Capítulo V

Nos Círculos da matéria


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(O Livro dos Espíritos — )


Superando as vulgaridades que lhe assinalam a romagem na carne, o Espírito reconhece a sua posição de internado nos círculos da matéria que, a seu turno, é simplesmente o conjunto das vidas inferiores, suscetível de ser examinado pela nossa capacidade de apreciação.

Em seus múltiplos estados, a matéria é força coagulada, dentro de extensas faixas dinâmicas, guardando a entidade mental de tipos diversos, em seu longo roteiro evolutivo.

Corpos sólidos, líquidos, gasosos, fluidos densos e radiantes, energias sutis, raios de variadas espécies e poderes ocultos tecem a rede em que a nossa consciência se desenvolve, na expansão para a imortalidade gloriosa.

O homem é um gênio divino em aperfeiçoamento ou um anjo nascituro, no grande império das existências microscópicas, em cujo âmbito é escravo natural das ordenações superiores e legítimo senhor das potências menores.

Em torno dele tudo é movimento, transformação e renovação. No seio multifário da natureza em que se agita, tudo se modifica no embate turbilhonário das energias que lhe favorecem a experiência e a ascensão.

Embora a ordem dominante nos elementos infra-infinitesimais, tudo aí se desfaz e se refaz incessantemente, oferecendo ao Espírito fases importantes de materialização e desmaterialização, dentro de leis sistemáticas que funcionam em igualdade de condições para todos.

Mas, além dos elementos químicos analisados, entre o hidrogênio e o urânio, que se agrupam no Planeta, através de infinitas combinações, jazem as linhas de força do mundo subatômico, geradas pelos potenciais elétricos e magnéticos que presidem a todos os fenômenos da vida e, por trás dessas linhas positivas, neutras ou negativas, que constituem a matéria, verdadeira aglomeração de sistemas solares microscópicos e de nebulosas infinitesimais, permanece o pensamento que tudo cria, renova e destrói para refazer.

A energia mental é o fermento vivo que improvisa, altera, constringe, alarga, assimila, desassimila, integra, pulveriza ou recompõe a matéria em todas as dimensões.

Por isso mesmo, somos o que decidimos, possuímos o que desejamos, estamos onde preferimos e encontramos a vitória, a derrota ou a estagnação, conforme imaginamos.

A história da Criação, no livro de Moisés, idealizando o Senhor diante do abismo, simboliza a força da mente perante o cosmo. “Faça-se a luz — determinou a Divina 5ontade — e a luz se fez sobre as trevas.” (Gn 1:3)

Por nossa vez, cada dia, proclamamos com as nossas ideias, atitudes, palavras e atos: — “Faça-se o destino!” E a vida nos traz aquilo que dela reclamamos.

Os acontecimentos obedecem às nossas intenções e provocações manifestas ou ocultas.

Encontraremos o que merecemos, porque merecemos o que buscamos. A existência, pois, para nós, em qualquer parte, será invariavelmente segundo pensamos.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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Gênesis 1:3

E disse Deus: Haja luz. E houve luz.

gn 1:3
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III Joao 1:3

Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade.

3jo 1:3
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