Trovadores do Além
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Prefácio
Intento nosso, há tempos, realizar estudo detalhado sobre a Trova e, tanto quanto possível, em torno dos Trovadores desencarnados, no que se lhes refere as características de estilo, nos moldes do que fizemos em “Antologia dos 1mortais”.
Organizando, porém, a presente seleta de cunho eminentemente popular, como que enfeixada por minúsculos corações do povo — as Trovas —, consideramos a inoportunidade de semelhante análise neste breve antelóquio, vinculado que nos achamos ao simples propósito de oferecer ao leitor nada mais que sucinta nota elucidativa para a devida apresentação desta obra, novo livro que entregamos aos amigos da Verdade e da Beleza, expressas em poesia, integralmente constituído de Trovas: líricas, folclóricas, didáticas, religiosas, de amor, etc., psicografadas em reuniões públicas da Comunhão Espírita Cristã, pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, muitas delas sob nosso testemunho pessoal.
À maneira do que sucedeu com a “Antologia dos 1mortais”, aqui comparecem poetas representativos de várias escolas literárias, salientando-se que expressiva percentagem se compõe de vates menos conhecidos do grande público, embora sejam quase todos nomes respeitáveis, à vista das páginas luminosas que produziram. É assim que ao lado de Maciel Monteiro, o nosso Félix D’Arvers, segundo Edgard Cavalheiro, que assim o classificou por se haver imortalizado com apenas o soneto “Formosa”, que lhe define a requintada sensibilidade, e juntamente com Emílio de Menezes, Da Costa e Silva, Francisco Otaviano, Alceu Wamosy, Luís Murat e outros aedos de renome nacional, aparecem, neste volume, Rita Barém de Melo, Aderbal Melo, Deraldo Neville, Antônio Azevedo, credores de nossa melhor admiração.
Poetas populares e folcloristas quais Cornélio Pires, Lulu Parola e Juca Muniz aqui se reúnem àquele que sem dúvida é um dos cantores máximos de nossa gente — Juvenal Galeno.
Curioso anotar que na obra comparecem muitos poetas da região norte do Brasil, cabendo salientar a presença de um bom número de associados da “Padaria Espiritual”, memorável grêmio literário de Fortaleza.
Observa-se a manifestação de poetas musicistas, como sejam Eugênio Savard e Celeste Jaguaribe.
De estrangeiros, encontramos Bernardo de Passos e Artur Ragazzi, este radicado no Brasil.
De Trovadores geralmente consagrados, renteando com vários outros, destacam-se Belmiro Braga, Colombina (Yde Schloenbach Blumenschein), Américo Falcão, Antônio Sales, Eugênio Rubião, José Albano, Virgílio Brandão e Raul Pederneiras.
A mulher brasileira faz-se representar nestas páginas por inolvidáveis poetisas desencarnadas, que se guindaram a elevado gabarito intelectual, distinguindo-se nomes quais 1rene Sousa Pinto, Maria Augusta dos Santos Giuvice (Vida), Antonieta Saldanha, Vivita Cartier, Delfina da Cunha, Targélia Barreto e Julinda Alvim, além das poetisas que já citamos, sem que nos seja possível esquecer o estro iluminado de Maria Celeste e Meimei, campeãs de sensibilidade e ternura no Plano Espiritual.
Lívio Barreto, pleno de vigor em seu lirismo, ressurge em quadras magníficas.
Reaparecem poetas que foram espíritas em sua última existência terrena: Leôncio Correia, Casimiro Cunha, Plínio Pereira Ribeiro, Luís de Oliveira, etc.
Primorosas joias literárias oferecem-nos estes autênticos vencedores do túmulo — Batista Cepelos, Rodrigues de Carvalho, Toninho Bittencourt, Fócion Caldas e tantos mais!
Dividimos “Trovadores do Além” em duas partes. Na primeira, dispomos as Trovas por nós selecionadas, com os respectivos números, a fim de esclarecer que os se referem às Trovas obtidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, e os às que devemos à psicografia do médium Waldo Vieira.
Na Parte II, enfeixamos as sucintas notas biobibliográficas dos poetas, dispostos em ordem alfabética, notas que relacionam entre os parêntesis finais os números das Trovas correspondentes aos seus respectivos autores. Atemo-nos, na bibliografia de cada um, a citar-lhes quase que exclusivamente as obras poéticas, e nem sempre todas. Incluímos, ainda nesta Parte II, breves notícias em torno dos medianeiros deste volume.
No final da obra, registramos incompleta Bibliografia, com vistas a documentar nossos despretensiosos estudos e pesquisas.
Antes de terminar, imperioso se diga que em “Trovadores do Além”, à maneira do que verificamos em “Antologia dos 1mortais”, a temática se prende a assuntos de ordem superior, sendo de notar-se que o Amor e a Saudade em seus multifários aspectos, além da Felicidade e da Esperança, são as tônicas do presente florilégio.
Como bem disse Guimarães Barreto (“Excursão pelo Reino das Trovas”, pp. 11-12), o tema, ou assunto que motiva as trovas, é quase tudo. Dentre outras, transcreveu ele a quadrinha abaixo, do poeta José Maria Machado de Araújo:
“A trova com boa rima
Mas sem um bom pensamento
Lembra uma linda menina
Com cabecinha de vento.”
Como de outras vezes, os poetas — no caso, os Trovadores — se empenharam na divulgação das verdades à luz do Espiritismo, e muitos deles foram de um realismo invulgar, em se reportando às suas próprias vivências, além-túmulo.
É assim que Raul Pederneiras, ciente de que a morte é apenas transformação, verbera, enfático:
“Desencarnei… É verdade.
Mas prodígios não me peças!
Já tenho a infelicidade
De ver o mundo às avessas.”
E Batista Cepelos confessa:
“Como Espírito, eu estudo
A minha morte passada,
Se por fora mudou tudo,
Por dentro não mudei nada.”
Toninho Bittencourt genialmente assevera, categórico:
“Quando a morte o olhar nos cerra
Não sei, efetivamente,
Se a gente fica na Terra,
Se a Terra fica na gente.”
Encerramos por aqui as citações a fim de deixar o leitor livre para a meditação e para o estudo.
Fato curioso que sobremaneira exalta a posição ímpar da Doutrina Espírita, junto da Humanidade, é que os poetas desencarnados seguem, “pari-passu”, as tendências literárias em voga no mundo físico, e como que vibram com o entusiasmo de seus colegas, ainda jungidos à atividade terrena. Não obstante os Trovadores sempre se terem manifestado com certa frequência, através das vias medianímicas — a prova disso está no “Parnaso de Além-Túmulo” —, nos últimos tempos os poetas domiciliados no Além mais se evidenciaram nesse gênero, coincidindo de modo natural com o êxito alcançado pela poesia trovadoresca, atualmente, junto às predileções literárias do nosso povo. Corrobora-nos a asserção o fato de Álvaro Faria, em seu “Trovadores Brasileiros”, incluir em sua antologia apenas os trovadores que estrearam antes de 1959. É que, segundo o autor de “Rosa Orvalhada”, “nos últimos anos, com a organização dos Jogos Florais, em Nova Friburgo, e em outras cidades, a fundação da Academia Brasileira de Trova, a criação do Grêmio Brasileiro de Trovadores, etc. a trova adquiriu maior importância e muitos poetas passaram a cultivá-la”. E conclui: “Surgiram inúmeros trovadores novos, muitos dos quais terão, sem dúvida, seu lugar garantido na poesia trovadoresca brasileira. Deixei, porém, que o tempo os julgasse melhor”. (Álvaro Faria, Op. cit., pág. 6).
Quanto à disposição das quadras, cabe-nos esclarecer que esposamos critério inteiramente arbitrário, sem qualquer propósito de lhes graduar a apresentação em matéria de valor artístico, atento que estamos à circunstância de que cada Trova, no conjunto, é uma peça por si, com todos os característicos da ideia íntegra, vestida de concepção e beleza individuais.
Aos que porventura encontrarem qualquer semelhança existente entre as Trovas psicografadas com outras que correm mundo, transcrevemos este trecho de Luiz Otávio, a maior autoridade no assunto, nas letras brasileiras: “Nas Trovas — como em todos os gêneros — podemos encontrar identidade de inspiração, semelhanças de ideias, igualdades na estrutura. Geralmente sem maldade. O plágio verdadeiro, creio ser raríssimo. E, quanto às semelhanças, são em tão grande número que achei não ser conveniente estar chamando atenção nas Notas Explicativas. A leitura constante e atenta de milhares de trovas fez com que observasse casos extraordinários dessas identidades de ideias, dessas afinidades de espírito. Assim, aconselho aos poetas que lerem alguma trova muito idêntica a uma sua, que não atirem a primeira pedra…” (Luiz Otávio, Op. cit., pág. 16).
Terminamos estes apontamentos simples, com o nosso respeito a Allan Kardec e sincero apreço aos distintos Trovadores desencarnados que nos proporcionaram a formação deste livro, no qual se reafirma brilhantemente a verdade e a excelsitude dos princípios espíritas na edificação da Nova Humanidade. E agradecemos, ainda, a gentileza de todos os que colaboraram conosco, que nos enviaram esclarecimentos e informes destinados à contextura destas notas, não só a rogar-lhes desculpas pelos nossos senões involuntários ao apresentá-las, como também formulando votos ao Mestre Divino para que prossigamos todos unidos, a serviço da Verdade, oferecendo-lhe, de nós mesmos, sempre mais e melhor.
Uberaba, 18 de Julho de 1964.
Cremos seja nosso dever afirmar que, com referência ao conceito de Trova, tanto aceitamos por justa a definição da Academia Brasileira de Trova, quando a enuncia como sendo “composição isolada, de sentido completo, em quatro versos setissílabos, com pelo menos dois rimados” (Cf. Álvaro Faria, “Trovadores Brasileiros” Livraria Francisco Alves, 1963, pág. 6), quanto à de Luiz Otávio, quando assevera ser a trova “uma composição poética de quatro versos com sete sílabas, rimando pelo menos o 2º com o 4º e tendo um sentido completo” (Cf. Luiz Otávio, “Meus Irmãos, os Trovadores”, Editora Vecchi, s/d, págs. 12-13).
Quanto ao termo Trovador, “o mais fluente e sonoro e o preferido pela maioria dos poetas consultados”, respeitamos também o distinto poeta J. G. de Araújo Jorge ao nomear o trovador igualmente por “troveiro ou trovista” (in nº 1 da Coleção “Trovadores Brasileiros” — Belmiro Braga — 100 Trovas, Editora Vecchi), cumprindo-nos destacar ainda as considerações de Álvaro Faria, que considera Trovador aquele: “(a) que tenha publicado livro de trovas; b) que tenha incluído trovas em livro de versos; c) que não tenha livro publicado, mas que, por suas publicações na imprensa, se tenha firmado como trovador” (Cf. Opus citatum, pág. 5).
Compete-nos apontar, ainda, que Aparício Fernandes e Zálkind Piatigórsky, organizadores da Coleção “Trovas e Trovadores” (Livraria Freitas Bastos Rio de Janeiro, Guanabara), preferem tão somente o termo “trovador”.
“Parnaso de Além-Túmulo”, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, foi editado pela FEB em 1932, e já conta com sete edições, em grandes tiragens.
