Trovas do Outro Mundo

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Capítulo X

Trovas depois da morte


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O regozijo da morte

Que ninguém sabe dizer

Tem a beleza da noite

No instante do amanhecer.


Ouvi alguém que dizia:

— “Lá se vai o poeta morto”,

Sem perceber a alegria

Do sonho chegando ao porto.


No momento derradeiro,

Antes do sono feliz,

Compus em gotas de pranto

A trova que nunca fiz.


Afeições enternecidas,

Meus derradeiros amores!…

Deus vos salve, mãos queridas,

Que me cobristes de flores!…


Morte!… No termo das provas,

Senhor, agradeço a luz

Com que adornaste de trovas

As trevas de minha cruz!




Adelmar Tavares
Francisco Cândido Xavier

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