Verdade e Amor

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Capítulo XXI

Rosalvo


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Uberaba (MG)

Rosalvo era aventureiro

Conservava, com carinho,

O avião pequeno e forte

Comprado em país vizinho.


Parecia homem humilde

E pobre por natureza

Mas trazia sem mostrar

A paixão pela riqueza.


Anota, ouve e resguarda

Nessa paixão que o domina

Tudo quanto se falasse

Em torno de cocaína.


Principiou por viagem

Às cidades mais distantes

Onde era sempre esperado

Por amigos traficantes.


Ficou rico no negócio

Mas era de ambição,

Que não queria viver

Com qualquer limitação.


Certo dia anunciou

Que teria a dispor

Recursos que o mantivessem

Na vida do exterior.


Despediu-se da família,

Só queria conhecer,

Conhecer povos de longe,

Queria se refazer.


Decolou em manhã linda

Mas depois do meio-dia,

Receou a tempestade

Pela horrenda ventania.


Estava já muito longe

De seu negócio e lugar.

Era preciso seguir

Não podia recuar.


Os horrores da tormenta

Mediam-se em alto porte

O avião balanceava

Rosalvo temeu a morte.


Passados alguns minutos

Pôs-se o moço a lamentar.

Mas ele, o avião e a carga

Caíram em alto mar.



Nota da Editora: “Mas trazia sem mostra”. Como todos os versos possuem sete sílabas métricas, presumimos ter havido aqui um engano que levou à omissão da letra “r”, acrescentada pela Editora.



Jair Presente
Francisco Cândido Xavier

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