Tesouro de alegria

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Capítulo VII

Confiança


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Alma querida, não temas.

Que a fé não se te degrade

Ao romper da tempestade,

Qual maremoto a rugir;

Muita vez, o sofrimento

É o campo alto e fecundo,

Que impele as forças do mundo

À elevação no porvir.


Nas mínimas formações

Que alteram a natureza,

A dor é uma luz acesa

No apoio da evolução.

Olha a semente no solo,

Depois de enterrada viva,

Mais a luta se lhe ativa

Na própria germinação.


O mármore vigoroso

Nunca desvenda a obra-prima,

Que lhe atrai a humana estima

Sem o buril do escultor…

Fugindo à inércia do charco,

A fonte que desabrocha

Vence areia, pedra e rocha

E cria glebas em flor.


Reflete: o minério bruto,

Arrancado ao ninho morno,

Tomba aos martírios do forno

Para de novo se erguer;

É peça nas oficinas

No ar, na terra, nos mares,

Nas máquinas que anotares

Do progresso a resplender.


Se o mal, por vezes, parece

Dragão de sombras à vista,

Na guerra que te contrista,

Pensa na dor por mais luz…

Sobre os domínios do mundo,

Nas lutas de todo Plano,

Em qualquer conflito humano,

O vencedor é Jesus.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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