O prefaciador solicita vênia para reverenciar Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, no Primeiro Centenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Trovas
TrovasNenhuma ciência elucida Onde a saudade é mais forte: Se nas lágrimas da vida, Se nos júbilos da morte. O mal é o mesmo em ofensas De obsessões infelizes, Quando dizes e não pensas, Quando pensas e não dizes. Mãezinha, não sei ao certo Onde a ausência dói mais fundo, Se na paz do firmamento, Se na dor que envolve o mundo. Para as tristezas da vida, Trabalho é o grande remédio. Quem com tédio mata o tempo, O tempo mata de tédio. O ouro, por mais renome, Guarda esquisita função: No cofre, piora a fome, No trabalho, gera o pão. Escreves? A cada traço, Relembra a morte terrena… Há muita pena no Espaço Apenas devido à pena. Reencontrei-te reencarnada… Imagina o meu deserto!… Rever-te perto e tão longe, Sentir-te longe e tão perto… Saudade — angústia que embala, Tem um ponto impertinente: Quem sente, às vezes não fala, Quem fala, às vezes não sente. Do Além se vê, face a face, O que nunca se entendeu, Na morte de quem renasce, Na vida de quem morreu. Estranha contradição Que a Terra vira e revira: Muita mentira é paixão, Muita paixão é mentira. Que conflito doloroso No antigo romance nosso! Quero amar-te e não consigo, Quero esquecer-te e não posso. Para a Justiça de Deus, Tem muito mais expressão A gota de caridade Que o rio da pregação. Saudade — sombra erradia Que envolve a gente na estrada, Lembra chuva mansa e fria Numa casa destelhada. Não sei de amor tão perfeito Que esta divina ternura Que as mães carregam no peito E guardam na sepultura. Desencarnei… É verdade. Mas prodígios não me peças! Já tenho a infelicidade De ver o mundo às avessas. Que o mundo não te embarace Na aparência fementida. A vida que está na face Não mostra a face da vida. Bênçãos de Deus! — para vê-las, Basta olhar por onde fores, O céu repleto de estrelas, A terra cheia de flores. Agora não mais me iludo De que, na Terra ensombrada, Quem não tem nada tem tudo, Quem tem tudo não tem nada . Tarde percebo no Espaço A grande filosofia… O que fazia não faço, O que faço não fazia. Adoro a Terra, entretanto, Vale mais no meu arquivo Ser vivo depois de morto, Que ser morto sendo vivo. Do que vejo após a morte, Que mais me causa aflição, É ouro na caixa forte E pequeninos sem pão. Toda mulher é uma estrela, Se traz, seja linda ou não, A palma do sacrifício Na palma de sua mão. Ventura! — riqueza d’alma Que atirei pela janela. Saudade! — retrato vivo Do bem que se foi com ela. As coroas de finados, Na campa de quem morreu, São grandes zeros dourados Se a vida nada valeu. A pessoa vigilante Usa verbo temperado; Nem franqueza com pimenta, Nem brandura com melado. Boneca que sempre riste De alma gelada e insincera, Ah! Boneca, como é triste A solidão que te espera! O mundo aplaude e coroa Quem vence a batalha a esmo, Mas, no Além, o vencedor É quem venceu a si mesmo. Palavras — formas da imagem Que o cérebro deita aos molhos. Pranto — divina linguagem Do coração pelos olhos. Por mais que o mundo progrida, Vale o antigo passaporte: Velha campa — nova vida, Novo berço — velha morte. Não há júbilo, a rigor, Que se possa comparar Ao do amor que encontra o amor Depois de muito esperar. Mãe, abençoa teu filho, Mesmo ingrato, rude e vão. A luz nunca perde o brilho Por derramar-se no chão. Há muita paixão que arrasa Qual fogueira bela e vã. Hoje, brilho, chama e brasa, E muita cinza amanhã. Criança — linda semente, Raio de luz a sorrir. É nesse pingo de gente Que Deus te entrega o porvir. Muitos vivos vendo o morto Sentem pânico profundo, E há muito morto com medo Dos vivos que estão no mundo. Não sei discernir qual seja Mendigo mais sofredor, Se o pobre que pede pão, Se o rico que pede amor. Eis o quadro mais perfeito Que já vi do desconforto: Mãe transportando no peito A mágoa de um filho morto. Afeições vistas do Além Em cem paixões que entrevejo: Uma delas — amor puro; Noventa e nove — desejo. O coração quando ama É céu que brilha de rastros, Luz de Deus que desce à lama, Ou lama que sobe aos astros. O imenso mar que se aninha Entre céus, terras e escolhos Brilha menos que a gotinha De pranto a cair dos olhos. Quem conserva terra vã Na Terra sem cultivar, Nasce na Terra amanhã Sem terra para morar. Rio morto, árvore peca, De tudo vi no sertão, No entanto, pior é a seca Que lavra no coração. Palácios, arranha-céus, Muitos dos mais expressivos, São custosos mausoléus Resguardando mortos-vivos. Depois da morte, sentimos, No mesmo grau de rudez, Tanto o mal que praticamos, Quanto o bem que não se fez. Ama, filhinha, entretanto Sofre a dor que o lar te der. É toda feita de pranto A glória de ser mulher. Mãe que partiu!… Podes vê-la Na fé que te reconforta. Toda mãe é como estrela Que brilha depois de morta. No mundo, ninguém conhece A força de redenção De uma lágrima que desce Dos olhos ao coração. Amor — da sombra em que existo, Parece clarão de aurora, Consolo de Jesus-Cristo, Mão estendida a quem chora… Depois da morte é que a gente Tem o amor que aperfeiçoa, Amando quem nos esquece Nos braços de outra pessoa. Coração, padece a chama Do martírio em que te elevas! Se muito sofre quem ama, Quem não ama vive em trevas. Ateu — enfermo que sonha Na ilusão em que persiste, Um filho que tem vergonha De dizer que o pai existe. Minha mãe — não te defino, Por mais rebusque o abc… Escrava pelo destino, Rainha que ninguém vê. És tu mesmo quem governas Teus sucessos e fracassos. Depende das tuas pernas A extensão dos próprios passos. Prudência se não valesse Na vigilância que exorta, Nenhuma casa teria Necessidade da porta. Nada de bom se mantém Onde alguém se obrigue a tal. Virtude é fazer o bem Podendo fazer o mal. Mulher caída na estrada!… Não grites condenação. A chuva desce do céu E faz-se vida no chão. Por esses trilhos terrenos Quantos louros imortais, Se o rico bebesse menos, Se o pobre comesse mais!… Esquecimento na Terra Anestesista divino. Sofrimento — cirurgião Que nos opera o destino. Amor… Uma frase apenas… Olhar terno que se afasta… Um bilhetinho… uma flor… Para quem ama isso basta… Se afirmas, triste e descrente, Que a vida acaba no chão, Repara a humilde semente Em plena ressurreição. Quem sofra e não se desmande, Sentirá, de fato, um dia, Que tirou a sorte grande Sem jogar na loteria. Coração, canta de leve, Não fales palavra triste… Perto de mãe carinhosa, Filho morto não existe. Há uma alegria que cobra Duras penas no caminho, É aquela de ter de sobra O pão que falta ao vizinho. Para quem serve e trabalha, No esforço em que se aprimora, Calúnia não atrapalha, Elogio não melhora. Dois corações que se amam Têm desses elos fatais: Se presença prende muito, Separação prende mais. Deus nos dá, ditosa e bela, Doce alegria ao caminho, Mas nós queremos aquela Que mora no lar vizinho . Luminosa realidade Que pesa aí quanto aqui: Quem quer agradar a todos, Só quer agradar a si. Depois da morte é que vi Quanto luxo, quanta guerra, Que a vida guarda com jeito Em sete palmos de terra!… Vai o berço, vem a cova; Sai o prazer, surge a dor… O tempo tudo renova, Mas amor é sempre amor… Dois prêmios colhe da vida Quem constrói de peito aberto: Falar no momento exato, Agir no caminho certo. Vida — pau-de-sebo ao céu, Corrida penosa e rara. A morte é lindo troféu Que está na ponta da vara. Quem diz que o céu não diz nada, Que a Terra o contempla à-toa, Olhe a lua retratada No coração da lagoa. Leite materno! Óleo santo!… Afirma-se que ele veio Do sangue que se fez pranto No filtro de amor do seio. Bela a palavra de Armia, Mas, no instante do batente, Clama que a chuva está fria Ou diz que o sol está quente. Depois da morte, no Além, A dor que mais agonia É a mágoa de não ter feito Todo o bem que se podia . Natal? Quem foge ao preceito De repartir o seu pão, Carrega um calhau no peito, Em forma de coração. Lembrando no céu fulgente O mundo que se maldiz, O santo que é santo sente Vergonha de ser feliz. Se alguém te insulta, a ferir-te O anseio de amor e paz, Não lamentes, nem te irrites… Calando-te, vencerás. Falece o autor fescenino, A febre de ouro carcome-o… Mas volta a novo destino Num berço de manicômio. Quem procure ser feliz Cultive somente o bem. A justiça é igual à morte: Não excetua ninguém. Reencarnação! Novos ninhos! Mas o que dói onde vamos É ver nossos passarinhos Abrigados noutros ramos. Deus é bom, mas não te percas Em votos ineficazes. A Terra escuta o que dizes, O Céu contempla o que fazes. Dizem que a Terra se esconde No inferno da provação. No entanto, a Terra responde Abrindo-se em flor e pão. Na luta que te consome, Se a humildade é o dom que levas, Tens pão que sossega a fome E sol que dissipa as trevas. A lei da reencarnação É crivo que discrimina: Trabalho — a peneira grossa, A dor — a peneira fina. Mãe que lutas, cada hora, Da imensa dor que te arrasta, A Terra tudo ignora, Mas Deus sabe e é quanto basta. Quando a morte exibe o aceno Da verdade que se expande, Há muito grande pequeno, Há muito pequeno grande. Súplica — anseio liberto De nebulosa afeição, A que Deus responde certo, Às vezes dizendo: não. Matrimônios, se forçados Castelos de cinza e fumo; Os braços entrelaçados, Os corações noutro rumo… Encontrar no lar alheio Os nossos laços antigos, É o jeito que Deus nos dá De amarmos os inimigos. O bom conselho comigo Tem este velho embaraço: Sempre aponto ao meu amigo Tudo aquilo que não faço. Onde a ilusão nasce e medra, Amor acaba sozinho. Paixão é bota de pedra Que esmaga a flor do caminho. Das grandes dores resumo A função desconhecida: Quem não chora perde o rumo, Quem não sofre perde a vida. No meu túmulo, reli: — “Meu amor, descansa em paz.” No entanto, é junto de ti Que sempre me encontrarás. Depois da morte, a saudade É um muro não sei de quê: De um lado a pessoa enxerga, Do outro lado ninguém vê. Amor puro, além da morte, Chama que não esmorece: Largado, não abandona, Esquecido, não esquece. O tédio assalta a pessoa Que tem tudo quanto quis. Felicidade abençoa Quem não sabe que é feliz. Muitas vezes a alegria É uma tapera por lar, Trabalho de cada dia E um coração a cantar. Como Espírito, eu estudo A minha morte passada, Se por fora mudou tudo, Por dentro não mudei nada. No suor do próprio rosto, Bebe o pranto da amargura. Do solo mais empedrado A fonte verte mais pura. Ninguém ofenda a mulher Nem mesmo por intenção. Dizem que Deus põe os olhos Onde a mulher põe a mão. Reprovação no caminho Tem destes lances extremos: Condenamos no vizinho Aquilo que nós não temos. O mundo será feliz Quando a mulher, sem receio, Abrir a porta da casa Aos órfãos do lar alheio. Quem ama somente o rosto Muito cedo perde a fé. Alma diverge do corpo Como o sapato do pé. Dia dos Mortos? Balela! Finados? Tontos assuntos!… Nem flor, nem cinza, nem vela, Nós todos estamos juntos. Quem sofre, quem se entedia, Abrace a enxada do bem. Caridade é como o Sol: Nunca deserda a ninguém. Não existe reconforto Que valha o ameno transporte De rever um amigo morto No instante de nossa morte… O Espírito reencarnado, Quando a mentiras se aferra, Quanto mais fraco mais goza, Quanto mais goza mais erra. Ninguém na vida atribua Pecado ao caminho alheio; Há muito riso na rua Que é soluço de passeio. Na luta de mais ruído, Quem serve e persiste vence-a; Coração que andas ferido, Paciência, paciência. No Espaço, imenso e vibrante, Saudade da alma que anseia Parece canção distante Em noite de lua cheia. Mãe entregue à sepultura Vence trevas e empecilhos, Para ser paz e brandura A cabeceira dos filhos. Caridade se concebe Por angélico alvará; Quem auxilia recebe, Acreditando que dá. Na Terra — abismo voraz, Velho mar de luz e treva, O berço — é a onda que traz, A morte — é a onda que leva. Para quem ama, decerto Engano não é desdouro… Poeira na luz do Sol Parece chuva de ouro. Amor — canção que ressoa No silêncio com que esbarro Recorda em cada pessoa O céu num pote de barro. Mãe que se abraça ao filhinho Tem tanta luz nos seus traços, Que lembra a aurora em caminho, Trazendo o Sol entre os braços. Faze o bem agora e sempre, Persevera, persevera… O mundo? Vida que passa. A morte? Vida que espera. Natal, quase sempre, é isto: O luxo que se conforta, Beijando a imagem do Cristo, Com medo de vê-lo à porta. Fiscaliza as palavrinhas. De humilde e pequena brasa, Começa a lavrar o incêndio Que devora toda a casa. Ventura — riso que passa E nunca se identifica. Saudade — dor que não passa Daquilo que passa e fica. Quando o corpo desce à campa, Resíduo largado à treva, Muita conversa de amor É palha que o vento leva. Toda dor canta vitória Do bem uno e desigual, Só não vale a dor inglória Do mal de fazer o mal. Aceita a lição e a prova, Sofre, luta e faze o bem. Feliz de quem se renova, Enquanto a morte não vem . Migalha de caridade Mostra Deus no ser humano; Pequena gota de mar Tem o gosto do oceano. Na morte todo usurário Tem a pena em que se humilha: Os suplícios do inventário, Nos tormentos da partilha. Guerras, incêndios, canhões: Armas de crentes e ateus. As letrinhas do alfabeto: Artilharia de Deus. Assembleias, multidões!