Vida em vida
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(Versos ao companheiro de lutas, brilhante cavaleiro dos ajustes medievos com quem partilhei alegrias e reveses, há precisamente seis séculos, o que encontrei, presentemente, na condição de pedinte, enfermo e relegado à via pública, depois de múltiplas aventuras em que se complicou nas experiências e ideais do campo afetivo.)
Lembro-te rico e nobre… O peito hirsuto e forte… Empinas o corcel dominante na pista… Nos jogos medievais, tudo o que mais se avista É a força de teu braço e a graça de teu porte!… Mas abusas do amor, de conquista em conquista, Filhas, esposas, mães arrastas para a morte… Quanto luto e aflição, sem que nada te importe!… E o corpo se te esvai e sem que o ouro te assista… Achas, desencarnado, as vítimas de outrora, O remorso te assalta o coração que chora… Tudo o tempo envolveu em espessa neblina!… Reencontrei-te, hoje, enfim, mendigo em longa prova. Louva, porém, os Céus… Na dor que te renova, Sublimarás o amor para a ascensão divina!… |
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