Amar e Servir

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CAPÍTULO 44

RESPONSABILIDADE E TOLERÂNCIA

Ninguém foi mais tolerante do que Jesus, nem mais zeloso arauto e defensor da Verdade e da Justiça.

Tolerou sempre, imperturbavelmente, as diatribes de sacerdotes e escribas, a ingratidão de beneficiados, a agressão de conterrâneos, a deserção de discípulos e até a traição de um apóstolo de seu íntimo convívio.

Jamais, porém, solidarizou-se com as deturpações da lei mosaica, praticadas por dignitários insensatos, alertando constantemente os seus seguidores contra os maus exemplos dos falsos puritanos.

Recomendou que se desse a César o que era de César, mas determinou igualmente que se desse a Deus o que era de Deus.

Desculpou invariavelmente as ignomínias de seus perseguidores, mas expulsou com energia, do Templo de Jerusalém, os vendilhões que faziam da Casa de Seu Pai uma casa de negócios.

O insigne Codificador do Espiritismo, seguindo os exemplos do Messias, foi valoroso paladino da liberdade das consciências, mas resistiu a todos os apelos a concessões indevidas, para garantir, à custa de amarguras e de apodos, a pureza da Doutrina que o Espírito Consolador lhe confiara.

É que o direito à liberdade de pensar e agir é patrimônio inalienável de cada ser humano, mas não pode servir de justificativa para a conspurcação do que é santo, justo e verdadeiro.

Têm todos os companheiros de ideal, e até os que dele discordam, o direito de manter e divulgar as suas opiniões e de agir conforme os seus sentimentos, mas não podem perturbar nem corromper a marcha dos trabalhos e dos programas da Casa de Ismael, nem a das outras instituições leais à sã Doutrina do Espiritismo Evangélico e às disciplinas adequadas de seu comportamento.

A tolerância fraternal é obrigação inarredável de todos nós, mas aos administradores da Seara do Senhor incumbe o imperativo da responsabilidade inafastável pela guarda e pela defesa das coisas santas de Deus.


Áureo



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