… Não te iludas a caminho… Na alcova do coração, Cada um vive sozinho. Ilusão dizer na morte: Adeus para nunca mais! Berço — navio afastando… Sepultura — velho cais… Amor que a morte emudece Saudades tristes em bando!… Quem fica, às vezes esquece, Quem parte, fica lembrando!… Quem da Ciência duvida, Decerto tem que aprender. Quem diz que não há, saudade, Que morra para saber. É triste, mas é verdade: As nossas grandes feridas São débitos de outra idade, Pagamentos de outras vidas. Não chores!… Felicidade É fazer feliz alguém. Desventura tem dez letras, Felicidade também. Descrever o amor nos céus? Inútil meu testemunho. O maior amor que eu tive Jamais passou de rascunho. Verdade — luz permanente… Mirante… cimo… alvorada… Mente humana — vidro fosco Que a reflete deformada. Mãe, quando a noite afervora A tua oração no lar, Teu filho morto, lá fora, É a brisa querendo entrar. Um homem que nada faz, Embora cheio de planos, É um morto movimentado, Inda que viva mil anos. Bom conselho vale muito Se cumprido onde ressoe. O pastor guia o rebanho, O passo pertence ao boi. Na Terra, a morte é um comboio, Passagens todos já têm… O que homem nenhum sabe É a hora certa do trem. Muitas paixões desregradas, Que atormentam vida afora, Começam com “não te esqueço” E acabam com “vai-te embora”. Ensinamento do bem, Que não vai a sacrifício, Recorda a beleza inútil Do foguete de artifício. Quando a ilusão faz morada Na carne que a desfigura, Quanta mentira dourada Na beira da sepultura! Devemos interpretar Toda mulher ao relento Como sendo nossa mãe Vagando no sofrimento. Há duas coisas horrendas, No fim dos pobres mortais: A mentira das legendas E a pompa dos funerais. Esquece o mal infecundo… A dor é luz rosicler, Enquanto bater no mundo Um coração de mulher. Mãe que chora sobre a campa Luz que rompe o Grande Véu, Flor prisioneira do mundo, Lançando perfume ao Céu. Sonhador atormentado, Sobre a Terra, mal sabia: O homem é um mascarado Que a morte revela um dia. Fácil ver sem grande estudo: Com requinte disfarçado, Muito punhal em veludo, Muito veneno em melado. Na Terra, amores violentos São leiras de desenganos: Sorrisos de alguns momentos, Suplícios de muitos anos. Alegria de quem ama: Luz de paz brilhando em prece. Quando o amor se vai embora, No coração anoitece. Buscas tempo que te agrade Clamando sofrer em vão, E, às vezes, felicidade É o dia de provação. Ante o serviço que chama, Não fales “não”, nem “talvez”; Quando a morte nos reclama, Só fica o bem que se fez. A mulher mata o marido, Em crime escuro e perfeito. Mais tarde… ei-lo renascido Por filho, em seu próprio leito. Quem busca o tempero brando De uma trova aprimorada, Ouça a voz de um passarinho Cantando de madrugada. Deus ama a todos, porém Dá mais amor às raízes Do amor de alguém que ama alguém Fazendo os outros felizes. Natal! Um pobre foi visto, Passando sob pedradas. Soube, depois, que era o Cristo Batendo a portas fechadas. Seja acolá, seja aqui, A Lei ensina onde estou: Cada um carrega em si O inferno que encomendou. Caridade — a todo instante, Exaltas o amor profundo! És a luz do Céu distante Na sombra que envolve o mundo. Velhice lembra sol-posto, Tristeza na tarde fria. Lembra a morte, o sol no rosto Quando vai rompendo o dia. Devotamento sincero Não procura condição. Caridade verdadeira Nunca viu ingratidão. Ventura que não faz mossa É roseiral que se alteia, Cuja raiz, sendo nossa, Floresce na terra alheia. “Na morte, tudo se acaba” Exclama a boca do povo. Ah! que mentira!… Na morte, A vida luta de novo. Entre os bons, dinheiro é sempre Amparo que não se escoa; Mas, entre os maus, é o recurso Que desmascara a pessoa. Coração sempre querido Que busquei por toda a parte, Perdi-te por te prender, Achei-te por muito amar-te. Em longes, almos recantos Que a vida guarda nos Céus, Há muitos réus que são santos, Muitos santos que são réus. Tudo o que é belo no mundo Deus garante, enquanto houver Alma que aceite os espinhos Do ofício de ser mulher. Ligação que de começo Nenhum amor manifesta: Joia falsa de alto preço, Largada no fim de festa. Morte!… Vida além do mundo!… Nada posso revelar. Onda que canta na areia Não mostra o fundo do mar… Dizem que a fonte da serra, Que cai da penha no chão, É pranto mudo da Terra Que Deus transforma em canção. Ando a chorar, sem arrimo, Triste ausência, rude e brava… Mas a ausência que eu lastimo É a do amor com que eu te amava. Quem busca a sabedoria Recolhe, em cada momento, Centigramas de alegria Num quilo de sofrimento. O Céu purifica o amor Para que brilhe, a contento, No cadinho da saudade A fogo de sofrimento. Vida — mar encapelado. Coração — ostra ao relento. Saudades — pérolas vivas Formadas no sofrimento. Felicidade, em seu ninho, Maravilhosa vibrava Nas orações de um velhinho Que nada mais desejava. O senso da vida é este Estranho e belo contraste: O que guardaste, perdeste; O que deste, entesouraste. Navegante de outros portos, Sei, agora, em meus arquivos: Os vivos são vivos-mortos, Os mortos são mortos-vivos. A lei da reencarnação Pede cuidado no ensino; O menino será velho, O velho será menino. Prêmio! Laço de vaidade!… Esquece a vaidade e vence-o. O mérito da bondade É praticá-la em silêncio. Há dois enganos na Terra Que é preciso assinalar: Descansar para morrer, Morrer para descansar. “Que fazes de ouvidos moucos?” — Perguntei à campa em trevas. E ela disse: “Como, aos poucos, O que ajuntaste e não levas.” Terra — eis a escola da vida. Existência! — o curso breve. Criança! — o livro ao futuro. Adulto! — a pena que escreve. Paixão — vesúvio que arrasa, Nas lavas em que se escorre. Amor — afeição em casa, Carinho que nunca morre . Ternura, bênção, perfume, Grandeza, glória e esplendor, Tudo isso Deus resume Nas quatro letras do amor. Saudade, doce esperança, Consolo de quem quer bem… Visão da felicidade Que faz que vem mas não vem. Mesmo se a culpa te infama, Abraça o bem por crisol. Embora algemado à lama, O lírio perfuma o sol. Conversa com caridade, Alma irmã, alma sincera!… Às vezes uma palavra É tudo o que a gente espera. Apenas Deus sabe tudo O que se esconde e contém Na gota de pranto mudo Que molha a face de alguém. Mulher, depois de nascida, Segundo a glória do bem, Deve sofrer toda a vida Ou ser a vida de alguém. Quando a morte varre a treva, Aquele que muito amou Tem a saudade que leva E o pesar de quem ficou. Ser mãe — amor que alumia, Na Terra cheia de escolhos — É caminhar, noite e dia, Com duas fontes nos olhos. Verdade quando não sofre Nem luta a favor do bem Fortuna presa no cofre, Que nunca serve a ninguém. Mãe feliz, aguça o ouvido Ante os que vão sem ninguém… Cada pequeno esquecido É teu filhinho também. A vida — esfinge no tempo Parece, quando medito, Aranha tecendo o sonho No casarão do Infinito. Levanta, ajuda e conserta, Que falar e repreender São tarefas da palavra Que todos podem fazer. Amor sincero, amor puro: Castelo que não desaba, Aflição que chora rindo, Um sonho que não se acaba… Sepultura — passaporte Ao coração de partida!… Vai-se a vida, vem a morte, Vai-se a morte, vem a vida!… Natal! Um beijo de luz Com que o Céu aquece o povo. Todo Natal é Jesus Descendo à Terra de novo. Morrer? Mudei de lugar, Sou cidadão do sem-fim, Mas nada pôde mudar O amor que puseste em mim . Paixão, somente paixão: Fantasia que hoje vejo… Desejo quer concessão, Concessão gera desejo. Benevolência não sabe, Na Didática Divina, Onde a bondade começa, Onde a humildade termina. Nada aflige ou fere tanto Como encontrar, no caminho, Menino desamparado, Vagando, triste e sozinho. Em toda parte encontramos Este princípio divino: Deus faz o tempo uniforme, O homem faz o destino. No lar — palácio ridente Dos mais belos que há no mundo —, Se o perdão mora na frente, A paz reside no fundo. Há na morte uma saudade Que ninguém no mundo explica: Quem fica, chora quem foi; Quem foi, lamenta quem fica. Do Além, onde a luz nos guia, Sem que se saiba porquê, Tudo aquilo que se via É a casca do que se vê. Felicidade é uma lei Que se cumpre sem reclamos. Só temos felicidade Na medida da que damos. Amor, quando é verdadeiro, Quanto mais dor mais ardente… Quanto mais pedras na fonte, Tanto mais pura a corrente. Mãe distante eternamente?!… Isso nunca sucedeu. Toda mãe está presente Nos filhos que Deus lhe deu. Considera os dissabores Quais furacões de fumaça… Poeira de muitas cores Que sufoca, ensina e passa… Horrível transe sacode As forças do coração, Quando a vida diz que pode E a morte afirma que não. Ser mãe — amor vivo e brando — É ser fonte de alegria A desgastar-se, cantando, Nas pedras de cada dia. Matemática esquisita Acerta contas no Além!… A dor que nos parasita Multiplica o nosso bem. Aviso dos mais profundos, Conceito dos mais felizes: Nunca digas o que sabes Sem que saibas o que dizes. Mãezinha — planta celeste, Anjo que chora sorrindo —, Teu filho é a flor que puseste No ramo de um sonho lindo. Passado é presente agora Ante o futuro sem fim. A vida passou por fora Mas ficou dentro de mim. Cada qual no bem que possa. Céu não se alcança de salto. Roseira produz no chão, Estrela brilha no alto. Extingue, paciente e brando, O mal, a sombra, a mentira… O rio lava, cantando, A pedra que se lhe atira. Se a afeição te envolve em chama, Não sigas rindo à matroca, Porque a hera também ama O arbusto que ela sufoca. Beleza apenas no corpo, Exaltada a figurino, É um cheque tamanho grande Com crédito pequenino. Cessa o pranto que te corre, No instante do grande adeus!… Há muita gente que morre, Rendendo graças a Deus. Felicidade sem fim?… Só se encontra indagação. Quem procura diz que sim, Quem procurou diz que não. Na Terra, a vida é batalha, Não te enganes, senda afora. Quem chora, às vezes, gargalha, Gargalha, às vezes, quem chora. Mãe triste que luta e chora, As suas lágrimas são As pérolas cor da aurora Na concha do coração. Sem afeto imaginário, O amigo diz o que sente. O futuro adversário Bajula constantemente. Sou teu… Ampara-me e esquece… Já não busco o que se foi. Basta me digas em prece: — “Filhinho, Deus te abençoe!…” Não olvides que a criança, No caminho, vida afora, Vai devolver-te, mais tarde, O que lhe deres agora. Em todo e qualquer caminho, O bem, que jamais se cansa, Na ponta de cada espinho Põe a rosa da esperança. Na luta, fala, mas fala A fala que ampara e ensina. Doente que fala muito Desnorteia a Medicina. Sepulcros — sombra, deserto… Jazigos — riqueza em vão… Quanto Espírito liberto Acorrentado no chão!… No caminho onde a ilusão Cobrou a tempo o que é seu, A morte apenas enterra O afeto que já morreu. Da menor felicidade Só há o sinal que eu dou: Onde aparece a saudade, Felicidade passou. Nada pede, nada espera A bondade quando é pura. Quem dá para receber Maneja o laço da usura. Na fazenda grande e bela, O rico e duro senhor Renasceu, volvendo a ela, Por simples cultivador. Há quem abusa e se gaba, Mas esquece (e é sempre assim) Que quando a festa se acaba A conta é paga no fim. Meu amor por ti é tanto, Tem tanta fé, tanto brilho, Que apenas para fitar-te Amanhã serei teu filho. Depois da morte, a tristeza Não é ver o bem perdido… Mudança não é surpresa, Tristeza é ser esquecido. Quanto agora me comovo! Tolo, quisera morrer, Mas quero nascer de novo Para dormir e esquecer. Ai do lume da afeição Que não fica na amizade!… Quanto maior a paixão, Menor a felicidade. Suor de todo momento — Vida elevada de plano. Dia atolado na rede — Suicídio cotidiano. Fraqueza!… Triste fraqueza, Igual à minha não vi. Sei que não devo buscar-te E vivo pensando em ti. A Terra é um trem com apoio Nos trilhos do Eterno Bem. Quem nasce toma o comboio, Quem morre desce do trem. Estuda, contente e brando, Esta mensagem fraterna: Sem a dor aconselhando, A alegria desgoverna. Enquanto a luz não se oponha À sombra da fantasia, Sempre vigia quem sonha, Sempre sonha quem vigia. Coração, serve e perdoa, Esquece ofensas e mágoas… A fonte, de pedra em pedra, Retira o lodo das águas. Dois de Novembro assinala Contradições de doer… O vivo busca lembrar, O morto quer esquecer. Atormentei-te, querida!… Hoje debalde te louvo… Agora, para encontrar-te, O jeito é nascer de novo. Verdade clara e sabida Que muita encrenca nos poupa: Nem a roupa mostra a vida, Nem a vida mostra a roupa. Ninguém decifra o problema, Por mais que mexa e remexa: Só temos felicidade Na lembrança que ela deixa. Louva no corpo fugace A luz do pranto que escorre Da esperança de quem nasce, Da agonia de quem morre. Prazer na carne! Façanha, Jogo de achar e esconder!… No mundo, quem perde ganha, Quem ganhou vem a perder. A saudade, além do mundo, Na alegria da amplidão, Parece espinho cravado No cerne do coração. Muita dor que nos abraça É ventura calma e rica… Muita alegria que passa É mágoa que chega e fica. João queria terra em monte, Não tinha momentos calmos. Um dia se viu defronte De um trecho com sete palmos. Trabalho lembra a subida Que se faz de luz acesa; Dor é parada de emenda Na forja da Natureza. Ninguém recusa a verdade Desta norma incontroversa: Muita gente escova os dentes Mas não escova a conversa. Como cresce o bem-querer No tormento da agonia!