Tesouro de alegria
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Perdão e obsessão
Tremendo mal sem sintoma, Ódio é brasa em fogo forte, Pior do que o carcinoma Que traz a força da morte. Afirmação lapidar Da mais alta diretriz: Quem não sabe perdoar Não consegue ser feliz. Ante o golpe que te esmaga, Vingança não tem sentido, Quem fere já sofre a chaga Da dor de haver ofendido. Quanto cérebro fecundo!… Quantos engenhos na Terra!… E sem o perdão no mundo, Ninguém fugirá da guerra. De muita frase infeliz, Sofrendo, me perdoei; Mas erros de amor na vida Se me arrependo, não sei… Quem não tem pinta de louco, Já sabe, em termos gerais; Ter cem amigos é pouco, Um inimigo é demais. Obsessão diferente Atacou Altino Berta: Se via moças à frente, Ficava doído na certa. Obsessão insensata, Vimos em Joca Manduca: Ele ajuntou tanta prata, Que ficou lelé-da-cuca. Obsessão esquisita Marcou Antonino Gaza: Viveu oitenta e seis anos E nunca saiu de casa. Alma sempre enraivecida Na Terra, vem a perder Quase metade da vida Que poderia viver. Hoje, confesso sem graça, Embora buscando o Cristo: De tentação da cachaça Por enquanto, não resisto. O remorso do agressor É suplício, a fogo lento… Perdão é ato de amor Com nome de esquecimento. |
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