Amar e Servir
Versão para cópiaSILENCIOSO HEROÍSMO
Bem sabemos, amados companheiros, como é difícil e repleta de tropeços a jornada humana nos caminhos do mundo. Nunca é fácil o trato dos problemas existenciais, mormente em face das enfermidades, da penúria financeira, das inaptidões físicas, dos preconceitos sociais, das injustiças, das afrontas, das traições afetivas, das ameaças letais.
Natural parece-nos, por isso, que o entendimento comum tolere como inevitáveis e até justas as mais desastradas reações das pessoas ante as adversidades ou as frustrações, inda mesmo quando agressivas, perigosas ou mortais.
Há, por essa razão, quem não só desculpe como aplauda as explosões de ódio ou de vingança, os ataques de cólera incontida, as retaliações morais, os ludíbrios da esperteza, o desespero, o desânimo, a fuga ao dever, a deserção às responsabilidades mais sagradas, a autodestruição. .
Aos discípulos do Evangelho, à luz do Espiritismo, é inteiramente negado esse pretenso direito às reações egoístas e violentas, fora dos padrões da consciência esclarecida. É muito maior, em relação a eles, a exigência de um comportamento irrepreensivelmente cristão no fragor das lides humanas, o dever sempre bem cumprido, a resignação no sofrimento, o perdão incondicional das ofensas recebidas, o trabalho desinteressado e ininterrupto pelo bem geral.
É nessa forja de heroísmo anônimo que se acrisolam os seguidores sinceros de Jesus, arrostando muitas vezes, além dos seus próprios enigmas e das suas próprias dores, a incompreensão de quantos lhes desentendem a conduta inusual.
Eis por que vos acompanhamos com tão acrisolado carinho e afeto tão especial.
Avante, amigos, em vossa marcha silenciosa, ao longo dos vossos dias e das vossas noites, certos de que o Pai Celeste, que vê onde a vista humana não alcança, vos segue com divinal desvelo e vos abençoa com seu supremo amor.
Josélia