… O que dói não é morrer, É deixar a companhia. Há muita gente perdida, Sem que o mundo a reconforte, Nas fantasias da vida, Nas patacoadas da morte. Amor — nos sonhos em bando, Às vezes — note você —, É o bem que se faz pensando No amor que nunca nos vê. Na Terra, em qualquer idade, Faze o bem guardando fé. Se a morte é fatalidade, A vida também o é. Entre as mágoas do caminho, Não te esqueças, coração: A rosa é bênção no espinho, A fonte serve no chão. Doce o termo que transponho! Sempre me deste, Senhor, O peito cheio de sonho, O sonho cheio de amor. Ideias, sonhos, anseios… Serve sempre, alma sincera, Quem espera, trabalhando, Alcança tudo o que espera. Verdade — rio fecundo; Mentira — pedra a rolar. A pedra fica no fundo, O rio chega no mar. Querendo conformação, Deus já pôs de sobreaviso Sete letras na saudade, Sete letras no sorriso. No Além, a saudade mora, Com todo o fel que ela tem, Nas dores da alma que chora O afeto que nunca vem. Talento, dinheiro e graça Querem ação sem loucura. Toda glória brilha e passa No crivo da sepultura. Muita aflição nos visita Porque, na estrada onde vamos, Pensamos que os outros pensam Naquilo que nós pensamos . Virtude que não trabalha Para que o vício se esfume, Parece linda mortalha Com garbos de vaga-lume. Há muita palavra triste Que fica bem aos museus. Orfandade — não existe No dicionário de Deus. Ser mãe!… Que golpes extremos Nas trilhas por onde vamos!… Dor dos filhos que perdemos, Dor dos filhos que deixamos! Vida além da sepultura Não é cinza, nem descanso. A morte só quer dizer: Fechada para balanço. Perdão não é desprezar O débito que se fez, É dar a quem perde o bem O dom de achá-lo outra vez. Quem queira fazer o bem, Espere a dor no caminho. Candeia queima a si mesma Alumiando o vizinho. Trazes, mulher, no destino, Sejas frágil, sejas forte, O lume do amor divino Que brilha na própria morte. Na carne, há dias risonhos… Existem, mas hoje vejo Que o sonho melhor dos sonhos Jamais passou do desejo. Que longa a saudade minha! Quanta falta de teus zelos!… Beija o meu rosto, mãezinha, Põe as mãos nos meus cabelos!… Toda criatura sincera, Ante as bênçãos do Criador, Sente o céu da primavera No inverno da própria dor. Ação — vontade no tempo; Resultado vem após. A vida nasce de Deus; Destino nasce de nós. Se o serviço é pouco e falho, O remédio em todo clima É persistir no trabalho, Pois a lima lima a lima. Por teres casa e tesouro, Não te faças de anjo à frente. Doente num leito de ouro Não deixa de ser doente. “Dorme, dorme, meu filhinho!” Nessa cantiga de luz, A Terra segue caminho Na direção de Jesus. Verdade — mágoa benvinda Sobre dons renovadores. Lisonja — serpente linda Guardada em cesto de flores. Morrera o orador letrado Que punha trevas no estudo… E reencarna-se, coitado! Na prova de surdo-mudo. Aprendi que Deus nos fez Irmãos para o amor igual, Quando vi meu chuchuzeiro Dar chuchus noutro quintal. Feliz quem luta e padece, Porque a Justiça é assim: Se a grande prova aparece, O débito está no fim. Deus tece lírios em véu Na lama em que o charco avança, Para dizer que no céu Nunca se extingue a esperança. No mundo, de porta em porta, Há muita gente cativa, Que anda viva, sendo morta, Que anda morta, sendo viva . Grandezas terrestres… Nada… Felicidade é assim: Uma cruz bem suportada E a glória que vem no fim. Ninguém cometa a loucura Que até hoje inda me abafa. Coisa triste é a sepultura Com lembrança da garrafa. A evolução é assim: O berço… O lar… A afeição… O sonho… O labor… O fim… Depois — a reencarnação. Injustiças, desacatos… Não guardes pretextos vãos. Na bacia de Pilatos Muita gente lava as mãos. Oração — luz que levanta, Êxtase — névoa que embala… Deus põe a fruta na planta, Mas nunca vem descascá-la. Muitas vezes tenho visto Maioria para trás; A massa, julgando o Cristo, Deu razão a Barrabás. O Espírito reencarnado Lembra um tronco viridente De raiz presa ao passado, Plantando o futuro à frente. Natal! O Mestre Divino Não nos pede adoração, Roga um canto pequenino Num canto do coração. Vejo sóis, mas ouço longe… Uma viola ponteia… Quero ver a minha terra Nas noites de lua cheia!… Nos mundos da evolução A história é assim resumida: A vida prepara a morte, A morte refaz a vida. Menina de olhos risonhos, Esquece o engano da praça. A ilusão é igual ao sonho, O sonho é ilusão que passa. Saudade!… O “S” do início Já tem dores a contento… Sonho, sede, solidão, Sacrifício, sofrimento… Onde a mulher se encastela Simplesmente no prazer, Toda a vida, em torno dela, Começa logo a descer. Quando a morte o olhar nos cerra, Não sei, efetivamente, Se a gente fica na Terra, Se a Terra fica na gente. Fantasias? Realidades? Quanto sonho em que te viras!… Há dores-felicidades, Felicidades-mentiras… Depois da morte é que vi, Nas cenas de toda hora, Muita tristeza que ri, Muita alegria que chora. Saudade — felicidade Que chorando se entretém… Ninguém sabe o que é saudade Enquanto a morte não vem. O berço lembra capuz Da escuridão no apogeu. A morte parece a luz Do dia que amanheceu. Amores desencarnados, Quantos deles esquecidos! Notando sem ser notados, Ouvindo sem ser ouvidos!… Sobre a Terra, há muita gente Que vaga sem diretriz, Trabalhando ativamente Para viver infeliz. Quem coma, coma com jeito, Quem beba, beba água pura; Se a boca não tem preceito, A vida não é segura. Esclarecer nunca pude Esta nota incontroversa: Muito silêncio — virtude, Muita virtude — conversa. Não depende da pessoa Padecer a tentação, Mas depende da vontade Dizer que sim ou que não. Casamento — obra de Deus, Obrigação para dois: Encanto chega primeiro, Serviço chega depois. O ensejo da caridade, Para quem luta e melhora, Não é breve, nem mais tarde, O tempo chama-se agora. Cartazes, anúncios, planos, O maior deles — a cruz Permanece há dois mil anos Na promoção de Jesus. |
Dividimos “Trovadores do Além” em duas partes. Na primeira, dispomos as Trovas por nós selecionadas, com os respectivos números, a fim de esclarecer que os se referem às trovas obtidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, e os às que devemos à psicografia do médium Waldo Vieira. — E. B.
Notas biobibliográficas
ADERBAL Ribeiro do Rego MELO: Poeta de elevado merecimento. Estudou as primeiras letras e o curso secundário no Colégio Salesiano do Recife. Tinha grande inclinação para o desenho. Informa o Barão de Studart que Aderbal Melo faleceu quando se preparava para matricular-se no curso de Engenharia Civil e Arquitetura. Colaborou em vários periódicos de Pernambuco. O poeta, segundo Luiz Otávio, desencarnou poucos dias antes do lançamento de seu livro . (Recife, Pe, 4 de Junho de 1910 — Recife, Pe., 9 de Abril de 1931.)
ALBERTO FERREIRA: Segundo Luiz Otávio (, p. 222), Alberto Ferreira desencarnou vitimado pela tuberculose em 1932, “com 21 anos, sem deixar livros”.
ALCEU de Freitas WAMOSY: Uma das belas vozes da poesia riograndense e jornalista de mérito. Patrono da cadeira nº 40 da Academia Sul-Riograndense de Letras. O célebre autor do soneto — “Duas Almas” é, no dizer de Mansueto Bernardi, “um grande amoroso, mas o seu amor, isento de impurezas, é semelhante a uma pira votiva, a uma espécie de incenso oloroso, a uma oblata, a uma oração”. BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (Uruguaiana, RS, 14 de Fevereiro de 1895 Livramento, RS, 13 de Setembro de 1923.)
ALCIDES Pinto BRANDÃO: Poeta e jornalista. Colaborou em diversas publicações de Rio Grande e de Porto Alegre, entre outras “O Corymbo”, o “Correio do Povo”, “A Farpa”. Na capital gaúcha, dirigiu a “Arcádia”, revista dos estudantes da Escola de Engenharia. (RS, 1888 — Alcides Brandão desencarnou a 6 de Outubro de 1907.)
ÁLVARO Dias MARTINS: “Jornalista vibrante e poeta popular dos mais aplaudidos no Norte do Brasil, era de uma fecundidade prodigiosa” — assim o descreve Edgard Rezende em . Colaborou na folha abolicionista de José do Patrocínio — “Cidade do Rio”, no “Libertador” e na “A República”. os dois últimos de Fortaleza. Foi um dos criadores da memorável “Padaria Espiritual” e do “Centro Literário”. É patrono da cadeira nº 2 da Academia Cearense de Letras. Elogiado por Valentim Magalhães, que o considerou “um continuador de Juvenal Galeno”, “um trovador que nasceu como tal” (Studart . Gear., p. 41). Muito escreveu com o pseudônimo “Alvarins”. BIBLIOGRAFIA: , , , (póstumo) etc. (Trairi, Ce, 4 de Abril de 1868 — Fortaleza, Ce, 30 de Junho de 1906.)
AMÉRICO Augusto de Souza FALCÃO: Poeta, jornalista advogado pela Faculdade de Direito do Recife, diretor da Biblioteca do Estado da Paraíba e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Considerado por Guimarães Barreto o maior trovador da Paraíba, aliando, “à altiloquência das imagens, uma simplicidade comovente em seu despretensioso versejar”. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, Pb, 11 de Fevereiro de 1880 — João Pessoa, Pb, 9 de Abril de 1942.)
ANÍSIO Auto de ABREU: Poeta jornalista político jurisconsulto de grande talento e orador parlamentar de alto merecimento. Deputado, senador e governador do Piauí. Labutou na imprensa desde o tempo da Faculdade de Direito do Recife, fazendo-se paladino da Abolição. Seus versos quase todos da fase acadêmica, foram elogiados por Tobias Barreto. Higino Cunha (cit. por João Pinheiro in , p.
144) escreveu: “O seu lirismo é doce, espontâneo, apaixonado e mimoso.” Embora muitos dos seus poemas se tenham perdido inéditos ou nas publicações esparsas, o que nos resta é, segundo a afirmação de João Pinheiro, “mais que suficiente para lhe dar um posto de destaque entre os melhores”. BIBLIOGRAFIA: , versos românticos no volume “Três Liras”, de parceria com Joaquim Ribeiro Gonçalves e Antônio Rubim; , com César Rego Monteiro; ; ; ao Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira; etc. (Teresina, Pi, 1864 — Teresina, Pi, 6 de Dezembro de 1909). Nota: Há muita divergência entre os biógrafos, quanto ao ano do nascimento. Simões dos Reis regista 1863; Alarico Silveira 1864; Velho Sobrinho 1864; João Pinheiro, 1863 e 1868; Enciclopédia Jackson, 1864; Mário R. Martins, 1862. Dia e mês são desconhecidos, inclusive pelos próprios descendentes.
ANTONIETA Lisboa SALDANHA: Laureada poetisa e educadora distinta. Lecionou em Rio Pardo e Caxias do Sul. Foi colaboradora assídua da “Revista Acadêmica”, da “Kodak” e da “Ilustração Pelotense”, todas do Rio Grande do Sul. BIBLIOGRAFIA: . (Rio Pardo, RS, … — Rio de Janeiro, Gb, 2 de Novembro de 1944.)
ANTÔNIO DE CASTRO Vidal Barbosa: Prosador e poeta. Seus versos, muito apreciados, mereceram o elogio de Raimundo Correia. Sócio fundador da “Padaria Espiritual” memorável associação literária de Fortaleza, tendo assiduamente colaborado em “O Pão”, às vezes com o pseudônimo de Aurélio Sanhassu. BIBLIOGRAFIA: ; ; idem, dividido em , . (Aracati, Ce, 2 de Maio de 1872 — …)
ANTÔNIO Roviano de AZEVEDO: Poeta eminente e originai. Fez os estudos escolares em sua terra natal, seguindo depois para o Recife. Era funcionário público estadual na Paraíba. Segundo Guimarães Barreto (p.
97) Antônio Azevedo desapareceu tragicamente num desastre no Recife. (Mamanguape, Pb, 17 de Setembro de 1882 — Recife, Pe, 6 de Novembro de 1922.)
ANTÔNIO SALES: Poeta exímio, jornalista teatrólogo, tradutor romancista, biógrafo, foi brilhante exemplo de autodidata. Exerceu vários cargos públicos aposentando-se como Escriturário do Tesouro Nacional. Presidente efetivo e honorário da Academia Cearense de Letras e membro correspondente das Academias de Letras de outros Estados. Colaborou em numerosos jornais e revistas do Rio, do Ceará, de S. Paulo e de Pernambuco. Idealizador e fundador da “Padaria Espiritual”, famosa entidade literária de Fortaleza, de cujo órgão — “O Pão” foi diretor. Escreveu sob vários pseudônimos entre eles o de Moacyr Jurema. “No gênero da trova, ombreou-se com os seus mais distinguidos cultores em nosso país.” (, p. 53). Foi, segundo a expressão de Guimarães Barreto, um “ás da sátira”. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Parazinho, Munic. de Paracuru, Ce, 13 de Junho de 1868 — Fortaleza, Ce, 14 de Novembro de 1940.)
ARTUR CANDAL de Carvalho: Professor, jornalista poeta, “prosador sóbrio e elegante”, no dizer de Antônio Carlos Machado. Exerceu sempre o magistério particular, lecionando em vários estabelecimentos de Porto Alegre, onde dirigiu durante 17 anos a Escola Mauá. Gramático respeitado. Colaborou em vários jornais e revistas, como “A República” “Atualidade” “O Riograndense” e nos órgãos da Sociedade Ensaios Literários e da Sociedade Pártenon Literário associações de que foi membro preeminente. BIBLIOGRAFIA: (inédito), , , etc. (Porto Alegre, RS, 30 de Outubro de 1857 — Porto Alegre, RS, 21 de Outubro de 1924.)
ARTUR RAGAZZI: Poeta de admirável sensibilidade. Italiano de nascimento, radicou-se inicialmente em Ouro Preto, donde se transferiu, em 1897, para Belo Horizonte ai permanecendo, sobremaneira estimado, até ao fim da existência. Suas obras poéticas foram recebidas com expressivos elogios pela critica nacional. BIBLIOGRAFIA: , , e os inéditos e . (Veneza, Itália, 31 de Julho de 1879 — Belo Horizonte, MG, 4 de Novembro de 1948.)
