Sentinelas da Alma

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Capítulo XII

Prece do escritor


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Senhor!…

Agradeço o ofício de escritor que me deste. Venho, porém, a ti, rogar luz para que a sombra que ainda carrego não interfira na mensagem do Bem Eterno que nos determinas espalhar. Compreendo que as letras do alfabeto são projéteis e sementes do espírito com que nos permites criar processos de vivência que desenvolvam a paz e o progresso e que obedeçam ao critério de construção da felicidade para todas as criaturas.

Mandas, no entanto, que o tempo varra todas as páginas surgidas da incompreensão ou do desequilíbrio, por detritos do pensamento, nos domínios do verbo escrito.

Ninguém recorda na Terra o que se escreveu ao tempo de Moisés, contra os princípios que te resumiram as leis, mas os mandamentos do Sinai estão vivos por te expressarem a Misericórdia e a Justiça.

As peças editadas contra Jesus, no Cristianismo nascente, moram em museus ou foram integralmente destruídas, no entanto, os ensinos do Benfeitor Eterno, gravados pelos seguidores, estão cada vez mais atuantes nas vanguardas da Civilização, impelindo os homens à concórdia e à educação, ao entendimento e à segurança.

Senhor! Os simples sinais que se configuram por letras, condensando-nos vibrações e conceitos no campo das ideias, conseguirão fazer muito mais em favor da Humanidade do que baionetas e canhões, bombas e tanques, se forem manejados para o Bem.

Ensina-me, Deus de Infinita Bondade, a descobrir a melhor forma de servir aos semelhantes, através da palavra escrita, e faze-me saber que só existe uma vitória real na vida aquela do bem extinguindo o mal e a da luz desfazendo as trevas.




Meimei
Francisco Cândido Xavier

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