Sentinelas da Luz

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Capítulo XVIII

Solidariedade


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Sem o devido culto à solidariedade na vida, indiscutivelmente, nossos passos, por mais firmes, não surpreenderiam à frente senão desequilíbrio e perturbação, desentendimento e morte.

Afere-se o valor da criatura em função da sociedade em que vive.

Imaginemos o senhor da mais alta fortuna terrena, relegado a plano deserto…

O dono da melhor inteligência sem ouvidos que o ouçam…

O pastor sem rebanho…

O palácio imponente sem viv’alma que o povoe…

O navio mais suntuoso navegando sem ninguém…


Não adiantam a excelência e o poder, a riqueza e o destaque sem proveito.

A solidariedade reside nas bases mais simples da vida, para que a vida se estenda em cânticos de alegria e glorificação.

A fonte alimenta o arvoredo e o arvoredo protege a fonte, oferecendo-nos, com isso, a bênção do fruto.

As pedras resguardam o cimento que as reúne e o cimento equilibra as pedras que o consolidam, doando-nos o refúgio do lar.

Tudo é interdependência e sustentação recíproca nos mínimos recantos da natureza, para que o homem desfrute o aprendizado da existência no corpo — breve estágio de luta — para a sublime ascensão à Imortalidade Vitoriosa.

Atendamos aos impositivos da fraternidade e compreendamos que a Lei Divina, em tempo algum, nos deseja confiados ao insulamento que, no fundo, é sempre egoísmo, ainda mesmo quando nos retiremos do combate humano, a pretexto de conservar a virtude e garantir a fé.

A própria família consanguínea a que todos nós nos enquadramos, quando no mundo carnal, é uma ordem de assistência mútua.

Ninguém surge na Terra, sem o carinho do berço e o berço é sempre a ternura de mãe, a desfazer-se em talentos de paz e luz.


Honremos ao Senhor que nos honra com as oportunidades atuais de realização e serviço e amparando-nos, uns aos outros, de acordo com as nossas deficiências, abreviaremos nosso caminho de acesso à Felicidade Maior.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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