AUGUSTO DE OLIVEIRA Manuel: “Poeta delicado e inspirado” teve existência marcada de grandes provações. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife. Juiz em várias cidades cearenses. “Prosador dos melhores que tivemos lá pelas plagas nortistas” — escreveu Mário Linhares () acrescentando (p. 54); “Com o pseudônimo de Heitor Silva publicou formosos, inspirados sonetos que se perderam em revistas e jornais.” Desencarnou tragicamente. (Tabuleiro do Pinto, Munic. de Santa Luzia do Norte, Al, 6 de Setembro de 1879 — São Bernardo das Russas, Ce, 5 de Julho de 1919.)
BATISTA CEPELOS, Manuel: Bacharel em Direito pela Faculdade de S. Paulo, promotor público, jornalista, poeta, romancista contista e teatrólogo. “Poeta simples e espontâneo” segundo M. R. Martins (., p.
141) foi elogiado por Júlia Lopes de Almeida, sendo tido por Melo Nóbrega como “hábil manejador de ritmos”. Colaborou em grande número de jornais e revistas do Pais. Experimentou acerbas provações desencarnando tragicamente. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Vila de Cotia, SP, 10 de Dezembro de 1872 — Rio de Janeiro, Gb, 8 de Maio de 1915.)
BELMIRO Belarmino de Barros BRAGA: Poeta de estro invulgar, pertenceu o grande lírico à Academia Mineira de Letras. Waltensir Dutra e Fausto Cunha salientaram que Belmiro realizou-se “na quadrinha humorística na trova sentimental”. Escrevendo sobre o “trovador de Vargem Grande” (, V p. 98), Fernando Góes declara: “Espontaneidade e simplicidade são, talvez, seus dois traços principais, traços que aliados à emoção fizeram com que mais de um crítico aproximasse sua poesia do lirismo de João de Deus.” BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Sítio da Reserva, Vargem Grande, Munic. de Juiz de Fora, MG, 7 de Janeiro de 1872 — Juiz de Fora, MG, 31 de Março de 1937.) Nota: Se há divergência quanto ao ano de nascimento, não temos dúvida alguma sobre a data de desencarnação.
BENEDITO CANDELÁRIA IRMÃO: Poeta, dramaturgo, historiador, orador. Dedicou sua mocidade às letras, e informa Inocêncio Candelária (in) que Bendito Candelária Irmão “adquiriu cultura pelo seu esforço próprio, lendo bons livros”. Ocupou vários cargos públicos em Mogi das Cruzes, Paraibuna e Salesópolis. Colaborou em jornais dessas cidades, tendo sido um dos redatores de “O Salesópolis”. Fazia parte, na sua juventude, do grupo de jovens sonhadores que deram vida e entusiasmo às letras salesopolenses. Escreveu o drama e, como “poeta inspirado”, deixou vários sonetos dispersos. (Salesópolis, SP, 17 de Janeiro de 1897 — Desencarnou em 1948.)
BERNARDO Rodrigues DE PASSOS: Poeta e jornalista português. Considerado um dos mais lídimos cultores do lirismo em Portugal, dele escreveu Fidelino de Figueiredo jamais ter encontrado “homem que fosse mais constantemente e espontaneamente poeta” (apud , v. XX). Afora modelares sonetos e poesias de rara elevação, ele cultivava também a redondilha com rara felicidade, deixando quadras “de tal modo ao jeito popular que o povo as aprendeu e canta como se suas próprias fossem”. Pouco depois da implantação da República, foi nomeado secretário da Câmara Municipal da cidade de Faro, cargo que desempenhou até à desencarnação. BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (S. Brás de Alportel, Portugal, 29 de Outubro de 1876 — Faro, Portugal, 1 de Junho de 1930.)
CARLOS Augusto FERREIRA: Escritor dos mais distintos, foi romancista, comediógrafo, jornalista e “poeta de alteado valor”, conforme a expressão de Luís Correia de Melo. Militou na imprensa de S. Paulo e do Rio. Segundo Afrânio Coutinho, “Carlos Ferreira era um lírico de formação lamartineana voltado para o amor e a sentimentalidade”. Membro da Academia de Letras de São Paulo, patrono da cadeira nº 13 da Academia Sul-Riograndense de Letras. BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (Porto Alegre, RS, 26 de Outubro de 1846 — Rio de Janeiro, Gb, 12 de Fevereiro de 1913). Nota: Há, quanto à data de nascimento divergência entre os biógrafos. Múcio Teixeira põe a 24-10-1844; Fábio Luz, a 26-10-1846; Souza Bastos
CARLOS CÂMARA: Poeta, jornalista, autor teatral de grande nomeada pertenceu à redação de “A República”, de Fortaleza onde publicou uma série de crônicas que o fizeram notado como escritor. Sócio fundador da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, da Academia Cearense de Letras etc. BIBLIOGRAFIA: , , etc. (Fortaleza Ce, 3 de Maio de 1881 — Fortaleza, Ce, 11 de Maio de 1922.)
CASIMIRO CUNHA: Inspirado poeta, apenas pôde cursar a escola primária. Cegou completamente aos 16 anos de idade, e ainda bem jovem iniciou sua colaboração na imprensa vassourense. Soube, como espirita convicto, amar a Deus os homens e a si mesmo. Do Centro Espírita “Bezerra de Menezes” foi um dos fundadores. Armando Gonçalves, em “Colar de Pérolas”, exalta-lhe o estro, dizendo logo adiante: “Seus trabalhos poéticos, primorosos na forma e no fundo, são verdadeiras gemas guardadas com muito amor pelos apreciadores da arte.” BIBLIOGRAFIA: a) do homem: , , , etc.; b) do Espírito: , , , etc. (Vassouras, RJ, 14 de Abril de 1880 Vassouras, RJ, 7 de Novembro de 1914.)
CELESTE JAGUARIBE de Matos Faria: Cantora, musicista, compositora e poetisa de vastos recursos. Usava, por vezes, o pseudônimo de Stella Bomilcar. Catedrática de Teoria Musicai na Escola Nacional de Música, fecunda foi a sua atividade de educadora. Andrade Muricy, referindo-se a ela, escreveu: “Toda a sua vida foi de arte e de enlevo sonhador.” Autora da letra e música de inúmeras peças musicais, entre cantos, canções, cantigas, etc. BIBLIOGRAFIA: , obra póstuma, em versos. (Rio de Janeiro, Gb, 30 de Abril de 1873 — Rio de Janeiro, Gb, 9 de Setembro de 1938.)
Chiquito de Moraes — Nome por que era conhecido Francisco José de Morais Júnior. Poeta desde o berço, era, no dizer de Inocêncio Candelária, “romântico, afetivo e enamorado do Belo na personificação da mulher”. Diplomou-se cirurgião-dentista pela Escola de Farmácia e Odontologia de Pindamonhangaba, tornando-se, depois, bacharel em Ciências, Letras e Artes, pela Escola de Campinas. Deixou o poeta muitos poemas e sonetos, ternos, delicados, amorosos, reunidos por sua mãe no caderno a que deu o nome de . (Santa Branca, SP, 1904 — Campinas, SP, 15 de Julho de 1928). Nota: O “Diário do Povo”, de Campinas, de 17-7-1928, não deixa dúvida quanto ao dia 15 e informa haver o poeta desencarnado com 28 anos de idade, e não 24, como registou Inocêncio Candelária.
COLOMBINA (Yde Schloenbach Blumenschein): Poetisa e cronista de grande inspiração. Fez parte de seus estudos na Alemanha. Estudou piano e canto. Com o pseudônimo Colombina, aparecia frequentemente nas revistas de São Paulo e do Rio. Fundadora da Casa do Poeta, em 1948, na capital bandeirante. “Foi sempre uma poetisa do amor” — disse-o Fernando Góes (, do Rio, de 24-3-1963), afirmando que seus versos “encontraram larga ressonância. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (S. Paulo, SP, 26 de Maio de 1882 — S. Paulo, SP, 14 de Março de 1963.)
CORNÉLIO PIRES: Poeta popular por excelência, contista, humorista, jornalista e conferencista. Espírita convicto, apóstolo do bem. Foram muitas as publicações de S. Paulo e do Rio que receberam a sua colaboração. De sua obra se têm valido alguns escritores, como Amadeu Amaral e outros, para estudos folclóricos. Certos livros de Cornélio Pires têm numerosas edições. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Tietê, SP, 13 de Julho de 1884 — S. Paulo, SP, 17 de Fevereiro de 1958.)
CRISTÓVÃO BARRETO: Poeta satírico. Exerceu o magistério e a advocacia. Como jornalista, atuou na capital e no interior do Estado bahiano, terminando seus dias na direção do “Jornal de Amargosa”. Estudioso da Arqueologia, revelou a existência de artefatos de nefrite na cidade de Amargosa. Sacramento Blake diz que Cristóvão Barreto era “um polemista de conhecimentos variados”. BIBLIOGRAFIA: e . (Oliveira dos Campinhos, Munic. de Santo Amaro, Ba, 23 de Julho de 1836 — Amargosa, Ba, 21 de Maio de 1905.)
DA COSTA E SILVA, Antônio Francisco: Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife, foi o poeta da Saudade. Funcionário público do Ministério da Fazenda, aí ascendendo a altos cargos. Viveu, por quase dois lustros, em Belo Horizonte. Andrade Muricy exalta-lhe o estro em seu “Panorama do Mov. Símb. Bras.”, vol. III. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Amarante, Pi, 28 de Novembro de 1885 — Rio de Janeiro, Gb, 29 de Junho de 1950.)
DELFINA BENIGNA DA CUNHA: Poetisa de talento, cegou aos vinte meses de idade. É dela “o primeiro livro de versos que se publicou em prelos rio-grandenses” (Guilhermino César, , p. 95), sendo também a primeira figura literária de alguma importância surgida naquelas paragens. Sem a visão do mundo exterior, “volta-se sobretudo para dentro de si mesma, para o seu desamparo de mulher bela e inválida”. Daí a sua poesia achar-se impregnada de melancolia e tristeza, embora ressumbre bondade e ternura em seus versos. Cultivou vários gêneros literários: epístola, glosa, quadras, sonetos, etc. BIBLIOGRAFIA: , , . (Estância do Pontal, Munic. de S. José do Norte, RS, 17 de Junho de 1791 — Rio de Janeiro, Gb, 13 de Abril de 1857). Nota: Rio de Janeiro, é como regista Guilhermino César. Antônio Carlos Machado e João Pinto da Silva dão a cidade de Rio Grande, RS, como o local de desencarnação.
DERALDO dos Passos NEVILE: Exerceu o magistério secundário e o jornalismo, desencarnando como professor da Escola de Aprendizes Marinheiros, da Bahia. Mário Linhares, , declara que Deraldo Neville, poeta lírico “de estro fecundo e brilhante”, distinguiu-se “pela delicadeza de ritmos espontâneos”, tendo ocupado uma posição de relevo na geração de seu tempo. BIBLIOGRAFIA: , (inédito). (Munic. de Macaúbas, Ba, 4 de Dezembro de 1889 — Salvador, Ba, 12 de Outubro de 1918). Nota: Mário R. Martins (, p.
137) põe o poeta nascido em Lençóis, Ba, e no ano de 1890.
EMÍLIO DE MENEZES: Poeta satírico, inesquecível na literatura nacional, uma das figuras mais populares nas plagas cariocas. Farmacêutico e jornalista. Colaborou em vários jornais e revistas. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1914, apenas algum tempo antes de desencarnar é que tomou posse, sem as formalidades exigidas pelo Regulamento oficial. Patrono da cadeira nº 26 da Academia Paranaense de Letras. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Curitiba, Pr, 4 de Julho de 1866 — Rio de Janeiro, Gb, 6 de Junho de 1918.)
EUFRÁSIO DE ALMEIDA: Poeta distinto, fundou e dirigiu, com dois companheiros, a revista semanal “Via Látea”, de Maranguape, Ceará, na qual estampou seus primeiros versos, segundo Augusto Linhares. “Minava-o a mais desconsoladora e pungente descrença”, escreveu Dolor Barreira (, t. 63, p. 134 e segs.), acrescentando que “a musa da sátira, galhofeira e foliona, frequentava, por vezes, a poesia de Eufrásio de Almeida”. Epigramista. Não deixou livro publicado. (Inhamuns, perto de Tauá, Ce, 2 de Setembro de 1888 — Fortaleza, Ce, 13 de Maio de 1913.)
EUGÊNIO Júlio SAVARD de Saint-Brisson: Poeta espontâneo, de funda emotividade, “em suas composições” — assinala Herculano Moreira de Barros — “cintila a inspiração, como diamante engastado”. Eugênio Savard foi talentoso cultor dos chamados versos sinfônicos. Compositor e musicista excelente. Acompanharam-no, durante a existência terrena, sofrimentos e desventuras. BIBLIOGRAFIA: , , etc. (RJ, 13 de Novembro de 1865 — Niterói, RJ, 1 de Dezembro de 1899.)
EUGÊNIO RUBIÃO: Trovador de mérito. Foi na Academia Mineira de Letras o primeiro sucessor de Navantino Santos, fundador da cadeira nº 35. Informa Martins de Oliveira que o poeta pertencia a uma família de escritores, sendo pai de Murilo Rubião, igualmente homem de letras. BIBLIOGRAFIA: , e . (Silvestre Ferraz, MG, 14 de Abril de 1887 — Belo Horizonte, MG, 1 de Março de 1949.)
