Vida em vida

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Capítulo XXI

Resgate e amor


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(Versos dedicados à dama nobre de nossas relações pessoais no século passado, que reencontrei agora, na condição de mendiga enferma, na praça pública, resgatando um delito passional cometido em família e que se junge a dolorosa prova, depois de rogar, na 5ida Espiritual, se lhe fossem concedidos os recursos necessários à própria redenção.)


Recordo-te, Senhora… A seda se te entrança

Na cabeleira loura… Ao colar que rebrilha,

Exibes, donairosa, o manto de escumilha,

Mas crias, em redor, revolta e insegurança…


Por ciúmes de alguém, matas a própria filha…

Fruis mentido prazer e, um dia, a morte avança…

Tornas à luz do Além… Choras sem esperança…

E rogas outro berço, ante a dor que te humilha…


Hoje, achei-te, de novo… Enferma, quase inerte,

Paralítica e só, o pranto se te verte

Ao pedir pão e teto, esmolando de rastros…


Mas, louva, amada irmã, a Lei serena e austera…

Alguém te aguarda a vida… É a filha que te espera,

A fim de erguer-te à luz que fulge, além dos astros!…




Epiphanio Leite
Francisco Cândido Xavier


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