Tempo de Luz
Versão para cópiaCantiga da paz
Porque o Anjo da Paz lhe aparecesse, Interrogou-lhe o Homem, triste e aflito: — “Anjo Bom, que fazer para guardar-te A luz da Paz que trazes do Infinito?” Falou-lhe o Mensageiro: — “Foge, amigo, Do azedume, da mágoa, da aspereza, A santa escola da serenidade Brilha no coração da Natureza… Medita nas lições da fonte calma Que ampara e serve, prosseguindo além; Se a pedra surge, aprende a contorná-la E continua em paz, fazendo o bem. Demora-te na praia e vê nas águas A imensidão do mar que apenas sondas, Banhas-te renovando força e vida Sem alterar-lhe o ritmo das ondas. Estuda a árvore enorme e frondejante, Trabalhando sem perda de minutos, Sofre, produz e entrega-se a quem passa, Sem tornar posse de seus próprios frutos. Fita o Céu estrelado, olha a campina, Deixa que a brisa te acalente o rosto, Pensa no chão que te garante o passo, O ar que consomes não te cobra imposto. Não firas a ninguém, não guardes culpas, Um dia, deixarás o mundo aí… Resguarda-te no bem, trabalha e serve, E, quanto ao resto, Deus fará por ti. |
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