FIDÉLIS ALVES: Poeta fluminense, radicou-se, a partir de 1901, no Paraná, aí constituindo família. Exerceu o cargo de tesoureiro da Prefeitura de Ponta Grossa. Segundo informam Rodrigo Júnior e A. Plaisant (, p. 136), o poeta “nunca se dispôs a enfeixar em livro as suas rimas”. (São Fidélis, RJ, 29 de Abril de 1881 — …)
FÓCION CALDAS: Poeta e jornalista filho de David Moreira Caldas. Colaborou em quase todos os jornais que se publicaram ao seu tempo no Piauí e redigiu o “Oitenta e Nove” (2ª fase), “O Norte” “O Povo” etc. Exerceu o cargo de ajudante da Repartição de Obras Públicas, em Teresina. BIBLIOGRAFIA: (versos) e (Prosa), ambos inéditos. (Teresina Pi, 30 de Janeiro de 1870 — Teresina, Pi, 4 de Dezembro de 1904.) Nota: João Pinheiro regista apenas o ano de nascimento: 1869. A data que reproduzimos é de Mário R. Martins e Félis Aires.
FRANCISCO FERNANDES BASTO: Poeta parnaibano. Promotor público em Parnaíba e Manaus. Segundo João Pinheiro (, p. 247), Francisco F. B. faleceu deixando inédito Trêmulos, pequeno volume de versos que, ora graciosos e despreocupados como na “Vingança” e ora atormentados e amargos como no “Desespero”, refletem, talvez, em singulares cambiantes, os vários prismas de sua acidentada existência. (Paraíba, Pi, 1879 — Remate de Males, Am, 1904.)
FRANCISCO OTAVIANO de Almeida Rosa: Poeta, jornalista, além de parlamentar e diplomata. Pelos jornais, revistas e coletâneas espalhou o que ia escrevendo. “Como poeta, sua produção foi escassa, mas de méritos indiscutíveis” — assim se pronunciou Edgard Cavalheiro (Pan. Poes. Brasil., II, p. 85), observando na página seguinte: “Sua poesia é toda ela subjetiva, de um lirismo queixoso e melancólico.” Bacharel em Direito pela Faculdade de São Paulo. Patrono da cadeira nº 13 da Academia Brasileira de Letras. Membro do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro. BIBLIOGRAFIA: , , , etc. Xavier Pinheiro reuniu-lhe biografia e obras no volume — . (Rio de Janeiro, Gb, 26 de Junho de 1825 — Rio de Janeiro, Gb, 28 de Maio de 1889.)
GODOFREDO Mendes VIANA: Poeta, romancista, contista, jurisconsulto notável, tribuno de raras qualidades. Foi professor catedrático na antiga Faculdade de Direito de S. Luís. Deputado e senador, chegou a governar o Maranhão (1922-1926). Fundador, na Academia Maranhense de Letras, da poltrona patrocinada por Odorico Mendes. Escritor castiço, deu a público discursos, conferências e obras de Direito. BIBLIOGRAFIA: , , ambos de poesias, inéditos. (S. Luís, Ma, 14 de Julho (Junho, segundo Luiz Otávio, in “Meus Irmãos…, p.
233) de 1878 — Rio de Janeiro, Gb, 12 de Agosto de 1944.)
GOMES LEITE de Carvalho Júnior, Alberto: Poeta, apreciado prosador, jornalista. Com 15 anos veio para o Rio, onde se bacharelou na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, tendo sido o orador da turma. Colaborou em várias revistas e jornais da época. Pertenceu à Academia Fluminense de Letras, na cadeira que tem por patrono Luís Pistarini. Segundo Artur de Almeida Torres, Gomes Leite “se caracteriza por sentimento de suave lirismo, embora com acentuada preocupação filosófica”. Espírito afetivo e piedoso, faleceu vítima de atropelamento. BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (Resende, RJ, 1 de Abril de 1897 — Rio de Janeiro, Gb, 2 de Março de 1923.)
HELVINO Pereira DE MORAIS: Criou-se em Taubaté, onde aprendeu as primeiras letras, dedicando-se desde cedo à literatura, de preferência à poesia satírica, conforme acentuou Inocêncio Candelária. Militou na imprensa, manteve polêmicas brilhantes com ilustres intelectuais. Diz o poeta e jornalista Irineu Garcia Santos que HM, com a verve de um Gregório de Matos, se insurgia contra tudo que denunciasse má-fé, maldade, egoísmo, e daí nem sempre ter sido ele festejado, a seu tempo. BIBLIOGRAFIA: , inédito, (II), etc. (Paraibuna, SP, 11 de Julho de 1876 — Taubaté SP, 30 de Setembro de 1930.)
HENRIQUE DE MACEDO: Poeta, cronista, orador, jornalista, tradutor, foi, conforme declara Inocêncio Candelária um “intelectual de larga projeção nos meios literários de São Paulo e do Brasil”. Médico pela Escola Homeopática do Rio de Janeiro, e pela Universidade de Filadélfia. Colaborou em vários jornais e revistas de São Paulo, alguns dos quais fundou. Com Afonso Schmidt, Gastão Costa, Quintino de Macedo e outros, fez parte da redação do quinzenário “O Cromo”. Membro da Academia de Ciências e Letras, de S. Paulo. Foi presidente da União Espírita Santo Agostinho, e durante a epidemia de gripe, de 1918 dirigiu ao lado de Militão Pacheco o hospital de emergência mantido por aquela Sociedade. Publicou em “Reformador” órgão da Federação Espírita Brasileira belas páginas em prosa. BIBLIOGRAFIA: , (em versos inédita) , prosa, etc. (Jacareí SP, 29 de Dezembro de 1880 — S. Paulo, SP, 21 de Setembro de 1944.)
HILDO RANGEL: Poeta de grandes possibilidades. Segundo Antônio Carlos Machado (, p.
313) Hildo Rangel “cultivou de preferencia e com rara felicidade o decassílabo” e deixou esparsos, na imprensa do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, dezenas de trabalhos poéticos admiráveis. BIBLIOGRAFIA: , . (Porto Alegre, RS, 20 de Junho de 1897 Rio de Janeiro, Gb, 2 de Agosto de 1940.)
IRENE Ferreira de SOUSA PINTO: Poetisa de inspiração delicada, contista e romancista. Foi quem introduziu no “Correio Paulistano” as crônicas sociais. Colaboradora por muito tempo, da “Revista Feminina”, de S. Paulo. Estreou como poetisa, em 1917. Desencarnou, paralítica, depois de longa enfermidade. BIBLIOGRAFIA: , , etc. (Amparo, SP, 8 de Abril de 1887 — Rio de Janeiro, Gb, 21 de Maio de 1944.)
ISMAEL Alves Pereira MARTINS: Poeta jornalista e polemista de renome. Sócio fundador do Centro de Letras do Paraná. Patrono na Academia Paranaense de Letras, da cadeira nº 34, Colaborou em vários periódicos literários de Curitiba. BIBLIOGRAFIA: (póstuma, em versos) , prosa, etc. (Campo Largo, Pr, 27 de Julho de 1876 — Curitiba, Pr, 7 de Dezembro de 1926.)
IVAN Santos de ALBUQUERQUE: Talentoso jovem poeta, espirita, filho do Sr. Romeu Vieira Albuquerque e da Profª. D. Laura Santos de Albuquerque. Estudou no Ginásio de Bebedouro (Est. de S. Paulo), concluindo o curso em 1936. Foi sanitarista no Centro de Saúde de Araçatuba e no Centro de Profilaxia da Malária em Porto Feliz e Sorocaba. Colaborou em vários jornais, como a “Comarca”, de Araçatuba, “A Alvorada”, de S. João da Boa Vista, “Nova Era”, de Franca. Deu a público folhetos evangélico-espíritas de excelente conteúdo. (Brotas, SP, 16 de Janeiro de 1918 — Pompeia, SP, 5 de Abril de 1946.)
JÔNATAS BATISTA: Jornalista, poeta cintilante, dramaturgo e conferencista primoroso. Neto de David Caldas, seu patrono na Academia Piauiense de Letras. Membro efetivo e correspondente da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Redigiu vários periódicos, colaborando em numerosos outros do Piauí. Ocupou vários cargos públicos e, por fim, o de Secretário da Recebedoria de S. Paulo. Édison Cunha declara em sua obra Vozes Imortais que “o parnasiano vigoroso do Piauí sentia-se arrastado pelas ideias kardecianas” (p. 158). BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (Natal, Munic. de Teresina, Pi, 18 de Abril de 1885 — S. Paulo, SP, 15 de Abril de 1935.)
JOSÉ BARTOLOTA: Grande poeta mineiro, patrono da cadeira nº 24 da Academia Belo-Horizontina de Letras. No seu discurso de posse, na citada Academia (, vol. I, 1956), a poetisa Simphorosa Ferry de Oliveira enalteceu a personalidade e a obra de José Bartolota, dizendo ter sido ele dotado de sensibilidade profunda, ora em efusões de amor fraternal, ora em acentos de tristeza pelas misérias do mundo, ou de revolta contra o que lhe parecia injusto e cruel. Poeta do povo, viveu junto dele, embora pertencesse a abastada família da capital mineira. Encerrou em dois volumes a sua produção poética, um dos quais se intitulava — . Desencarnou quando cursava o 4º ano da Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais. (Belo Horizonte, MG, 24 de Outubro de 1917 — …)
JOSÉ de Abreu ALBANO: Poeta de linhagem clássica, sonetista primoroso e trovador de mérito. Professor e diplomata, andou por várias partes do Mundo. No dizer da Antologia Cearense, p. 254, “era um gênio atribulado pela obsessão do perfeito”, deísta e céptico ao mesmo tempo. BIBLIOGRAFIA: , divididas em , , e ; ; etc. (Fortaleza, Ce, 12 de Abril de 1882 — Montauban (Tarn-et-Garone), França, 11 de Julho de 1923.)
JOSÉ NAVA: Poeta e prosador cearense pertenceu à “Padaria Espiritual” em cujo órgão literário, “O Pão”, assim como em outros jornais de Fortaleza, colaborou com poesias, artigos e traduções, usando frequentemente pseudônimos, entre eles o de Gil Navarra. Médico e farmacêutico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em Juiz de Fora onde passou a clinicar, foi Diretor de Higiene Municipal, Secretário da Sociedade de Medicina e Cirurgia e redator do seu Boletim, professor na Escola de Odontologia, etc. Transferindo-se para o Rio de Janeiro, aí foi médico por concurso, da Diretoria de Saúde Pública e do Instituto Médico Legal. Não publicou livro de poesia. (Fortaleza, Ce, 18 de Setembro de 1876 — Rio de Janeiro, Gb, 30 de Julho de 1911.)
JOVINO GUEDES: Poeta e prosador. Foi empregado do comércio em Fortaleza e lente de Português no Liceu da mesma cidade. Exonerado destas funções por motivos políticos mudou-se para Manaus, onde continuou a vida de guarda-livros. Sentindo-se enfermo dos pulmões, deixou o Estado do Amazonas retornando ao Ceará, onde faleceu a 26 de Agosto de 1905. Jovino Guedes foi ainda deputado estadual no Ceará e sócio fundador da “Padaria Espiritual”. Colaborou no jornal “A Federação”, de Manaus. Deixou “ a Rodolfo Teófilo”. Todos os dados acima extraímo-los do , pelo Barão de Studart 2, p. 208.
JUCA MUNIZ: Nome por que era conhecido José Martins Siqueira. “Poeta espontâneo, os seus versos são naturais como o cântico das cachoeiras.” Este comentário é de Inocêncio Candelária, de cuja obra , p. 131, extraímos os dados desta breve biografia. As Rádios Record e Cultura, de S. Paulo, apresentaram muitas das composições poéticas de Juca Muniz, especialmente as do gênero caipira. Sua produção é vasta. Viveu algum tempo em Salesópolis, SP, onde desencarnou. Nasceu no Bairro do Paraíba, Munic. de Santa Branca, SP, a 20 de Março de 1889.
JULINDA ALVIM: Forma entre as poetisas mineiras que, segundo Martins de Oliveira, conseguiram renome nacional, notabilizando-se pelas suas produções. Cândida de Brito (, p.
94) declara que a arte de Julinda Alvim é “despida de roupagens requintadas. Entretanto, nos seus versos de encantadora simplicidade, sente-se a exuberância de um temperamento artístico.” Na “Gazeta Comercial”, de Juiz de Fora, o cronista literário Brito Machado escreveu: “Ao lado de Gilka, Francisca Júlia, Áurea Pires, Ibrantina Cardona, Maria Higina, Rosalina Coelho Lisboa e outras que formam como que uma constelação no firmamento da nossa Poesia — a senhora Julinda Alvim brilha com distinção, pois sua musa, pura como orvalho do céu no cálice de uma flor, vive, quase que exclusivamente, de uma seiva luminosa: o panteísmo.” BIBLIOGRAFIA: .
JUVENAL GALENO da Costa e Silva: Considerado um dos maiores poetas populares do Brasil, “intérprete da alma do seu povo, no que este possui de mais primário e espontâneo”, segundo as palavras de Edgard Cavalheiro. Membro fundador do Instituto Histórico do Ceará e Diretor da Biblioteca Pública do Ceará. Colaborou em diversas publicações, inclusive no “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira, no qual traduziu em excelentes páginas poéticas (“As Visões”, “Viagem à Bíblia”, “Reminiscências”, “O Mundo”, “Da Terra ao Céu”, etc.) a sua crença consciente nas verdades espíritas. Desde que cegou, aos 70 anos de idade, sua filha Henriqueta Galeno tornou-se-lhe dedicadíssima secretária, fundando a famosa “Casa de Juvenal Galeno” . BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (Fortaleza, Ce, 27 de Setembro de 1836 — Fortaleza, Ce, 7 de Março de 1931. É a data certa de falecimento. Veja-se o “Correio do Ceará”, Fortaleza, em 9-3-1931.)
