Seara de fé
Versão para cópiaNormas da vida
Amigos devotados te acompanham, Quando clamas a sós, sem que o mundo te veja, Sob a fé que reténs, humilde e benfazeja, Na proteção do Céu que te anota o pesar; São amigos que volvem de outros Planos, Envolvendo-te em paz e a guardar-te em amor, Que te ofertam apoio e te rogam à dor: — Trabalhar, esquecer, esperar e esperar. Sofreste amargas provas pela estrada, Carregas em ti mesmo o estranho atrito Das largas dores que em teu peito aflito São nuvens que te fazem desvairar; Entretanto, asserena-te e prossegue Nos encargos que o mundo te confia, Porque o dever nos pede, a cada novo dia: — Trabalhar, esquecer, esperar e esperar. Padeces o abandono de entes caros, Viste o sonho tornar-se desencanto, O tempo se te fez angústia e pranto, Portas a dentro de teu próprio lar; Queres renovação e segurança, Encontrar a ventura como a sentes, Mas a vida te roga às lágrimas ardentes: — Trabalhar, esquecer, esperar e esperar. A esperança palpita em toda a Terra, De recanto a recanto, pólo a pólo, Dos abismos recônditos do solo Aos montes refletindo a luz solar; O cacto no deserto pede orvalho, Roga o deserto poços de água pura E, em torno, ouve-se a prece da secura: — Trabalhar, esquecer, esperar e esperar. Desce a fonte dos ápices da serra, Desenrola a corrente, fio a fio, Anseia conquistar a grandeza do rio, A fim de surpreender os segredos do mar; Há hora de plantio e há hora de colheita, Na Terra, a expectação é marca em tudo E nela escreve o Tempo, — o sábio amigo e mudo: — Trabalhar, esquecer, esperar e esperar. Assim também, alma nobre e fraterna, Se a presença da luta te atordoa, Não esmoreças… Segue, ama, perdoa E continua a crer, a servir e elevar; Fita no Azul Celeste os sóis suspensos E reconhecerás, alma querida, Que a vós do próprio Deus nos pede à vida: — Trabalhar, esquecer, esperar e esperar… |
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