar. Bernardino compungido Dava-lhe paz e esperança, Entretanto, o vingador, Chorava sem confiança. Depois gritou: Deus me livre Deste ódio que não sai. Bernardino, meu amigo, Vem a mim! Eu sou seu pai!… |
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