LAURO PINHEIRO: Poeta piauiense, deixou várias composições espalhadas nos jornais em que colaborava, entre eles a “Pátria”, a “República”, o “Brasil”, etc. Diretor do Ginásio Murtinhense, advogado e promotor público em Corumbá, desencarnou quando ainda cursava o quarto ano de Direito. Colhemos estes poucos dados na de João Pinheiro, p. 251. (Teresina, Pi, 1882 — Porto Murtinho, Mt, 1919.)
LEÔNCIO CORREIA: Jornalista, poeta, teatrólogo, contista e professor. Foi diretor da Imprensa Nacional, da Escola Normal (Instituto de Educação) do Rio de Janeiro e da Instrução Pública no ex-Distrito Federal. Redator do “Jornal do Commercio” do Rio. Pertenceu às Academias Carioca, Paranaense e Petropolitana de Letras, assim como a diversas outras instituições culturais do País. Deputado federal e estadual. Foi presidente da Liga Espírita do Brasil (atual Liga Espírita do Estado da Guanabara). BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. Em comemoração do 1º Centenário do Paraná, o Governo publicou-lhe as “Obras Completas”, 10 volumes. (Paranaguá, Pr, 1 de Setembro de 1865 — Rio de Janeiro, Gb, 19 de Junho de 1950.)
LINDOLFO Eduardo GOMES: Poeta, folclorista, romancista, teatrólogo, filólogo, dedicou-se também ao gênero didático. Redigiu vários jornais mineiros. Foi Inspetor Técnico do Ensino, Lente de Português na Escola Normal de Juiz de Fora. Membro das Academias Mineira e Carioca de Letras, da Academia Brasileira de Filologia, da Sociedade Brasileira de Folclore, da Federação das Academias de Letras do Brasil e de várias outras instituições culturais. BIBLIOGRAFIA: , , (na 1ª ed., 25), etc. (Guaratinguetá, SP, 12 de Março de 1875 — Rio de Janeiro, Gb, 15 de Maio de 1953.)
LÍVIO BARRETO: Poeta “por uma violenta impulsão do seu organismo”, segundo as palavras de Waldemiro Cavalcanti, foi Lívio Barreto um dos mais inspirados de quantos nasceram no Ceará. Fundador e componente dos mais brilhantes da famosa “Padaria Espiritual”, em cujo órgão “O Pão” colaborou. Patrono, na Academia Cearense de Letras, da cadeira nº 24. BIBLIOGRAFIA: . (Distrito de Ibuaçu, Munic. de Granja, Ce, 18 de Fevereiro de 1870 — Camocim, Ce, 29 de Setembro de 1895.)
LOBO DA COSTA, Francisco: Embora tenha escrito um romance e alguns dramas, foi sobretudo poeta, e de felicíssima inspiração. Cultivou com frequência — di-lo Guilhermino César — “o gosto do poema longo, o lirismo amoroso e a sátira rimada”. Ingressou no jornalismo aos 16 anos, colaborando em todas as publicações importantes de sua terra natal. Patrono nas Academias Riograndense de Letras e Sul-Riograndense de Letras. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Pelotas, RS 12 de Julho de 1853 — Pelotas, RS, 19 de Junho de 1888.) (19 de Junho é a data certa de sua desencarnação. Veja-se o “Correio Mercantil”, de Pelotas, em 20 de Junho de 1888).
LOPES de Abreu Lage FILHO, João: Talentoso poeta decadista do Ceará, pertenceu ao “Centro Literário” e à “Padaria Espiritual”. Em “O Pão”, folha da última sociedade, estampou vários sonetos e trovas. Obra poética elogiada por Raimundo Correia, Clóvis Beviláqua e Araripe Júnior. Traduziu quase todo o Baudelaire. Necrologiando-o a 20-7-1900, “A República” jornal de Fortaleza em que Lopes Filho colaborou, disse, entre outras coisas: “Sofria satisfeito as maiores injustiças, sem modificar o rictus do rosto e a expressão do olhar, como quem estava seguro de justiça superior, fora do mundo.” BIBLIOGRAFIA: , . (Fortaleza, Ce, 7 de Abril de 1868 — Fortaleza, Ce, 19 de Julho de 1900.)
LUCÍDIO FREITAS: Poeta, jornalista, jurista, professor e magistrado. Lente substituto, por concurso, da cadeira de Processo da Academia de Direito do Pará. Poeta com tendência para os temas filosóficos, foi o principal fundador da Academia Piauiense de Letras, ocupando a cadeira nº 9. Peregrino Júnior elogia-lhe sobremaneira a obra em versos, acentuando: “Outros poetas entre nós terão sido mais perfeitos, ou talvez maiores. Nenhum foi tão poeta como ele.” Em , p. 57, Castelo Branco igualmente enaltece a “grande, fecunda e movimentada inteligência moça” do Piauí. BIBLIOGRAFIA: , com Alcides Freitas, , , etc. (Teresina, Pi, 5 de Abril de 1894 — Teresina, Pi, 14 de Maio de 1921.) (Nota: Na obra do autor, “Vida Obscura”, há um retrato dele com esta data de nascimento: 5-Abril-1891).
LUÍS Joaquim DE OLIVEIRA: Poeta, prosador, e teatrólogo com várias peças encenadas. Filho do próprio esforço, veio para Juiz de Fora, e aí se fez jornalista e professor. Foi um dos fundadores da Academia Mineira de Letras, ocupando a cadeira nº 30. Espirita valoroso na fé e na ação, dirigiu por muitos anos o Asilo “Deus, Cristo e Caridade” de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Em sua , Martins de Oliveira disse da simplicidade e da modéstia do poeta. É farta a colaboração de Luís de Oliveira, quer em prosa, quer em verso, nas páginas do “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira. BIBLIOGRAFIA: , , , , os folhetos (de parceria com sua esposa, Ipomeia de Oliveira) e , etc. (Sapucaia, RJ, 25 de Agosto de 1874 — Cachoeiro de Itapemirim, ES, 28 de Julho de 1960.) (Data do nascimento: Veja-se a “”, volume XX, p. 210, in Luís de Oliveira)
LUÍS Norton Barreto MURAT: Poeta jornalista filósofo político. Formado pela Faculdade de Direito de São Paulo. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras cuja cadeira nº 1 ocupou. Conforme se pode ler no seu admirável comentário à obra “Solitudes”, de A. J. Pereira da Silva (“Beatitudes”, de A. J. Pereira da Silva pp. 171-230), Luís Murat cria firmemente na evolução do Espírito, na reencarnação e na cooperação da Esfera invisível com a Esfera visível. Sua poesia — di-lo Ronald de Carvalho — “apresenta de par com algumas notas profundas certas obscuridades talvez intencionais certas meias-tintas de um espiritualismo transcendente”. BIBLIOGRAFIA: , (3 volumes), , etc. (Itaguaí, RJ, 4 de Maio de 1861 Rio de Janeiro, Gb, 3 de Julho de 1929.)
LUÍS PISTARINI: “Poeta, mereceu sempre dos deuses a graça da mais pura e sublime inspiração” — assim se pronunciou Edgard Rezende. Aos 11 anos de idade, Luís Pistarini já compunha seus primeiros versos. Há muitas colaborações suas no célebre semanário humorístico — “Tagarela”, que se publicava no Rio. Patrono na Academia Fluminense de Letras da cadeira criada por Gomes Leite. Diz Artur de Almeida Torres que a vida de Luís P. “foi uma sucessão de lutas de sofrimentos, de tristeza”, mas que “a dor o fez grande poeta”. BIBLIOGRAFIA: , , (póstumo), etc. (Resende, RJ, 25 de Junho de 1877 — Resende, RJ, Fevereiro de 1918.) Nota: Junho é como coloca S. Blake e Armando Gonçalves, como mês de seu nascimento. E. Rezende e A. Almeida Torres escrevem — Julho.
LULU PAROLA: Pseudônimo literário de Aloísio Lopes Pereira de Carvalho. Poeta humorista e popular, político e jornalista. Co-proprietário e diretor do “Jornal de Notícias”, de Salvador, aí manteve durante 28 anos a sua seção diária de versos. Ocupou na Academia de Letras da Bahia, como um dos fundadores, a cadeira de que é patrono Gregório de Matos Guerra. BIBLIOGRAFIA: , 1ª e 2ª séries, etc. (Salvador, Ba, 27 de Março de 1866 — Salvador, Ba, 2 de Fevereiro de 1942.
MACIEL MONTEIRO, Antônio Peregrino: Considerado o nosso Félix d’Arvers por Edgard Cavalheiro, por ter sobrevivido tão somente por um soneto que ficou célebre. Poeta inspirado, foi também destacada figura de político, orador parlamentar de excelentes recursos e diplomata. Doutor em Medicina pela Universidade de Paris, fundou e presidiu a Sociedade de Medicina Pernambucana. Pertenceu a várias entidades literárias e científicas. Patrono da cadeira de Joaquim Nabuco na Academia Brasileira de Letras. A seu respeito, disse Joaquim Manuel de Macedo: “…ele poetava como pronunciava discursos, improvisando sempre.” BIBLIOGRAFIA: (póstuma). (Recife, Pe, 30 de Abril de 1804 — Lisboa, Portugal, 5 de Janeiro de 1868.)
MARCELO GAMA: Nome literário de Possidônio Cezimbra Machado. Poeta, jornalista, conferencista e teatrólogo. “Integralmente poeta” — escreve Andrade Muricy, “queria viver no sonho e no mundo da poesia.” Como jornalista, exerceu essa profissão no Rio Grande do Sul e, depois, no Rio de Janeiro, onde sofreu um acidente mortal. Para Luís Correia de Melo, MG foi “um artista munificente do verso”. BIBLIOGRAFIA: , , , , onde se reuniu toda a sua produção. (Mostardas, Munic. de São José do Norte, RS, 3 de Março de 1878 — Rio de Janeiro, Gb, 7 de Março de 1915.)
MARIA CELESTE: Entidade espiritual de delicada sensibilidade poética, e que foi, na Terra, mãe extremosíssima. BIBLIOGRAFIA (da Autora espiritual): , pelo médium Waldo Vieira.
MÁRIO DE AZEVEDO: Jornalista e poeta. Na seção “Livros Novos” de , de S. Paulo, o crítico João S. Paulo assim se referiu a Mário Azevedo: “É poeta na mais rigorosa expressão do termo.” Da carta-prefácio (6-1-1
920) ao livro “Vigílias” de Mário A., destacamos esta afirmativa de Amadeu Amaral, acerca do poeta: “O seu talento reluz a cada estrofe.” BIBLIOGRAFIA: . (S. Gonçalo de Sapucaí, MG, 31 de Julho de 1894 — São Paulo, SP, 27 de Julho de 1935.)
MARTINS COELHO Antônio: Foi, em sua mocidade, exímio alfaiate. Mais tarde diplomou-se em professor normalista acabando por bacharelar-se na Faculdade de Direito de S. Paulo. “Seu nome” — escreve Inocêncio Candelária (, p.
29) — “está ligado a todos os jornais e publicações de sua cidade, pelas suas constantes colaborações.” Redator-chefe de “O Liberal” e da “Gazeta de Mogi”, ambos de Mogi das Cruzes. Sua obra poética, dispersa, não foi enfeixada em livro. (Mogi das Cruzes, SP, 17 de Junho de 1867 — Desencarnou em 9 de Novembro de 1946.) Nota: Seu nascimento em Junho é como regista Luís Correia de Melo no seu . p. 155, ao passo que Inocêncio Candelária (., p.
29) coloca Maio.
MEIMEI: Pseudônimo usado por Irma de Castro Rocha em suas notáveis e comovedoras páginas transmitidas do Além. Não deixou trabalhos publicados, quando encarnada. Era uma jovem senhora extremamente admirada por sua grandeza de alma e fina sensibilidade poética. (Pará de Minas, MG, 22 de Outubro de 1922 — Belo Horizonte, MG, 1 de Outubro de 1946.)
MÍLTON Cezimbra da CRUZ: Fundador da revista “Lotus” em S. Paulo, onde se formou em Direito. Colaborou no “Petit-Journal”, de Porto Alegre, na “Ilustração Pelotense” e no “Escrínio”, segundo Antônio Carlos Machado. BIBLIOGRAFIA: , , etc. (Cachoeira, RS, 27 de Fevereiro de 1880 — Bagé, RS, 21 de Dezembro de 1929.)
MOISÉS EULÁLIO: Distinto poeta piauiense promotor público e advogado na cidade piauiense de Campo Maior, onde nasceu a 1871, ali desencarnando em 1931. Não conseguimos maiores dados biográficos.
OSCAR BATISTA: Segundo Luiz Otávio (, p. 243), Oscar B. residiu e trabalhou em S. Fidélis e Cambuci no Estado do Rio. Na última cidade foi prefeito. Filho de João Batista da Silva e Rita Barroso da Silva. (S. João Nepomuceno, MG, 10 de Outubro de 1873 — Desencarnado em 1951.)
PLÍNIO PEREIRA RIBEIRO: Poeta paulista e médium espírita, deixou-se influir pelos árabes, segundo diz Clóvis Ramos (, pp. 12-13). Era farmacêutico. Prefaciando-lhe a obra “Meu Casebre”, Marina Tricânico disse a certa altura: “O poeta é um contemplador da vida.” BIBLIOGRAFIA: , , , , etc., além da obra em prosa, por ele psicografada — Vida, Caminho e Diretriz. (Itatinga, SP, 3 de Setembro de 1900 — S. Paulo, SP, 3 de Outubro de 1958.)
