Trovas do Mais Além
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Trovas depois da morte
O momento de morrer É uma tela iluminada Que recorda o alvorecer Na hora da madrugada. O verbo não elucida Por mais brilhe, cante, exorte, Toda a morte que há na vida, Toda a vida que há na morte. Quem andou nas próprias dores, Servindo e amando ao sofrê-las, Vê na morte o fim do dia Todo enfeitado de estrelas. Ante a morte, frente a frente, Senti uma cousa assim: Triste saudade pungente Numa alegria sem fim. Cegueira será na Terra Talvez uma grande cruz, No entanto, é o caminho certo Para a vitória da luz. A quem ama, serve e espera O corpo é divina grade; Morte é a chave que se ajusta À porta da liberdade. A morte me lembra agora Um sábio cirurgião Que altera tudo por fora Mas não muda o coração. Cego, no instante do adeus, Exclamei, voltando à luz: — Louvado sejas, meu Deus! Bendito sejas, Jesus! |
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