Deus Aguarda

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Capítulo XIV

Ensinamento vivo


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Nunca te vingues.

Guarda a paciência e desculpa sempre.

Esta é uma página real no livro do cotidiano: Um amigo em provação sofrera golpes sobre golpes.

O companheiro, que supusera-lhe fosse mais dedicado, arrasara-lhe a alegria.

Apropriara-se-lhe, indebitamente, da chácara que o pai lhe havia confiado, ao despedir-se da existência; apartara-o da esposa com atitudes fraudulentas e, por fim, tomara-lhe o filho quase criança e, após habituá-lo à cocaína, dele fizera perigoso salteador.

Por isso mesmo, jurou aniquilá-lo.

Cientificara-se de que o conturbado irmão compareceria a determinada festividade, em data à distância de um mês, depois de complementar o seu plano infeliz.

Adquiriu a arma de que se serviria e ensaiou o gesto trágico.

Na semana que se lhe seguiu ao projeto, no entanto, foi conduzido por irmãos devotados a certo lar que se entrega ao culto do Evangelho do Cristo.

A lição em pauta era o perdão para os inimigos.

O inesperado visitante escutou as preleções da hora e comoveu-se ao refletir nos ensinamentos de Jesus.

Iluminado por súbita renovação, decidiu esquecer as ofensas recebidas.

No dia imediato, reconhecia-se outro, à procura da felicidade própria, na certeza de que Deus o abençoaria.

Passaram as horas sobre as horas, quando eis que a vida lhe traz uma surpresa estranha: no mesmo sítio, onde praticaria o delito, na data prefixada, ao término das manifestações de regozijo de quantos partilhavam a festa mencionada, aquele que se lhe fizera desapiedado agressor caiu nos braços da morte, sob violento colapso cardíaco.

Ensinamento do fato: jamais nos vinguemos.

Todos nós, aqui, ali e mais além, estamos todos sob o controle das leis de Deus.




Meimei
Francisco Cândido Xavier

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