RAIMUNDO DE AREIA LEÃO: Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia, onde, segundo João Pinheiro (, p. 68), “deixou as mais eloquentes provas de uma inteligência pouco vulgar”. Primeiro Vice-Presidente da Província do Piauí, em cujo caráter assumiu, temporariamente, a presidência a 15-9-1885. Foi um dos redatores da “Época”, em 1880, e publicou , deixando inédito , pequeno volume de poesias belíssimas em que — conforme escreveu João Pinheiro — “transparecem, quase sem intercadência, certos rebuscamentos estéticos, rara avis naquele tempo”. (Alto Longá, Pi, 1846 — Rio de Janeiro, Gb, 1904.)
RAUL Paranhos PEDERNEIRAS: Poeta, jornalista, caricaturista, cronista, teatrólogo, fino humorista, jurista. Professor da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro durante 47 anos, e da Escola Nacional de Belas Artes. Integrou a Academia Carioca de Letras e outras agremiações literárias e científicas de alto gabarito. Conselheiro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e presidente da Associação Brasileira de Imprensa, sendo de ambas um dos fundadores. Redator da “Revista da Semana”, de “O Paiz” e do “Jornal do Brasil”. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Rio de Janeiro, Gb, 15 de Agosto de 1874 — Rio de Janeiro, Gb, 11 de Maio de 1953.)
REGUEIRA COSTA, João Batista: Distinguiu-se nas letras como tradutor e epigramista. Contemporâneo de Castro Alves, de quem foi amigo. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife. Foi inspetor da Instrução Pública e membro efetivo do Conselho de Instrução. Por mais de 40 anos prestou assinalados serviços no Instituto Arqueológico Pernambucano. Pertenceu, ainda, ao Instituto do Ceará, à Sociedade de Geografia do Rio, etc. Foi um dos fundadores da Academia Pernambucana de Letras. São muitas as suas produções, quer literárias, quer científicas. BIBLIOGRAFIA: , , , etc. (Pe, 24 de Junho de 1845 — Pe, 2 de Junho de 1915.) Nota: Sua desencarnação em Junho, é como regista a Rev. do Inst. do Ceará, tomo XXIX, p. 397.
RICARDO JÚNIOR, Manuel: “Amante das letras e do verso, foi quem dirigiu os primeiros passos de seu sobrinho Cassiano Ricardo, o notável poeta de ” assim o diz Inocêncio Candelária, op. cit., p. 145. Espírito alegre e bom, tornou-se bastante popular e estimado em todo o norte do Estado bandeirante. Sua produção poética é grande, dispersa em jornais, revistas e cadernos particulares. “Sua inspiração” — segundo ainda In. Candelária — “era fácil, fecunda, repleta de elevada sentimentalidade.” Farmacêutico em sua terra natal. BIBLIOGRAFIA: . (S. José dos Campos, SP, 3 de Maio de 1854 — S. José dos Campos, SP, 4 de Dezembro de 1943.)
RITA BARÉM DE MELO: Talentosa poetisa, de fina sensibilidade, publicou seus primeiros versos aos 16 anos, sob o pseudônimo de Juriti. “É uma voz suave e pura; ninguém a excedeu até ao aparecimento de Lobo da Costa, em doçura, musicalidade e emoção” — disse Guilhermino César (p. 158), acrescentando mais adiante: “Os temas de Rita Barém de Melo foram os mais simples — o amor bem infeliz, já se vê a maternidade, a morte.” BIBLIOGRAFIA: (póstumo) (Nota: Afirma G. César (, nota
174) não ser verdade que Rita B. de Melo deixou livro com o título “Lira dos 15 anos”). (Porto Alegre, RS, 30 de Abril de 1840 — Rio Grande, 27 de Fevereiro de 1868.)
ROBERTO José CORREIA: Poeta épico lírico epigramista, contista, educador, pertenceu à Academia de Letras da Bahia e foi uma das figuras destacadas da “Nova Cruzada”, famoso grêmio literário de Salvador. Na juventude, trabalhou como tipógrafo. Diplomou-se aluno-mestre, em 1898, passando a lecionar até a sua desencarnação. Simples, espontâneo e humano, é Roberto Correia “o poeta do povo”, segundo C. Chiacchio, que o considerava ainda como “um dos maiores poetas da Bahia desses derradeiros tempos”. BIBLIOGRAFIA: , , , , etc. (Salvador, Ba, 10 de Maio de 1876 — Salvador, Ba, 24 de Dezembro de 1941.)
RODRIGUES DE CARVALHO, José: Poeta e jurista, professor e político, humorista e homem de imprensa, foi ativa a sua atuação em todos esses setores. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, e do Arqueológico de Pernambuco. Membro da Academia Cearense de Letras. Escreve Guimarães Barreto (, p.
95) que R. de Carvalho, “em arroubos de menestrel, esquecia a vasta cultura jurídica de que era possuidor e se punha a burilar joias de subido e real valor”, como são as suas trovas. Para Mário Linhares, R. de Carvalho “foi o poeta original pelo sentimento e pela filosofia da do Norte, etc. (Alagoinha, Munic. de Guarabira, Pb, 18 de Dezembro de 1867 — Recife, Pe, 20 de Dezembro de 1936.)
SABINO BATISTA, Manuel: Poeta e jornalista, colaborou nos jornais do Pará e do Ceará. Muito jovem ainda, seguiu o poeta paraibano para o Ceará, onde foi amanuense da Secretaria do Interior, sendo posteriormente promovido a 2º oficial da mesma Repartição. Participou da fundação do célebre grêmio literário “Padaria Espiritual”, de cujo órgão “O Pão” foi gerente e colaborador. BIBLIOGRAFIA: e . (Vila Teixeira, Pb, 30 de Dezembro de 1869 — Fortaleza, Ce, 16 de Agosto de 1899.)
SEBASTIÃO RIOS: Professor de Matemática no Liceu de Goiás, onde fez o curso secundário. Seguindo depois para o Rio de Janeiro, aí se formou em Direito. “É notável” — assinala Veiga Netto em sua , I, p. 235 — “pela sua musa triste e ansiosa de perfeição.” Não deixou livro, achando-se suas produções poéticas, máxime sonetos, esparsas pelos jornais em que ativamente colaborava. Segundo Gastão de Deus (Gilberto Mendonça Teles, , p. 105), S. Rios “deve ser classificado como um bissexto de seu tempo”. (Goiás, Go, 23 de Janeiro de 1878 — Rio de Janeiro, Gb, 6 de Março de 1929.)
SOARES BULCÃO, José Pedro: Poeta genuíno, jornalista de grandes recursos, polemista incontido e o mais autorizado genealogista do Ceará. “As suas produções líricas” — di-lo a —, “muito bem limadas, encerram o espírito de acrisolado sentimentalismo e de invencível melancolia, que a morte da esposa inspirou e quase exacerbou.” Membro do Centro Literário, do Instituto do Ceará e da Academia Cearense de Letras (2ª fase). BIBLIOGRAFIA: , , (inédito), etc. (Uruburetama (antiga Vila S. João do Arraial ou S. João de Uruburetama), Ce, 13 de Maio de 1873 — Fortaleza, Ce, 17 de Julho de 1942.)
SOUZA LOBO, José Carlos de: Poeta, jornalista, romancista, era filho do professor e escritor José Teodoro de Souza Lobo. Colaborou no “Jornal do Comércio”, no “O Dia” e no “Correio do Povo”, todos de Porto Alegre. Do último foi redator até a desencarnação. Tomou assento na cadeira nº 5 da Academia Riograndense de Letras. Patrono na Academia Sul-Riograndense de Letras. Usava o pseudônimo de João Crisóstomo. BIBLIOGRAFIA: , (inédito) , romance, em colaboração com Mário Totta e José Paulino de Azurenha, etc. (Porto Alegre, RS, 11 de Outubro de 1875 — Porto Alegre, RS, 18 de Outubro de 1935.)
TARGÉLIA BARRETO de Menezes: Filha do grande poeta sergipano Tobias Barreto de Menezes, nasceu no Recife, Pe, em 1882. Desencarnou em 1909, sem deixar livro publicado. A esses dados, fornecidos por Oliveira e Silva em sua , p. 78, podemos acrescentar que a primorosa sonetista inscreveu seus versos em algumas publicações recifenses, inclusive no “Almanaque Literário Pernambucano”.
TELES DE MEIRELES: Nome literário de Antônio Peres Júnior. Poeta e jornalista muito conceituado, dirigiu o célebre semanário humorístico — “Tagarela”, que marcou época na imprensa do Rio de Janeiro. Colaborou em vários periódicos, entre eles a revista “Folha Azul”, frequentada por literatos de renome. BIBLIOGRAFIA: (inédito). (Rio de Janeiro, Gb, Julho de 1867 — Rio de Janeiro, Gb, 1943.)
TEOTÔNIO FREIRE, Manuel: Jornalista, romancista, crítico, teatrólogo e poeta. Primeiro ocupante da cadeira nº 19 da Academia Pernambucana de Letras. Sócio do Liceu de Artes e Ofícios do Ceará e do Ateneu Pernambucano Musical. Colaborou em muitos jornais e revistas de Pernambuco. BIBLIOGRAFIA: , em colaboração com França Pereira, , , , etc. (Recife, Pe, 6 de Outubro de 1863 — Recife, Pe, 1917.)
TONINHO BITTENCOURT (Antônio Bittencourt): Jornalista e poeta. Trovador de vastos recursos. Não chegou a concluir o curso primário. Autodidata, dotado de prodigiosa inteligência, foi bancário. Na Academia Varginhense de Letras é patrono da cadeira nº 3, fundada pelo poeta e jornalista Edgard de Britto. BIBLIOGRAFIA: , , e vários inéditos. (Varginha, MG, 14 de Outubro de 1924 — Belo Horizonte, MG, 31 de Julho de 1954.)
ULISSES BEZERRA: Bem jovem ainda, viu os pais desencarnarem no sertão cearense assolado pela seca, acompanhando, então, os irmãos rumo a Fortaleza. Só aos 20 anos pôde adquirir alguns conhecimentos da língua vernácula, tornando-se, desde logo, ávido leitor de tudo quanto lhe caía às mãos. Em 1887 estreou na imprensa do Ceará, e foram diversos os periódicos que receberam a sua colaboração. Sócio fundador da “Padaria Espiritual”, em cujo órgão publicou belas poesias, às vezes sob o criptônimo de Frivolino Catavento. Sócio honorário da “Mina Literária”, do Pará, e de outras sociedades literárias. (Arneiroz (Inhamuns), Ce, 6 de Dezembro de 1865 — …)
VIDA: Pseudônimo de Maria Augusta dos Santos Giuvice, filha de Normando Coelho dos Santos e Ana Augusta dos Santos 5iana. Talentosa poetisa, que muito prometia, desencarnou bem jovem, deixando uma filhinha com cerca de dois anos. Colaborou em “O Malho”, revista que fez época no Rio de Janeiro. Nasceu em Itajubá, MG, em 1889, desencarnando a 1 de Agosto de 1910.
VIRGÍLIO BRANDÃO: Trovador emérito, de “inspiração espontânea e feliz”, filiado, segundo Dolor Barreira (Hist. da Lit. Cear.), “à corrente popular que fez de Juvenal Galeno a sua melhor expressão”. Deixou valiosas produções em muitas revistas literárias de Fortaleza. BIBLIOGRAFIA: , , etc. (Fortaleza, Ce, 10 de Junho de 1885 — Fortaleza, Ce, 12 de Abril de 1943.)
VIVITA CARTIER: Segundo Antônio Carlos Machado (, p. 277), V. Cartier “era um belo e alto temperamento de artista”, acrescentando: “Os seus versos recomendavam-se especialmente pela espontaneidade e singeleza.” Esta “cultora delicada do verso”, na expressão de Luís Correia de Melo, desencarnou em plena mocidade. (Porto Alegre, RS, 12 de Abril de 1893 — Vila de Criúva, Munic. de S. Francisco de Paula, RS, 21 de Março de 1919.) Nota: Em vez de Munic. de S. Francisco de Paula, Antônio C. Machado regista: Munic. de Caxias.
XAVIER DE CASTRO, Augusto: Poeta e jornalista, colaborou em vários órgãos da imprensa cearense. Segundo Augusto Linhares (, p. 23), o humorismo marcou os versos de Xavier de Castro de fina originalidade, tornando-o ímpar nas letras cearenses. Membro do Clube Literário de Fortaleza e da “Padaria Espiritual”. “Foi do grupo dos o poeta de mais singela e familiar inspiração” afirmou Mário Linhares em sua . “O Pão”, órgão da Padaria Espiritual, consagrou seu número de 30 de Maio de 1895 à memória de X. de Castro, salientando ser o extinto queridíssimo em todas as classes da sociedade cearense. BIBLIOGRAFIA: . (Fortaleza, Ce, 30 de Janeiro de 1858 — Fortaleza, Ce, 30 de Abril de 1895.)
: Sua mediunidade, manifestada desde os cinco anos de idade, só se desenvolveu no correr de 1931. Tornou-se conhecido do público com o aparecimento do livro “Parnaso de Além-Túmulo”, em 1932. Desse grande tarefeiro da Doutrina Espírita, no campo da mediunidade, já se deu a público para mais de 80 obras, (1
964) várias delas em parceria com o médium Waldo Vieira. (Pedro Leopoldo, MG, 2 de Abril de 1910.)
: Médium espírita desde a infância, formou-se em Odontologia e, posteriormente, em Medicina. Exerce clínica médica exclusivamente gratuita. Mais de 18 obras já psicografou até o presente momento, algumas de parceria com o médium Francisco Cândido Xavier. (Monte Carmelo, MG, 12 de Abril de 1932.)
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