Sentinelas da Alma

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Capítulo XIV

A migalha de amor


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Não menosprezes a migalha de amor que te pode marcar o concurso no serviço do bem.

Estende o coração através dos braços e auxilia sempre.

Quem definirá, entre os homens, toda a alegria da xícara de leite nos lábios da criancinha doente ou da gota de remédio na boca atormentada do enfermo? Quem dirá o preço de uma oração fervorosa, erguida ao Céu, em favor do necessitado? Quem medirá o brilho oculto da caridade que socorre os sofredores e desvalidos?

Que ouro pagará o benefício da fonte, quando a sede te martiriza? e onde o cofre repleto que te possa valer, no suplício da fome, quando a casa está órfã de pão?

Recorda a importância do pano usado para os que choram de frio, da refeição desaproveitada para o companheiro subnutrido, do vintém a transformar-se em mensagem de reconforto, do minuto de conversação consoladora que converte o pessimismo em esperança, e auxilia quanto possas.

Lembra-te de que Jesus renovou a Terra, utilizando diminutas migalhas de boa vontade e cooperação… Dos recursos singelos da Manjedoura faz o mais belo poema de humildade, (Lc 2:1) de cinco pães e dois peixes retira o alimento para milhares de criaturas, (Mt 14:13) em velhos barcos emprestados erige a tribuna das sublimes revelações do Céu… (Mt 15:29) Para ilustrar seus preciosos ensinamentos, detém-se na beleza dos lírios do campo, (Lc 12:27) salienta o valor da candeia singela, (Mc 4:21) comenta a riqueza de um grão de mostarda (Mc 4:30) e recorre ao merecimento de uma dracma perdida. (Lc 15:8)

Não olvides que teu coração é esperado por bênção viva, na construção da felicidade humana e, empenhando-lhe, agora, a tua migalha de carinho, recolhê-la-ás, amanhã, em forma de alegria eterna no Reino do Eterno Amor.




Meimei
Francisco Cândido Xavier


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