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Capítulo II

Eleição e escolha


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Em todos os lugares, surgem os chamados ao aperfeiçoamento, mas, em toda parte, há poucos escolhidos (Mt 20:16) porque raros se elegem.

O Mestre Divino não destaca os discípulos, à maneira dos ditadores terrestres que condecoram afeiçoados, segundo o capricho que lhes é próprio. Recebe nas culminâncias da virtude e do serviço aqueles que souberam escalar a montanha do esforço individual no bem.

Semelhante critério é idêntico ao que adotamos na lide comum para assinalar os colaboradores necessários ao trabalho que pretendemos realizar.

Num escritório, não aceitamos auxiliares que se afastem do alfabeto.

Num campo de serviço agrícola, não estimamos a cooperação daqueles que menosprezam a enxada.

Num templo religioso, não compreendemos o concurso de quem renega a fé e a esperança.

Num hospital, não entendemos a presença de enfermeiros que detestam os doentes.


Demonstra-nos a lógica que o homem, pela boa vontade e pelo sacrifício no dever rigorosamente cumprido, cresce sobre a multidão e se mostra digno de tarefas sempre mais nobres.

Se desejas, desse modo, penetrar o colégio dos escolhidos de Jesus, começa hoje o teu ministério de aplicação à prática viva dos seus ensinamentos.

Indiscutivelmente, o Senhor escolherá o teu coração para brilhar no banquete da fraternidade e da luz, da revelação e da graça, mas, antes disso, é imprescindível que te faças eleito por ti mesmo, elevando a tua alma, acima do nivelamento em que se irmanam a ignorância e a ociosidade, na terra seca ou enfermiça do menor esforço.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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