Livro da Esperança

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Capítulo XXXIV

Deveres humildes

“Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais dos que, antes, puseram suas dádivas no gazofilácio.” Jesus (Marcos 12:43)
“Aliás, ser á só com o dinheiro que se podem secar lágrimas e dever-se-á ficar inativo, desde que se não tenha dinheiro? Todo aquele que sincer amente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontr ar ão de r ealizar o seu desejo.”
(ESE Capítulo 13 1tem
6)


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“Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais dos que, antes, puseram suas dádivas no gazofilácio.” — JESUS (Mc 12:43)


“Aliás, será só com o dinheiro que se podem secar lágrimas e dever-se-á ficar inativo, desde que se não tenha dinheiro? Todo aquele que sinceramente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontrará de realizar o seu desejo.” — ()


Abracemos, felizes, as atividades obscuras que a vida nos reserve.

Grande é o sol que sustenta os mundos e grande é a semente que nutre os homens.


Engenheiros planificam a estrada, consultando livros preciosos no gabinete e, a breve tempo, larga avenida pode surgir da selva.

Entretanto, para que a realização apareça, tarefeiros abnegados removem estorvos do solo e transpiram no calçamento.


Urbanistas esboçam a planta de enorme edifício, alinhando traços nobres, ante a mesa tranquila e é possível que arranha-céu se levante, pressuroso, acolhendo com segurança numerosas pessoas.

Todavia, a fim de que a obra se erga, esfalfam-se lidadores suarentos, na garantia dos alicerces.


Técnicos avançados estruturam as máquinas que exaltam a indústria e, com elas, é provável se eleve o índice da evolução de povos inteiros.

No entanto, para que isso aconteça, é indispensável que operários valorosos exponham as próprias vidas, junto aos fornos candentes de ferro e aço.


Negociantes de prol, arregimentam os produtos da terra e por eles, conseguem formar a economia e o sustento de grandes comunidades.

Mas semelhante vitória comercial exige que anônimos semeadores chafurdem as mãos no limo da gleba.


Não perguntes “quem sou eu?”, nem digas “nada valho”.

Honremos o serviço que invariavelmente nos honra, guardando-lhe fidelidade e ofertando-lhe as nossas melhores forças, ainda mesmo quando se expresse, através de ocupação, supostamente esquecida na retaguarda. Nos princípios que regem o Universo, todo trabalho construtivo é respeitável.

Repara esse dispositivo da Lei Divina funcionando em ti próprio. Caminhas e pensas de cabeça içada à glória do firmamento, contudo, por ti mesmo, não avançarás para a frente, sem a humildade dos pés.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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