Vida e Caminho

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Capítulo XIV

Ante o Celeste Convite


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Recorda que os Arautos da Boa Nova convidam todas as criaturas para a construção do Reino de Deus na Terra…

Vale-te do tempo e não deprecies a oportunidade de auxiliar que o Senhor te conferiu.

Não digas “sou criminoso”.

Não perguntes “quem sou eu”?

Não afirmes “sou miserável”.

Não clames “sou inútil”.


Fixa apenas o sublime ensejo que te enriquece as horas.

Na claridade do bem, o delinquente pode recuperar-se e o servo aparentemente anônimo pode coroar-se de bênçãos.

No campo da lavoura comum, o cultivador mais precioso é aquele que não menospreza o contato com a lama na proteção da semente…

No edifício incendiado, o amigo mais precioso é aquele que aceita o imperativo da própria renúncia para salvar a existência do companheiro que a morte ameaça…

Ante o corpo que sangra, o enfermeiro mais valioso é aquele que olvida a si mesmo e socorre a úlcera aberta…

No trabalho de qualquer natureza, o cooperador mais exato é aquele que oferece o próprio suor, na obra a realizar-se em benefício de todos.

Não te detenhas, pois, nas amargas recordações que te guardam o pensamento nos trilhos escuros de ontem, de vez que, chamado às tarefas do bem, podes atender ao bem de mil modos, marchando das sombras de agora para a redentora luz de amanhã.

Muitos santos de braços imóveis permanecem à distância do Divino Mestre, mergulhados no êxtase improdutivo, desnecessários ao Cristo operante, porque o Senhor reclama colaboradores seguros e diligentes, capazes de atender-Lhe as determinações, sem condição de tempo e lugar.

Desse modo, se nos demoramos caídos na estrada, ouçamos o chamado divino e ergamo-nos, enquanto o dia nos favorece.

Toda hora é sagrado momento de começar e recomeçar com Jesus.

Levantemos, assim, o próprio coração e sigamos o Eterno Benfeitor, no abençoado serviço a que nos convoca, em favor dos semelhantes, na certeza de que pela bênção do trabalho, o pecador pode entrar, de imediato, na comunhão com os anjos, enquanto sábios e apóstolos distraídos se perdem no nevoeiro da retaguarda, entre meditações brilhantes, mas vazias e inúteis.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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