Sementeira de Paz

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Capítulo LXV

Na festa do Professor


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14/12/1947


Nesta noite de alegria,

Meu prezado professor,

O seu natal festejamos

Em preces de paz e amor.


Comigo bulhentos bandos

De trêfegos pequeninos

Beijam-lhes as mãos dadivosas

E exaltam-lhe os dons divinos.


Todos eles trazem flores

De afeto e de gratidão,

Que as flores falam mais alto

Das bênçãos do coração.


Receba da menorzinha,

Da pequena Maristela,

Um ramo todo orvalhado

De glicínias da janela.


Mais duas chegam contentes.

São elas Cristina e Wanda!

Com joias das trepadeiras

Que florescem na varanda.


Agora é aquele peralta,

O traquinas João Cotuba,

Que lhe traz, regenerado,

Uma flor de jurujuba.


O João Pica-Pau, aquele

Das pancadas e comidas,

Tem um buquê cor de neve,

Composto de margaridas.


Repare quem vai chegando!

É a endiabrada Laurinda,

Que lhe oferta, carinhosa,

Um galho de acácias lindas.


Olhe agora! Quem diria?

É o teimoso Ezequiel,

Com ramalhetes das flores

De trevos, cheirando a mel.


Antonico, o aleijadinho,

Que a própria mãe jamais quis,

Vem trazer-lhe alegremente

Dois formosos bogarís.


Guilhermino, o preguiçoso,

Que chorava dia inteiro,

Mostra um ramo grande e belo

De flores do jasmineiro.


Lelé, Xandoca e Iracema,

As maiores das meninas,

Colheram grandes braçadas

De esporas e de cravinas.


Os demais trazem consigo

Auréolas de terno encanto,

Formadas no roseiral

Que seus filhos amam tanto.


Bendito seja o seu nome!

Continue feliz assim!…

Tantos netos Deus lhe deu

Por esse mundo sem fim…


Nosso abraço, grande amigo!

Que lhe conceda o Senhor

A luz da vida infinita

E a paz do infinito amor.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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